Conta-se que, após ouvir a
parábola do samaritano, narrada por Jesus, o Apóstolo
Tadeu ficou muito interessado no assunto.
Mais tarde, pediu que o Mestre
fosse mais explícito nos ensinamentos.
Jesus, com Sua peculiar bondade,
relatou o seguinte: Um homem enfermo jazia no
chão, às portas de grande cidade.
Pequena massa popular assistia
indiferente aos seus esgares de dor.
Passou por ali um moço romano de
coração generoso.
Apressado, atirou-lhe duas moedas
de prata, que um rapazelho de maus costumes
subtraiu às ocultas.
Logo após, transitou pelo local
um venerando escriba da lei.
Alegando tarefas urgentes a
realizar, prometeu enviar autoridades, em benefício do
mendigo anônimo.
Quase de imediato, desfilou por
ali um sacerdote, que lançou ao viajante
desamparado um gesto de bênção.
Afirmando que o culto a Deus o
esperava, estimulou o povo a asilar o doente e
alimentá-lo.
Depois dele, surgiu respeitável
senhora, a quem o pobre dirigiu comovente súplica.
A nobre matrona lastimou as
dificuldades de sua condição de mulher.
Invocou o cavalheirismo masculino
para aliviá-lo, como se fazia imprescindível.
Minutos mais tarde, um grande
juiz passou pelo mesmo trecho da via pública.
Afirmou que nomearia algumas testemunhas,
a fim de verificar se o mísero não era
algum viciado vulgar, e se afastou.
Decorridos ainda alguns
instantes, veio à cena um mercador.
Condoído, asseverou a sua
carência de tempo e deu vinte moedas a um homem que
lhe pareceu simpático.
Assim, esperou que o problema de
assistência fosse resolvido.
Mas o preposto improvisado era um
malfeitor e fugiu com o dinheiro sem prestar o
socorro prometido.
O doente tremia e suava de dor,
rojado ao pó.
Foi quando surgiu um velho
publicano, considerado de má vida, por não adorar o
Senhor segundo as regras dos fariseus.
Com espanto de todos,
aproximou-se do infeliz e lhe endereçou palavras de
encorajamento e carinho.
Deu-lhe o braço e o levantou,
sustentando-o com as próprias energias.
Conduziu-o a uma estalagem de
confiança, fornecendo-lhe medicação adequada.
Também dividiu com ele o dinheiro
que trazia consigo.
Em seguida, retomou com
tranquilidade o seu caminho.
Depois de interromper-se
ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo: Em sua
opinião, quem exerceu a caridade legítima?
Sem dúvida, foi o publicano, exclamou Tadeu.
Além de dar o dinheiro e
palavras, deu também o sentimento, o tempo, o braço e o
estímulo fraterno.
E para tudo usou das próprias
forças.
Jesus fitou no aprendiz os olhos
penetrantes e rematou:
Então, faça o mesmo!!
* * *
A caridade por substitutos é
indiscutivelmente honrosa e louvável.
Mas o bem que praticamos em
sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre o maior
e o mais seguro de todos.
Pensemos nisso!!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 29, do livro
Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 13.10.2012