domingo, 4 de maio de 2014

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV

"Ouve-se repetir muitas vezes que a liberdade é o bem mais
precioso! E que lutas os humanos travaram e ainda travam para a
conquistar! Muitos até sacrificarem a vida por ela. Mas, quando
ficam livres, o que é que eles fazem? Dir-se-ia que essa
liberdade lhes pesa, que eles não sabem o que fazer com ela.
Agora, que já não têm contra quem ou quê combater, que já
nada os impede de se deslocar, de agir, de exprimir as suas
opiniões, eles aborrecem-se e, para se distraírem, metem-se em
grandes enredos. Quantas vezes não se tem visto isto? A
liberdade é a melhor das coisas, mas com certas condições.
Quereis ser livres? Perguntai primeiro a vós próprios o que
fareis com essa liberdade. Para que vos servirá poder ir e vir
livremente se transportais pensamentos, sentimentos e desejos que
vos atam de pés e mãos e que acabarão por vos pôr na cama?
A única liberdade que vale a pena conquistar é a liberdade
interior: ela é que vos permitirá descobrir as verdades
essenciais de que necessitais para vos orientardes e serdes
apoiados na vida. Todas as maravilhas do céu e da terra estão
em vós e em vosso redor… mas, para as ver, para as
compreender, precisais de ser livres, interiormente livres."

"Aprendei a não contar com nada nem ninguém, nem com a vossa
família, nem com os vossos amigos, nem sequer com o Senhor –
sim, nem sequer com o Senhor!... –, mas somente com o vosso
trabalho. Porquê? Porque é graças ao vosso trabalho que depois
podereis contar com o universo inteiro. Quando o camponês semeou
o seu terreno, pode contar com o sol, a chuva, o orvalho, pois
eles contribuirão para fazer crescer as sementes. Mas, se ele
não semeou nada, será inútil contar com o que quer que seja.
Aliás, o Senhor não faz questão de que contemos assim tanto
com Ele. E não ide dizer-Lhe que a religião vos ensinou a
virar-vos para Ele sempre que vos encontrais em necessidade, pois
Ele responder-vos-á: «Aqueles que te ensinaram são ignorantes
se não aprenderam que as leis do mundo espiritual são
idênticas às do mundo físico. Eu não posso modificar essas
leis para agradar aos preguiçosos. Se quiseres que Eu te ajude,
começa tu por trabalhar.» Cabe-nos a nós, pois, começar por
fazer qualquer coisa para desencadear os processos psíquicos,
espirituais, que nos permitirão realizar os nossos melhores projetos."

"A questão da sexualidade só pode ser verdadeiramente resolvida
em função de cada pessoa. Querer, invocando razões morais,
impor regras idênticas a todos não é razoável, pois a mesma
disciplina que conduzirá uns para um verdadeiro desenvolvimento
espiritual pode levar outros à histeria, à neurose.
Os humanos não têm todas as mesmas necessidades e quem não tem
em conta esta realidade expõe-se ou a pregar no deserto ou a
infligir-lhes tormentos inúteis. Isso não quer dizer,
evidentemente, que eles não devem fazer esforços. Pelo
contrário, cada um, no nível em que se encontra, deve
esforçar-se por controlar a força sexual, a fim de viver o seu
amor de uma maneira mais poética, mais espiritual. O ato do
amor, em si, não é bom nem mau, será o que vós fizerdes dele.
Se trabalhardes sobre vós mesmos para vos purificardes, para
serdes mais luminosos, mais nobres, esse será ato será fonte de
todas as bênçãos para vós e para aquele ou aquela com quem
vos unis. O amor verdadeiro deve fortalecer e fazer crescer o ser
que amais. Quando o virdes crescer interiormente graças ao vosso
amor, sabereis o que é a verdadeira alegria."

"Pode-se escapar à justiça humana, é certo, mas é impossível
escapar à justiça divina, pois, mesmo que ela não se exerça
de forma visível sobre os culpados, afeta-os interiormente. Há
criminosos que conseguiram escapar sempre à justiça humana,
mas, como todos os atos têm repercussões na pessoa que os
comete, interiormente eles começam a periclitar: o seu estado
psíquico, a sua saúde, tudo começa a degradar-se.
Aparentemente, certos elementos ainda se mantêm, mas pouco a
pouco eles irão desagregar-se, pois é a parte interior que
mantém e alimenta o conjunto do edifício que o ser humano é;
e, se o interior se desagrega, o exterior também acaba por se destruir.
É assim que se manifesta a justiça divina e, ainda que as
sanções não sejam imediatamente visíveis, elas são
instantâneas: no momento em que o homem comete uma
transgressão, há algo nele que se obscurece, que se desagrega.
Talvez essa degradação só se note exteriormente nele anos
depois, mas interiormente já há algo que está a desagregar-se."

"Pensai que todos os seres humanos são vossos irmãos, vossas
irmãs, e que, se aprenderdes a aceitar as suas fraquezas, as
suas lacunas, as dificuldades que eles vos criam, atraireis a
benevolência e o apoio das entidades celestes. Nunca imiteis as
pessoas que se afastam dos outros com o pretexto de que eles são
inferiores a elas. Tais pessoas são ignorantes e não sabem que,
assim, estão a transgredir a lei da troca e que,
consequentemente, o mundo invisível recusará fazer trocas com elas.
Cabe a cada um descobrir como deve estabelecer verdadeiros
contactos com os outros. Que o homem de ciência se sinta feliz
por dar os seus conhecimentos e o sábio por dar a sua luz, e que
aqueles que os recebem se regozijem por ter sido instruídos e
esclarecidos! Que o forte fique feliz por apoiar o fraco e o rico
por ajudar o pobre, e que o fraco e o pobre fiquem reconhecidos
por se sentirem ajudados! Todos aqueles que, seja em que domínio
for, recusam fazer circular as suas riquezas, são como águas
paradas: eles nunca descobrirão o sentido da vida, pois a vida
só existe na circulação, nas trocas."

"Quem entra ao serviço de um patrão, de um chefe, põe-se à
disposição de alguém exterior a ele e perde, necessariamente,
uma parte da sua liberdade. Ao passo que quem se põe ao serviço
de Deus não serve um ser exterior a ele; por isso, longe de
perder a sua liberdade, pelo contrário, ele conquista-a. É esse
o fundamento da verdadeira religião. Enquanto os crentes não
compreenderem que devem procurar descobrir e servir Deus neles
mesmos, terão d’Ele uma conceção errada. E não há que
ficar surpreendido se a ideia de se pôr ao serviço de um ser
poderoso que se encontra não se sabe aonde e que talvez até
não passe de uma criação imaginária seja, para alguns,
absurdo ou insuportável.
Servir Deus… Esta ideia só será compreendida e aceite se o
ser humano tomar consciência de que a Divindade que ele quer
servir habita na sua alma. Quanto mais ele se consagra a Ela e
mais se aproxima d’Ela, mais entra em contacto com Ela. Graças
ao seu trabalho, ele consegue dissolver as escórias acumuladas
nele pelos seus pensamentos, sentimentos e desejos inferiores.
Assim, ele descobre pouco a pouco a quinta-essência do seu ser,
que é a quinta-essência do próprio Deus."

"Embora seja indispensável que as crianças e os adolescentes
estudem e obtenham diplomas, somos obrigados a constatar que,
mais importante do que o desenvolvimento do intelecto, é a
formação do caráter, pois o essencial é viver, não é ser
médico, advogado, engenheiro ou economista. E para viver, para
enfrentar todas as condições da existência, é importante
trabalhar sobre o seu caráter. A instrução é uma coisa e a
educação é outra. Mais do que de professores eruditos, os
jovens precisam de instrutores que lhes revelem o que é a vida e
como eles devem viver para que as forças, as qualidades e os
dons que eles têm possam manifestar-se plenamente.
Enquanto não se puser a tónica na formação do caráter em vez
de se estar focado só no desenvolvimento do intelecto, os
conhecimentos dados aos jovens nas escolas e nas universidades
só servirão para o seu sucesso pessoal, e muitas vezes eles
obtêm esse sucesso à custa dos outros. Mas, se lhes ensinarem a
trabalhar também sobre o seu caráter, a não procurarem usar os
seus conhecimentos só para o seu próprio proveito, ver-se-á
surgir seres capazes de fazer evoluir toda uma sociedade."

"Dois seres podem nunca se ter tocado com a ponta dos dedos mas
sentir entre si uma ligação forte, indestrutível. Nada nem
ninguém pode separá-los. Apesar das paredes, apesar das
montanhas e dos oceanos, eles estão juntos, porque o seu amor
escapa às limitações do plano físico.
Por certo já constatastes isso: quando vos sentis habitados pela
presença subtil de um ser querido, não precisais
necessariamente da sua presença física para vos sentirdes com
ele. Se sentis uma forte necessidade da sua presença física, é
porque estais a sair do vosso mundo interior, e aí podereis ter
de enfrentar grandes sofrimentos, pois quem vos diz que as
circunstâncias não vos privarão, mais cedo ou mais tarde, do
ser que amais?... Mas, se estiverdes interiormente habitados pela
sua presença, as circunstâncias exteriores terão menos
influência sobre vós. É um critério: se, ao pensar nesse ser,
sentis tanta alegria como se estivésseis com ele, sois livres, e
essa alegria nunca vos abandonará."

"Aqueles que conseguem passar para os outros as tarefas de que
deveriam ocupar-se ganham, aparentemente, qualquer coisa, mas
perdem muito mais. Em todos os casos em que lhes caberia a eles
fazer esforços físicos ou psíquicos, se não os fizerem
estarão sujeitos a doenças. E ficam cada vez mais vulneráveis:
quem não exercita as suas faculdades perde-as. Ao passo que
aqueles que adotam a filosofia do esforço aprendem a dominar a
sua vontade e reforçam-se. Descobrem todos os dias neles
possibilidades que não tinham a consciência de possuir e sentem
com isso uma alegria que nada nem ninguém pode tirar-lhes.
Acreditai em mim, a filosofia do esforço revela-nos que a
alegria reside no próprio esforço. Por isso, não passeis para
outros os encargos que vós próprios deveis assumir e, se for
possível, fazei o trabalho sem a sua ajuda. Acrescentarei até
que não deveis esperar que vos sejam impostos esforços do
exterior; vós é que deveis impô-los a vós próprios."

"Perante os destinos de certos seres humanos, somos tentados a
dizer que tais existências não têm sentido. Seres que tinham
possibilidades de aprender, de compreender, de fazer qualquer
coisa de útil, mas que, aparentemente, não aprenderam nada,
não compreenderam nada, não fizeram nada a não ser asneiras!
Será que valeu a pena eles viverem?... Pois bem, esse é um
raciocínio muito mau. A existência atual de um ser é apenas um
elo de uma longa cadeia. Para se compreender o que um homem ou
uma mulher vive numa das suas incarnações não se deve
considerar essa incarnação isoladamente, mas sim ligá-la a
todas as suas incarnações passadas, ao longo de séculos e
milénios, e, ao mesmo tempo, saber que essa existência
prosseguirá no futuro.
As pessoas enganam-se sempre acerca do significado a dar ao
presente, se não o posicionarem nessa continuidade que vai de um
passado longínquo a um futuro ainda mais longínquo. Quando não
se sabe que sentido dar à vida das pessoas, não se deve dizer
que ela não tem sentido algum, e, sejam quem forem os seres, é
um assunto sobre o qual não se tem o direito de emitir juízos.
Todas as vidas têm um sentido e, mais do que pronunciar-se sobre
a vida dos outros, cada um deve procurar dar cada vez mais
sentido à sua própria vida para preparar o seu futuro."

"Sofrer é desagradável e é natural querer acabar de imediato
com o sofrimento seja de que maneira for. Contudo, há
circunstâncias em que seria preferível não fugir
sistematicamente ao sofrimento e procurar obter nele forças para
uma vida nova, pois uma das propriedades do sofrimento é a de
despertar no ser humano qualidades que nunca surgem noutras
condições. Por isso, quando sofreis física ou moralmente,
pensai que vos está a ser dada uma oportunidade para fazerdes um
grande trabalho sobre vós mesmos.
Evidentemente, isto não se aplica a certas dores insuportáveis
que exigem que se tome medicamentos, mas desses mal-estares que
surgem tão frequentemente na vida quotidiana. Em vez de se
procurar imediatamente o sossego ou o esquecimento tomando
comprimidos ou outras substâncias, é preferível tentar
aproveitar esses inconvenientes para fazer um trabalho e se
reforçar interiormente. Conseguireis isso se não ficardes
concentrados no vosso sofrimento e vos esforçardes por
harmonizar tudo pelo pensamento nos vossos corpos físico, astral
e mental. Quando este trabalho estiver terminado, muitas vezes
constatareis que o vosso sofrimento desapareceu, precisamente
porque, por esse trabalho do pensamento, tereis conseguido
introduzir a harmonia em todo o vosso ser."

"Quando chega a primavera, nós começamos a alimentar-nos com os
raios do sol nascente, pois a luz é o melhor dos alimentos. E o
ar puro, a terra a despertar, as árvores à volta, também nos
alimentam, se soubermos como cozinhá-los... Sim, cozinhá-los!
Com o nosso pensamento, com o nosso amor, nós podemos fazer de
todos esses elementos pratos deliciosos.
A vida espiritual é um processo de alimentação. Ela é a arte
de transformar tudo o que recebemos do exterior em sabedoria, em
bondade, em poder, em paz. Nós contribuímos para esta
transformação começando por focar a nossa atenção no sol
nascente. Ao voltarmos depois para as nossas atividades
quotidianas, de cada vez sentimo-nos mais saciados e mais fortes,
mais ricos. Sim, mais ricos, pois aquela luz do sol que recebemos
é ouro, ouro etérico, e esse ouro vale mais do que todos os
lingotes armazenados nos bancos, pois traz-nos a vida."

"Quando já não conseguem suportar o seu presente, os humanos
têm tendência para se projetar no futuro. Mas não ganham nada
com isso, pois mais cedo ou mais tarde são obrigados a render-se
à evidência: esse futuro em que eles julgavam poder refugiar-se
não tem qualquer fundamento sólido, e então o que eles
descobrem é o vazio e a angústia. Mais do que sonhar com o
futuro, eles devem começar por viver bem o dia de hoje, em que
têm tantas coisas para saborear, para ver, para apreciar, para pensar!
Mas, para viverem bem hoje, eles têm de aprender a já não se
deixar arrastar pela sucessão dos acontecimentos e dos estados
interiores que esses acontecimentos criam. Que façam uma pausa!
Vós direis que a vida é um fluxo ininterrupto impossível de
parar. É verdade, mas nesse fluir do tempo vós podeis encontrar
uma maneira de vos deterdes para pôr um pouco de ordem em vós
mesmos, para vos sintonizardes com ritmos mais harmoniosos. E é
aí que se descobre até que ponto a meditação é uma prática
necessária. Meditar é reter a marcha precipitada do tempo a fim
de introduzir em si um ritmo, uma paz, uma luz, que deixarão a
sua marca ainda por muito tempo."

"O que é a ressurreição? A manifestação de uma corrente de
vida que atravessa regiões nas quais, fisicamente ou
psiquicamente, a doença e a morte tinham começado a operar. Há
tantos fenómenos da natureza que podem dar-nos uma ideia deste
processo! Não só o germe que sai da semente, mas também o
pinto que sai do ovo, certos animais que despertam da sua
hibernação, a crisálida que se transforma em borboleta, são
imagens da ressurreição. E as árvores? Também elas
ressuscitam na primavera: todos aqueles ramos negros e nus que se
cobrem de folhas e de flores! É mais uma ressurreição. E por
que é que elas ressuscitam? Porque não estavam mortas, porque a
vida continua presente nelas.
Todos estes fenómenos da natureza têm a sua correspondência no
homem. Fisicamente, psiquicamente, todos os dias o homem morre e
ressuscita. Quando a vida enfraqueceu nele, ele morre; quando ela
se reforça, ele ressuscita. É como se um sangue novo circulasse
nas suas veias. Só a vida, a vida divina, nos ressuscita, e nós
devemos trabalhar para nos encher com essa vida."

"Embora por vezes haja razões para criticar os dirigentes de um
país e fazer troça deles, esse não é, em todo o caso, o
método conveniente para os tornar melhores e mais competentes.
Pelo contrário, ao importuná-los com pensamentos e sentimentos
negativos, não só não se resolve nada como se cria
condições, no invisível, para que eles cometam mais erros e
tomem decisões cada vez menos esclarecidas para o país.
Se quereis ajudar realmente o vosso país, em lugar de
vociferardes continuamente contra aquele que está à cabeça ou
de o ridicularizar, enviai-lhe luz. Não podeis ajudar todo o
país, porque ele é imenso, mas basta ajudar só um homem, é
mais fácil; e ele é que fará bem a todos, porque muitas coisas
dependem dele. Um só foi bem inspirado e todos beneficiam com
isso. Os cidadãos de um país devem tomar consciência,
finalmente, das ligações que existem entre eles e os seus
dirigentes. Não basta exigir isto, reclamar aquilo, e
revoltar-se se não se conseguir obtê-lo; é preciso aprender a
conhecer os métodos mais eficazes para obter o que se deseja sem
complicar as situações. "

"Não se deve considerar o otimismo e o pessimismo como simples
questões de temperamento; otimismo e pessimismo supõem duas
filosofias de vida. Só quem procura os bens espirituais pode ser
verdadeiramente otimista; ao passo que quem se concentra nos bens
materiais, mesmo que comece por estar cheio de esperança, mais
cedo ou mais tarde acabará por abandonar as suas ilusões.
O pessimista não vê mais longe do que as pequenas coisas da
terra. O otimista, pelo contrário, abre a sua alma às vastas
extensões do céu, pois sabe que a predestinação do homem é
voltar, um dia, para a sua pátria celeste. No caminho que conduz
a essa pátria, ele encontrará o mal, evidentemente, sob todas
as suas formas, sofrerá, duvidará dos outros e de si mesmo,
desanimará. Mas, mesmo nos piores momentos, não soçobrará,
porque no seu coração, na sua alma, tem registada esta verdade:
Deus criou-o à sua imagem e essa imagem de Deus contém, em
potência, todas as riquezas, todas as vitórias.
Se há algo de que nunca devemos duvidar é de que um dia
voltaremos à nossa pátria celeste, ao passo que com aquilo que
se empreende na terra o sucesso é muito mais duvidoso e, em todo
o caso, é efémero. Quando um estudante não conseguiu passar
num exame várias vezes, fazem-no compreender que é inútil
insistir e que deve desistir. Mas, quando se trata da nossa
predestinação divina, ela está tão profundamente inscrita em
nós que, um dia, após muito trabalho, chegaremos ao objetivo. E
é isso, verdadeiramente, o otimismo."

"Quando entrais numa floresta, lembrai-vos de que um grande
número de criaturas vive e se movimenta nelas de um lado para o
outro, ocupadas em diferentes atividades. Procurai estabelecer
relação com elas e dirigi-lhes mesmo a palavra para lhes
mostrar que apreciais o seu trabalho.
Aproximai-vos de um carvalho, de um pinheiro... apoiai a vossa
mão no seu tronco e dizei-lhe: «Como tu és belo! Como tu és
forte! Dá-me um pouco da tua solidez e da tua resistência... E
encarrego-te também de uma mensagem para todas as outras
árvores da floresta. Diz-lhes que são magníficas e que eu as
amo. Saúda cada uma da minha parte, transmite-lhes um beijo
meu», e abraçais e beijais a árvore. Então, as entidades que
habitam nela apressar-se-ão a transmitir o vosso amor a toda a
floresta e, enquanto vós continuais a passear, as outras
entidades, que receberam a vossa mensagem, saem das árvores para
vos saudar, dançam quando vós passais. Quando regressardes a
casa, estareis felizes, como se tivésseis encontrado amigos."

"Há imensas pessoas a quem vós gostaríeis de dizer que devem
ser mais pacientes, mais indulgentes, mais sinceras, mais
estáveis, etc. Mas não tenhais ilusões, se vós próprios não
tiverdes as qualidades que pretendeis despertar nelas, por mais
que façais não conseguireis influenciá-las.
Compreendei bem que nenhuma palavra, nenhum meio exterior, pode
conseguir transformar os seres humanos. É interiormente, no
coração, na alma, no espírito, que vós deveis possuir um
elemento especial. Esse elemento que vibra, que irradia, é que
influencia aqueles que vos rodeiam; então, sem sequer terdes de
abrir a boca, fazeis nascer neles o desejo de possuírem a
qualidade que apreciam em vós. Talvez não o consigam de
imediato, porque uma pessoa não se liberta dos seus apetites e
desejos inferiores de um dia para o outro, mas eles
aperceber-se-ão de que há em vós algo de luminoso, de
caloroso, de vivo. Essa luz, esse calor, essa vida, é que se
imporão a eles e eles quererão seguir o vosso exemplo."