domingo, 26 de agosto de 2012

FANATISMO E TOLERÂNCIA...


É natural que nas nossas escolhas, nas nossas andanças, encontremos essa ou aquela
filosofia de vida que mais nos pareça adequada.
É compreensível que a escolha religiosa de cada um de nós tenha um caráter próprio e
pessoal, que mais concorde com nossa visão de mundo e de Deus.
Assim também escolhemos o partido político, o time de futebol, o esporte preferido para
praticar, o hobby para os momentos de lazer, que nos pareça o melhor, e que tenha
mais significado para nós.
Como temos histórias de vida diferentes, percepções de mundo, valores, capacidades
intelectuais e emocionais muito pessoais e individualizadas, cada um de nós faz suas
escolhas externas em coerência com aquilo que já conquistou intimamente.
Dessa forma, mesmo que não concordemos com a opção de vida de outrem, mesmo que
tal ou qual situação jamais possa ser nossa escolha, para alguém isso pode ser o melhor.
Portanto, compreender que não serão todos que aceitarão a nossa religião como a
melhor, que verão nossa profissão como a mais acertada escolha ou que conseguirão
entender nossas opções, tudo isso faz parte da vida.
Todas as vezes que tentarmos forçar alguém a pensar como nós, entraremos em campo
perigoso.
Quando somos intolerantes com as opções distintas das nossas, quando não vemos com
naturalidade outros caminhos trilhados por tantos, estamos demonstrando nossa
inflexibilidade com a diversidade do pensar e do agir alheios.
O próximo passo, seguido à intolerância, será certamente o do fanatismo.
Quando não conseguimos aceitar as opções alheias, não conseguimos ver outros
caminhos para trilhar, tendemos a impor nossas escolhas como a única verdade e a
única opção lícita e saudável.
Seremos aqueles que tentaremos impor nossa religião, nossa filosofia de vida, nosso
esporte ou nosso hobby aos que nos cercam, para que eles se convençam da nossa
certeza, esquecendo-nos de que ela é nossa e de mais ninguém.
Disso concluímos que não nos cabe impor a ninguém nossa crença, seja religiosa, seja de
vida, ou de qualquer matiz.
*   *   *
Se convidados a opinar sobre o que seja, que possamos expor nosso ponto de vista com
naturalidade e tranquilidade, mas sem pretensão ou arrogância, como se o nosso
caminho fosse o único que conduz para a felicidade, para o bem-estar.
Quando temos necessidade de impor o que pensamos, mostramos não só a fragilidade e
incertezas que carregamos, como a necessidade constante de auto-afirmar nossas
crenças.
Numa sociedade tão diversificada como a nossa, pratiquemos a tolerância e a
compreensão para com o próximo.
Mesmo as opções errôneas que o outro, porventura, tenha feito, serão lições preciosas
para seu aprendizado, que talvez não ocorressem se não fosse de tal maneira.
Permitamos a cada um a liberdade do pensar e do agir, fazendo, de nossa parte, as 
opções que nos levem à felicidade, à paz e à consciência tranquila.

Redação do Momento Espírita.
Em 25.08.2012.