Quem é que,
vivendo sobre a face da Terra, pode dizer que jamais passou por um dia difícil?
Desde que
estejamos gozando de perfeita lucidez, não poderemos negar que já superamos,
não um só, mas muitos dias de dificuldades.
Portanto, nos dias
difíceis que se apresentam, lembremo-nos de outros semelhantes que vencemos.
Depois de
superadas as lutas, que nos pareciam insuperáveis, não sabemos explicar a nós
mesmos de que modo vencemos.
Nem mesmo de que
fonte retiramos as forças necessárias para nos sustentar, durante e depois das
problemáticas sofridas.
Vimos a doença no
ente amado assumir gravidade estranha e, sem que lográssemos penetrar o
fenômeno em todos os detalhes, surgiram a medicação e a providência ideais que
o livraram da morte.
Experimentamos a
visita do desânimo, à frente dos obstáculos que se agravaram à nossa frente,
mas, sem que nos déssemos conta do amparo recebido, deixamos o desalento das
trevas e regressamos à luz da esperança.
Crises dos
sentimentos que pareciam invencíveis, pelo teor de angústia com que nos
alcançaram a alma, desapareceram como por encanto sem que conseguíssemos
definir a intervenção libertadora que nos restituiu a tranquilidade.
Sofremos a
ausência de seres imensamente queridos, chamados pela desencarnação para
tarefas inadiáveis em outras faixas da experiência.
No entanto, sem
que tivéssemos que empreender qualquer esforço, outras almas abençoadas
apareceram, nutrindo-nos o coração com edificante apoio afetivo.
Contudo, pensemos
que tudo isso aconteceu porque persistimos na fé aguardando e confiando,
trabalhando e servindo, sem nos entregarmos ao desespero ou à derrota,
permitindo que a bondade de Deus agisse em nosso benefício.
Dessa forma, ante
as tormentas que estejamos atravessando, consideremos as dificuldades já
vividas e compreenderemos que Deus, cujo infinito amor nos sustentou ontem, nos
sustentará hoje, e nos sustentará amanhã.
Para isso,
somente é preciso que tenhamos a alma receptiva, para entender a ajuda que Deus
nos direciona.
E, por fim, que
nos mantenhamos fiéis no cumprimento de nossas obrigações.
* * *
Um dia, quando
pudermos vislumbrar, do Alto, todos os caminhos percorridos durante a
existência, talvez possamos perceber que a maior parte do percurso estará
marcada por dois pares de pegadas.
Serão as nossas e
as do Amigo Jesus, caminhando ao nosso lado, sustentando-nos as forças.
Mas, nos dias
difíceis, naqueles em que as dificuldades se fizeram mais cruéis, notaremos
apenas um par de pegadas.
Talvez nos
perguntemos: Teremos caminhado sozinhos, nesses momentos? O Mestre nos terá
abandonado?
Então, Ele, o
Amigo fiel de todas as horas, nos responderá: Não, meu filho, jamais o
abandonei.
É verdade que nos
dias mais difíceis da sua existência só há um par de pegadas...
Mas é porque,
naqueles momentos, Eu o carreguei nos Meus braços. Sou o Bom Pastor e carrego a
ovelha ferida, em Meus ombros.
Pensemos nisso.
Redação do
Momento Espírita, com base no cap. 58, do
livro Rumo certo, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia
de Francisco
Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 25.9.2020
Fonte: http://www.momento.com.br/pt/index.php