MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV

"Há tantas pessoas que esquecem o presente e só pensam no futuro! Como estão a viver o presente, creem que não têm de colocar grandes questões a seu respeito. Mas há questões que devem ser colocadas. O amanhã ainda não existe e, se nos inquietarmos com ele, é um pouco como se nos lançássemos no vazio. É sobre o hoje que temos de trabalhar, pois o hoje está aí, não morre, vai prolongar-se e, prolongando-se, tornar-se-á o amanhã. Vós ainda não vistes esse amanhã, não o saboreastes, não lhe tocastes, ele não tem qualquer realidade. No momento em que lhe tocardes, já não lhe chamareis amanhã, mas hoje, e àquilo que era hoje chamareis ontem.
O passado é uma recordação e o futuro é uma projeção. Só o presente é o tempo verdadeiro da nossa vida. Aquele que se preocupa com o amanhã esquece-se de viver bem o presente e, portanto, nunca saberá como esse presente pode tornar-se eterno presente, com harmonia, beleza e luz."

"Ouve-se, muitas vezes, pais a queixarem-se: «O que fizemos nós para termos um filho assim?» Infelizmente, eles tiveram responsabilidade nisso, nem que seja pelo facto de serem ignorantes, pois a ignorância é a pior das desgraças. E, entre os inúmeros aspetos dessa ignorância, existe a crença de que o nascimento de um filho é uma espécie de jogo de sorte ou azar, uma lotaria.
É certo que muitos traços físicos e psíquicos dos filhos se explicam pela hereditariedade, mas, se esta explicação fosse suficiente, os filhos nascidos do mesmo pai e da mesma mãe não deveriam ter entre si tantas diferenças físicas, morais e intelectuais. Ora, é isto que acontece, o que prova que há outras explicações: as leis da reencarnação, mas também a natureza dos elementos, das correntes que os pais atraíram pelos seus pensamentos e pelos seus sentimentos no momento da conceção do filho. Conhecer a biologia e a fisiologia não basta, é preciso conhecer os processos fluídicos e energéticos que entram em jogo no momento da conceção, tal como durante a gestação, para se compreender que há forças que devem ser dirigidas para um determinado objetivo, um objetivo espiritual."

"Há tantos crentes que pedem para receber a luz e a ajuda dos Anjos! Mas, quando a luz e os Anjos se lhes apresentam, eles olham para o lado ou estão adormecidos. Depois, queixam-se de que orar não lhes traz qualquer ajuda. Evidentemente, que ajuda podem receber aqueles cuja consciência está adormecida? Não serve de nada dirigir orações ao Céu se primeiro não se desenvolveu as faculdades que permitirão receber as suas respostas e a sua ajuda. Essas faculdades são, em primeiro lugar, a atenção e a vigilância; podemos compará-las a um aparelho muito sensível, que avisa quando o pedido vai ser atendido. Então, em vez de se fatigar o Senhor e os seus Anjos com reclamações, é preferível fazer funcionar esse aparelho, que vibrará quando eles se aproximarem, anunciando a chegada de um mensageiro, de uma visita.
O verdadeiro espiritualista sabe que deve estar sempre preparado. Dia após dia, ele procura desenvolver os seus aparelhos recetores, afina a sua sensibilidade e, em virtude desse estado de vigilância, tem a esperança de não estar ausente, ou surdo, ou cego, quando o Céu se abrir, quando o espírito vier iluminá-lo."

"Mesmo que não o sintais claramente, estais ligados aos membros da vossa família e da sociedade no seu todo, e, sempre que vós progredis, todas as riquezas e luzes que recebeis se refletem neles. Por causa do vosso avanço, eles também avançam. E o mesmo se passa se começais a ficar sombrios: todos os que estão ligados a vós sofrem, por vossa causa, influências nefastas. Portanto, há uma dupla culpabilidade.
Cada um é responsável por aquilo que faz não só em relação a si próprio, mas também em relação aos outros. Quereis ser úteis, ajudar toda a humanidade e até os animais, as plantas, toda a Natureza? Tomai o caminho para o Alto. Impercetivelmente, arrastareis toda a Criação para as alturas, e o mundo invisível virá recompensar-vos, pois, com o vosso comportamento, atraís bênçãos para todos os seres. Mas estai atentos para não os arrastardes para baixo!  "

"O nosso ensinamento dá-nos exercícios para cada momento do dia. Evidentemente, não podeis fazê-los todos, mas escolhei pelo menos alguns e praticai-os diariamente. Esses exercícios trarão muitas melhorias à vossa vida, mas, sobretudo, ajudar-vos-ão a desenvolver a vossa vontade. É graças à vontade que se vence as resistências, que se ultrapassa os obstáculos. Sem fazer exercícios, é impossível desenvolver a vontade.
Podemos receber muitas coisas do exterior – riquezas, conhecimentos, sensações... –, mas a vontade ninguém no-la pode dar, nós é que temos de desenvolvê-la. Por isso, o que um ensinamento espiritual começa por pedir ao discípulo é que exercite a sua vontade por intermédio de uma disciplina, de uma atividade regular. Claro que é difícil, mas é o que há de mais eficaz. Por intermédio da vontade, vós trabalhais, insistis, e acabais por obter o que desejais: a luz, o amor, a força interior, a saúde, a beleza... Sem a vontade, não conseguireis obter nada além do que já possuís e até vos arriscais a perder o que já tendes."

"A descida do Espírito Santo à alma humana é um símbolo que se encontra, sob diferentes formas, em todas as tradições espirituais. Mas, embora se diga que o Espírito Santo “desce” ao homem, ele não é uma entidade exterior ao ser humano: é o seu “Eu superior” que se manifesta, essa quinta-essência divina posta nele pelo Criador. Dizer que o homem recebeu o Espírito Santo significa que ele conseguiu fazer a ligação com o seu espírito, o seu Eu superior. Como uma gota de água no oceano, como uma chispa no fogo, o seu Eu superior é feito da mesma quinta-essência que a Divindade.
Nenhum acontecimento na vida de um ser humano, nenhuma felicidade, nenhuma graça, pode comparar-se a esse momento em que ele entra em contacto com o Espírito Santo. É como um raio celeste. Mas não é por ele ter recebido esse raio que passou a possuir, subitamente, todas as virtudes. O caminho da perfeição está aberto para ele, mas ele terá de trabalhar ainda durante muito tempo para chegar ao fim."

"Receber o fogo divino é o objetivo último da Iniciação. Quem recebeu esse fogo não pode desejar nada além disso. Mas são necessários muito tempo e muito trabalho até esse fogo aceitar descer. Ele só pode entrar numa morada especialmente preparada para o acolher, uma morada purificada, santificada.
Todos os dias, pela meditação, pela oração, mas também pelos nossos sentimentos, pensamentos e atos, devemos construir em nós uma morada feita dos materiais mais luminosos, para que o fogo, esse convidado divino, reconhecendo nele a sua própria quinta-essência, seja irresistivelmente atraído... E esse hóspede divino não chega só, vem acompanhado de inúmeros servidores: Anjos e também espíritos da Natureza vêm habitar num tal ser sob a forma de dons, de qualidades, de virtudes. Na sua aparência exterior, talvez nada tenha mudado, mas tudo nele fica transformado."

"Certos religiosos, sobretudo na idade média, para darem a primazia à alma e ao espírito, julgaram que era bom incitarem os cristãos a negligenciarem o seu corpo físico, a menosprezarem-no ou até a maltratarem-no, considerando não só que ele não tem qualquer papel a desempenhar na vida espiritual, mas também que até é um obstáculo para ela. Para a Ciência Iniciática, isso é um erro grave, pois não é bom separar o corpo físico da alma e do espírito. Quem vive segundo as regras do amor e da sabedoria e faz exercícios para despertar os centros subtis situados nos diferentes lugares do corpo físico obtém uma compreensão superior das coisas.
Os hindus têm razão, pois, quando associam as suas três grandes divindades – Brahma, Vishnu e Shiva – aos três centros vitais do corpo físico: Brahma, o criador, ao plexo solar; Vishnu, o conservador, ao coração; e Shiva, o destruidor, ao cérebro. Assim, Brahma, o criador, tem a sua morada no plexo solar. É certo que a vida se perpetua por intermédio dos órgãos genitais, mas pelo plexo solar o homem entra em relação com o rio da vida cósmica. Quando o seu plexo solar se abre à água da vida divina, ele próprio se torna uma nascente, e a água que irriga todo o seu ser sacia também a sede das criaturas que se aproximam dele."

"É próprio do corpo astral, que é o corpo dos desejos no homem, ser insaciável: ele impele continuamente os seres a desejarem mais e mais, mesmo que seja à custa dos outros e mesmo que já tenham posses muito além daquilo de que necessitam. Quando o corpo astral não está disciplinado, educado, assume proporções desmesuradas: o dinheiro, os objetos, os terrenos, as casas, os negócios, etc., nada escapa à sua cobiça. E, como as pessoas estão sempre a satisfazer os seus desejos, o seu corpo astral torna-se algo monstruoso, um verdadeiro tumor.
Mas os apetites dos humanos podem ser também de outros tipos: a ambição, a sensualidade, etc. Em certas pessoas, o corpo astral assemelha-se a um estômago cuja fome nada pode satisfazer, um poço sem fundo capaz de engolir tudo. Era referindo-se a elas que Jesus dizia que não entrarão no Reino de Deus, pois no Reino de Deus só são aceites os seres capazes de se despojar, de se desapegar, de se sacrificar, seres que aprenderam a dominar o seu corpo astral."

"Imensos crentes suplicam ao Senhor que aniquile os espíritos do mal! Mas o Senhor não atende ao seu pedido, pois os espíritos do mal fazem o seu trabalho, têm autorização para os tentarem, para os molestarem. É aos fiéis que cabe serem mais esclarecidos, mais fortes, para não caírem nas suas ciladas. Pensais que são os Anjos, os espíritos da luz, que se ocupam de pôr os humanos à prova ou de os perseguir quando estes agiram mal? Eles têm muito mais que fazer! Essas tarefas ingratas são deixadas para espíritos de nível inferior; eles é que estão encarregues de trazer os humanos ao caminho certo ou de os pôr à prova, para se fortalecerem com essas provas. Como esses espíritos são servidores, Deus não os aniquila. Algum amo extermina os seus servidores?...
É impossível ter ideias corretas sobre a questão do mal se não se começar por admitir que aquele a que se chama Satã, Diabo, ou qualquer outro nome, na realidade está ao serviço de Deus."

"Os humanos são como sementes lançadas no mundo pelo Criador. Cada semente tem inscrita em si a imagem da perfeição divina e a sua predestinação é germinar, desenvolver-se, até se tornar uma árvore, com raízes, tronco, ramos, folhas, flores e frutos que, por sua vez, darão sementes.
Se nos esforçarmos por melhorar, pouco a pouco, cada uma das nossas manifestações, aproximar-nos-emos da perfeição que o Pai Celeste previu para nós. Trazemos gravada na nossa alma, desde sempre, a marca dessa perfeição, e, se aprendermos a concentrar-nos nela, um dia também seremos árvores de vida."

"O pessimismo é, com muita frequência, considerado uma forma de lucidez, de sabedoria. Não estamos rodeados de perigos? A Natureza e também os humanos são uma ameaça permanente e tudo acabará mal; por isso, há que ser cauteloso e tomar precauções. O pessimista crê que demonstra clarividência ao desconfiar de tudo, porque o mal pode surgir seja de onde for. Mas não, essa visão tão negativa das coisas não é clarividência e até é nociva para o psiquismo.
Quem está sempre a pensar que o pior acontecerá, fatalmente, a qualquer momento, em qualquer lugar, acaba por ter uma visão tão toldada que chega ao ponto de já não ver os perigos nem os inimigos que se apresentam verdadeiramente; além disso, paralisa em si as forças vivas que lhe permitiriam reagir. Então, onde está a sua sabedoria, se lhe faltam a lucidez e os meios para enfrentar as situações?"

"Pelo facto de se casarem, os humanos julgam que sabem o que é o casamento. Não! Vendo a ligeireza, a inconsciência, com que tantos homens e mulheres decidem unir o seu destino, é evidente que não sabem o que ele é. Não sabem que, antes de ser uma instituição humana, o casamento é um fenómeno cósmico: a união dos dois grandes princípios, masculino e feminino, Deus Pai e a sua esposa, a Mãe Divina. Uma vez que o homem e a mulher foram criados à imagem destes dois princípios, quando se casam eles só repetem os mistérios que se celebram desde a origem nas regiões celestes.
Tudo o que existe no Universo nasce de um encontro, de uma união, de uma fusão, entre o princípio masculino e o princípio feminino, a matéria. O significado do casamento, a sua grandeza, vem do facto de ele ser um reflexo, uma repetição, de fenómenos cósmicos."

"A natureza animal no homem tem muita força porque, durante milénios, para continuar a existir, teve de enfrentar condições particularmente difíceis. Observai todas as dificuldades por que os animais passam para encontrarem alimento, conseguirem um abrigo e conservarem-no, cuidarem das suas crias, protegerem-se dos ataques dos outros animais… Isto também se aplica ao homem. Depois de ter vivido em condições idênticas, como poderia ele agora ser bom e generoso, aberto aos outros? É este, pois, o problema que cada um de nós deve agora resolver: como dominar a força formidável do instinto que tem em si? Ela existe exteriormente, coletivamente, mas existe também em nós.
Então, dizei para vós próprios, todos os dias, que não tendes nada de mais importante a fazer do que aprender a dominar a vossa natureza inferior com as armas do espírito. Pensais que ela vos ficará reconhecida por a terdes alimentado e servido? Nem pensar! As características da natureza inferior são a avidez e a ingratidão. Todos os que a satisfizeram, a alimentaram, acabam por ser despedaçados e devorados."

"Enquanto a ciência oficial não conseguir admitir a existência de entidades invisíveis, enquanto ela reduzir tudo o que se passa no homem a processos físico-químicos, a compreensão das perturbações psíquicas e das possibilidades de as solucionar serão limitadas. Embora não se possa negar que estes processos físico-químicos são uma realidade, é preciso compreender que eles são a consequência de fenómenos psíquicos provocados por entidades vivas.
Evidentemente, os biólogos e os cirurgiões não devem ter a expectativa de descobrir essas entidades com os seus microscópios ou os seus bisturis. Mas não ver os seres ou as coisas nunca prova que elas não existem. Vós também não vedes os micróbios e os vírus… Ora, do mesmo modo que se abre a porta aos micróbios se se deixa que impurezas penetrem no seu corpo físico, quando se deixa entrar impurezas no seu organismo psíquico abre-se a porta às entidades tenebrosas, que provocam desordens."

"Para justificar a sua descrença, certas pessoas dizem que só acreditarão em Deus quando O virem. Mas, coitadas, jamais verão o que quer que seja, pois nunca ninguém viu Deus. É possível sentir a sua presença e até se pode ver as suas manifestações – relâmpagos, projeções de luz –, mas não se pode ver o autor dessas manifestações, pois, muito simplesmente, é impossível para os olhos físicos verem Deus.
Para se ver um objeto ou um ser, é preciso que ele tenha uma forma, dimensões, limites, que esteja situado algures no espaço e no tempo; ora, Deus está para além do espaço e do tempo. Só podemos apreender reflexos d’Ele, manifestações esparsas por toda a parte, nas pedras, nas plantas, nos animais e, sobretudo, nos humanos: nos seus pensamentos elevados, nos seus sentimentos generosos, nos seus gestos de bondade ou de coragem, nas suas obras de arte. E, quanto mais nos purificamos, mais descortinamos traços de Deus, a vida, o perfume, a música de Deus. Quando contemplamos o Sol, podemos dizer: «Vi Deus na sua luz, senti Deus no seu calor, e agora estou mais vivo.»"

"Ao longo do tempo, os humanos adquiriram um imenso poder sobre a Natureza: pouco a pouco, conseguiram estender o seu domínio às terras, aos mares e, agora, ao céu. O desejo de explorarem o espaço que se abre diante deles e de tirarem partido das suas descobertas é legítimo; o que não é legítimo é a maneira como o fazem. Até quando creem eles que podem partir à conquista do espaço sem se questionarem sobre se estão ou não a perturbar uma ordem estabelecida, com todas as consequências que daí decorrem para a própria vida terrestre?
Os humanos não poderão ignorar durante muito mais tempo que existem inteligências que velam para que o equilíbrio do Universo não seja perturbado. Essas inteligências não apreciam o espírito de anarquia, a violência, de certos investigadores e daqueles que os ajudam a realizar os seus projetos para tirarem partido das suas descobertas. Uns e outros não devem ficar admirados se, um dia, forem combatidos pelas forças da Natureza que, imprudentemente, puseram em ação."

"Há seres de quem se diz que são bons e outros de quem se diz que são maus. Mas, na realidade, todos os seres humanos são, em proporções desiguais, uma mistura de bom e de mau. É o que há de bom em cada um que o impele a estudar-se para se corrigir, para se melhorar. Ao melhorar-se, ele muda o seu destino.
Todos nós temos o poder de mudar o curso do nosso destino ou de avançar contra a corrente sem ficarmos afogados nem sermos arrastados ou projetados contra os rochedos. Devemos mesmo tornar-nos capazes de utilizar a força das correntes contrárias que se nos opõem, para voarmos sobre todos os obstáculos, subirmos com o vento e lançarmo-nos para o Céu. Mas só o espírito em nós é capaz de realizar esse prodígio. Quando nos associamos ao espírito, quando nos unimos ao espírito, já não estamos sujeitos ao destino, ficamos sob a ação da lei da Providência, e a Providência apaga o velho destino. Caminhávamos para a morte e agora caminhamos para a vida."

"O nosso Pai Celeste enviou-nos à terra a fim de trabalharmos para a vinda do seu Reino e há entidades do mundo invisível que estão sempre a proporcionar-nos condições favoráveis para esse trabalho. Mas, como essas condições raramente se apresentam como se está à espera, raramente se tem consciência delas. É tão fácil deixar-se enganar pelas aparências!
Imensas pessoas que decidem fazer um trabalho espiritual esperam que a Providência lhes conceda favores particulares e lhes proporcione as condições que mais facilitam a sua tarefa! Mas elas deparam-se com oposições, com provações. Mais do que queixarem-se e deixarem-se ir abaixo, devem estudar bem o que está a acontecer-lhes. O que é que o mundo invisível quer dizer-lhes? O que é que ele espera delas, não as poupando às dificuldades nem aos insucessos? Na verdade, apesar das aparências, as dificuldades e os insucessos também são boas condições que elas devem procurar aproveitar, a fim de contribuírem para a realização do Reino de Deus em si e no mundo."

"Aparentemente, cada ser humano está isolado, separado. Na realidade, há uma parte espiritual dele que vive na coletividade, que vive em todas as criaturas, e, para o seu desenvolvimento, ele deve tomar consciência disso.
Por vezes, há quem venha queixar-se a mim, com um ar infeliz: «Estou só, não tenho família.» Na realidade, essa pessoa tem uma família imensa, mas a sua consciência está tão limitada, tão obscurecida, que ela não o sente. Isto acontece com milhões de seres no mundo: sentem-se sós! No entanto, se começarem a alargar a sua consciência, compreenderão que, mesmo que não tenham pai nem mãe, nem irmãos ou irmãs, nem qualquer família de sangue, isso não é motivo para se julgarem sós. Na realidade, são todos filhos e filhas do mesmo Pai, o Espírito Cósmico, e da mesma Mãe, a Natureza Universal. Que trabalhem para todos os seus irmãos e irmãs que há no mundo e nunca mais se sentirão abandonados e infelizes."

"Quando convidais amigos a virem a vossa casa, sabeis como recebê-los para que se sintam bem e tenham vontade de voltar. Não só lhes ofereceis os melhores alimentos, como os servis numa louça especial que só usais excecionalmente. Se souberdes tirar conclusões deste facto simples da vida quotidiana, estareis mais vigilantes. Quando fordes tentados a desperdiçar as vossas riquezas interiores, será acionado em vós uma espécie de sinal que vos fará ficar alerta e fareis o possível para as preservar. Sentireis que elas são os alimentos que deveis reservar para os visitantes celestes, para os atrairdes e os reterdes.
Pensai também que, ao contrário do que se passa nas sociedades humanas, em que as pessoas de um extrato social elevado apenas aceitam convites das que pertencem ao mesmo meio, as entidades espirituais só têm em consideração as almas. Elas sentem imediatamente quais são belas, nobres e capazes de as receber, e é a elas que se dirigem. Nas almas que aprenderam a recebê-las e a alimentá-las, essas entidades veem príncipes e princesas."