domingo, 29 de abril de 2012

A PAZ É O CAMINHO


Por entre pensamentos, palavras atos e omissões
Dei o meu corpo pela alma em tamanhas agitações

 Na ganância de tudo querer ter 
Ao mundo pertenci, deixando de Ser

 Aqui e ali, a espaços me contento
Na grande ilusão do espaço e do tempo

 Isto é uma guerra com grandes façanhas 
Sendo a maior a que se trava nas minhas entranhas 

 Perdido por cem, perdido por mil 
Desisti de mim para me juntar ao covil 

 Só há pouco descobri que dessa ilusão 
Se ergueram os mais altos muros da minha prisão 

 Afinal quem sou eu para julgar alguém 
Quando contra mim pequei como ninguém 

 Ficamos tristes, desiludidos por não termos sido correspondidos 
Porém não passaram de episódios mal entendidos 

 Ó tempo que vais e não voltas, o quanto perdi 
Em viver esse tempo na amargura do que não senti 

 Resta-me o tempo do tempo que sobra 
Para fazer o que importa que se encontra na obra 

 Que bom que é desvendar este jogo 
 Da perda e reencontro no meu eterno fogo 

 Da Luz vim, para a Luz quero voltar 
Percorrendo o abençoado caminho para lá chegar 

 Só sei o que sei pelo que vivi 
Sabedoria aqui não entrou a não ser pelo que senti 

 E assim fui aprendendo com grande fervor 
Que quem não vai pelo Amor vai pela dor 

 E o que é o Amor senão a Eterna Sabedoria 
E a dor a ignorância duma vida mal preenchida 

 E agora que talvez já saiba como caminhar 
Pois a Paz a mim veio ter para me ensinar a andar 

 Alguém disse que o caminho se faz caminhando 
Mais proveitoso outro não há que pela Paz ensinando 

 Na incessante busca de ser amado 
Pensando que aí reside a felicidade, ó quanto estive enganado 

 A felicidade não pode ser comprada 
Só através da virtude pode ser alcançada 

 Pois a verdadeira felicidade está em cumprir 
O que me foi destinado para amar e servir 

 Servir desinteressadamente 
Para crescer edificantemente 

 Amar sem condição 
Para alcançar o perdão 

 Porque é amando que somos amados 
E é perdoando que somos perdoados 

 Outrora a casa foi-se com a areia 
Mas a da rocha de pé mantém-se cheia 

 Pois é preciso morrer 
Para de novo nascer 

 É tempo de não deixar passar a carruagem 
Da nova consciência alerta para a viragem 

 Um novo Homem, um novo mundo 
Com Paz do topo ao fundo 

 Como o Mestre nos ensina 
Que a Paz Seja convosco 
E então a obra nos possibilita 
Que a Paz Seja connosco 

 A Paz É o Caminho 
Para o Amor Incondicional 
Que a todos nos une com o carinho 
No Divino e Eterno Silêncio Universal 

 A Paz É o Caminho!


Poema de: José Basto

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