quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ORIAH, SONHADOR DA MONTANHA, ANCIÃO INDÍGENA


EU QUERO SABER

Não me interessa o que você faz para viver.
Eu quero saber o quê, de fato, você busca e se você é capaz de ousar sonhar 
em encontrar as aspirações do seu coração.

Não me interessa a tua idade.
 Eu quero saber se você será capaz de se transformar num tolo para poder amar, 
viver os seus sonhos, aventurar-se de estar vivo.

 Não me interessa qual o planeta que está em quadrante com a tua lua.
 Eu quero saber se você tocou o centro da tua própria tristeza. 
E se você tem sido exposto pelas traições da vida, ou se você tem se contorcido 
e se fechado com medo da própria dor.

 Eu quero saber se você é capaz de ficar com a alegria, a minha e a sua.
 Se você é capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase te envolva 
até a ponta dos dedos dos pés e das mãos, 
e sem querer nos aconselhar a sermos mais cuidadosos, mais realistas, 
ou nos lembrar das limitações do ser humano.

 Não me interessa se a história que você está me contando é verdadeira.
 Eu quero saber se você é capaz de desapontar o outro 
para ser verdadeiro consigo mesmo.
Se você é capaz de escutar a acusação de traição e não trair a sua própria alma.

 Eu quero saber se você pode ser confiável e verdadeiro.

 Eu quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o dia não está belo.
 E se você pode conectar a sua vida através da presença do Criador.

 Eu quero saber se você é capaz de viver com os fracassos, 
os teus e os meus, e mesmo assim se postar nas margens de um lago 
e gritar para o reflexo da lua: "SIM"

 Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro você ganha.
 Eu quero saber se você é capaz de acordar depois da noite do luto e do desespero, 
exausto e machucado até a alma, 
e fazer aquilo que precisa ser feito.

 Não me interessa o que você é, ou como você chegou aqui.
 Eu quero saber se você irá postar-se no centro do fogo comigo e não fugir.

 Não me interessa onde, o quê, ou com quem você estudou.
 Eu quero saber o que te sustenta interiormente quando tudo o mais desaba.

 Eu quero saber se você é capaz de ficar bem consigo mesmo.
 E se você realmente é boa companhia para si mesmo nos momentos vazios.


 (Oriah, Sonhador da Montanha, Ancião Indígena)

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