domingo, 19 de fevereiro de 2017

OS FRUTOS DO ESPÍRITO - EQUILIBRIO


Seguindo o nosso estudo, o Fruto do Espírito abordado hoje será Equilíbrio. Todos esses frutos, conforme disse no primeiro texto, fazem parte do trabalho espiritual do curso canalizado Sete Semanas de Cura" e foram passados pela sabedoria de Athena. E trazer aqui o Equilíbrio é inevitavelmente lembrar de que ele faz parte dos atributos da chama Verde, representada pela Mestra.

Normalmente se pensa que uma pessoa equilibrada é sempre serena, fala baixo e pouco, passiva, extremamente calma. Mas, assim como vimos na alegria, existe muita confusão na compreensão desses sentimentos e posturas internas. Autuo a religião como principal causadora dessa confusão. Ela que sempre distorceu a imagem do “divino”, dando-nos um modelo injusto, falso, da Espiritualidade e dos comportamentos de alguém que caminha na luz. 

Daí nascem os dogmas e doutrinas de homens que não visam educar o indivíduo e direcioná-lo num caminho promissor. Antes, os restringem, reprimem, boicotam, machucam.

Quando falamos de equilíbrio nos referimos a um estado interior de organização e gerência de emoções, pensamentos, sentimentos e atitudes. Uma pessoa equilibrada não é aquela que não sente ciúme, medo, raiva ou algo do tipo, mas que sabe lidar com tais sensações. O equilíbrio confere a habilidade de ser Senhor de si mesmo, sem se reprimir ou se negar. Conforme o versículo bíblico: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm.

O equilibrado possui discernimento para lidar com essa questão. Ele sabe que pode sentir tudo, fazer tudo e de que não há prisões para ele. Entretanto, se educa, pondera, impõe a si limites que sejam saudáveis e procura nunca ir além das fronteiras emocionais que o colocarão em situações de conflitos ou problemas mais sérios. Ele foge de encrenca, dá a outra face pra não perder tempo com discussões e disputas de opinião que não lhe acrescentarão nada de bom. Embora saiba se impôr quando necessário e o faz seguramente.

Foge da imposição do ego sobre os outros, respeita a cada um no seu direito de ser e pensar o que quiser. O equilibrado trabalha o que sente, entende que é responsável por si e não autua terceiros pelo que lhe ocorre emocionalmente. Contudo, sabe tratar as relações com sabedoria e justiça.

O equilibrado não está sempre feliz e sereno, não se esqueça de que somos humanos e oscilamos naturalmente em nossas emoções. A diferença está na forma como você lida com elas. Ou você as administra ou elas gerenciarão você e suas ações. O equilibrado pratica a arte de pensar antes de falar e a interação consigo mesmo com o objetivo de se direcionar sempre da melhor forma que puder.

Ele chora também, se questiona, se debate, sente ódio, assim como qualquer um. O que muda é que o equilibrado encara o que sente, ouve, se cura e segue adiante. O equilíbrio anda de mãos dadas com a assertividade, organização, disciplina, auto controle, gestão de si e limites a si no tocante às relações em volta. Desmistifique o equilíbrio, tire a imagem do robô que age por comandos e entenda que ele tem a ver muito mais com a ação tomada perante cada situação.

Para resumir, equilíbrio é ação, arbitrária, pensada, planejada. Desequilíbrio é reação, impulsividade no comando, ações realizadas como reflexos de outras, partindo de pessoas que não tem posse de si. E o equilibrado é aquele que tem posse de si.

O próximo Fruto que veremos é Discernimento.
 

É interessante a forma como esses Frutos do Espírito que estamos estudando têm complementado um ao outro! E a cada um que vemos, entendemos que é preciso cultivar todos, indiscriminadamente. Pois cada Fruto desperta em nós algo necessário para uma vida feliz e satisfatória. E o nosso Fruto de hoje é o Discernimento. Como é importante cultivá-lo!

Discernimento é a capacidade de saber decidir, escolher com bom senso, avaliar algo com clareza, sabedoria. Uma pessoa que anda de mãos dadas com o discernimento assegura-se de evitar inúmeros contratempos, infortúnios, problemas. O discernimento nos concede a visão do que é melhor em cada momento ou circunstância. Julgar nossas ações e avaliar nossas escolhas e decisões antes de realizá-las é abraçar o discernimento.

Normalmente agimos por impulso, vamos e fazemos pra depois pensarmos no que foi feito. E isso traz consequências! E quantas delas não são nada agradáveis? Pois então, o discernimento evita esses transtornos que são desnecessários. Claro que em muitos casos teremos de pagar pra ver, mas mesmo assim, podemos inserir aí o discernimento de compreender que muitas vezes a experiência nos dará as melhores conclusões sobre determinada situação.

E naquilo que se pode evitar, o discernimento é uma ferramenta de sabedoria e humildade. Discernimento pra saber o que falar, quando falar, o que postar nas redes sociais, o que pode ser exposto acerca da nossa vida pessoal. Discernimento para avaliar com quem andamos, nossas relações e amizades. Discernimento para escolher os caminhos melhores pra nossa vida e pra fazer isso, um planejamento e estudo dos efeitos a curto, médio e longo prazo é importante e ajuda muito. 

Discernimento pra reconhecer que na dúvida, pare, pense melhor. Avalie novamente, espere um pouco, aja com maturidade, cautela, mansidão e assertividade. Tudo isso, o discernimento nos ajuda a obter e praticar.


Quem cultiva o discernimento evita o desnecessário aborrecimento, rimou. Só temos a ganhar quando fazemos dele um aliado em nossas escolhas, decisões e ações. É o famoso "contar até dez" antes de falar ou agir. Mas, quando o assunto é nossa felicidade, às vezes, contar até mil vale a pena. Em outros casos, pensar demais atrapalha. E pra saber quando é hora de agir ou dar um passo para trás, nada melhor do que o discernimento pra dar essa clareza. 

E quando não conseguimos ter essa lucidez sozinhos, é aí que entram os amigos (verdadeiros), os orientadores, os terapeutas. Pessoas capacitadas para ajudar você a tomar boas decisões, pensando e estudando a situação de forma sábia, paciente, segura, confiante e principalmente promissora. 

O próximo Fruto que veremos será Bondade. 
 

Seguindo o nosso assunto, Frutos do Espírito, vamos falar hoje de Bondade. Faltam apenas mais dois pra vermos, são nove no total. E assim que eu o fizer, vou dar uma pausa no meu trabalho aqui, depois falo mais sobre isso. 

Bom, na minha opinião, poucas coisas são tão distorcidas em nosso país quanto a ideia de bondade. Uma pessoa boa, para a maioria no Brasil, é aquela que faz tudo pra todo mundo, que coloca os outros em primeiro plano, que abdica das próprias coisas em favor do próximo. Bondade na visão religiosa brasileira é caridade pra Deus e o mundo.

Só que a verdadeira bondade não tem nada disso. Até porque se você negligencia a sua própria vida por causa dos outros já está deixando de ser bom consigo, logo, isso não pode ser bondade, mas auto abandono. Ser bom não é ser bobo e nem estender a mão sempre, sempre, sempre, mesmo que o ajudado não faça o menor caso de mudar, tampouco de ser grato pela ajuda que recebe.

A Bondade tem um princípio, justiça, assim como tudo o que é bom. É fazer o Bem indiscriminadamente sim, mas com discernimento, sabedoria, humildade (aceitação do real) e muito respeito por si. É ser generoso, mas sem passar por cima de si mesmo, muito menos ir além dos próprios limites. Ser bondoso é agir com amor, nunca ser excessivamente dado com o mundo sempre dizendo “sim” a qualquer um que lhe peça ajuda. E saber quanto parar, principalmente quando não há nenhum retorno, no tocante às relações humanas. 

O bondoso sabe dizer “não” também. Porque muitas vezes o “não” firme será a melhor ajuda que alguém terá de você. É através de um “não”, ou de um “chega”, “basta”, que o aproveitador vampiro toma vergonha e decide largar a teta e reagir. O seu “não” foi exercício da bondade, pois deu ao outro uma injeção de realidade, incitou-o ao movimento e isso é muito bom.

A bondade não pode ser hipócrita, falsa. Não se faz o Bem porque é o dever, se faz porque há sentido e escolha livre e espontânea pelo mesmo. Quem faz o Bem por obrigação não é bondoso, é falso. Quem faz o Bem esperando retorno não é bondoso, é manipulador e hipócrita. E bondade, como tudo, tem limite.

Não confunda ser bom com ser idiota, capacho de terceiros. Antes de tudo e todos, você precisa ser bom consigo mesmo. E é só sendo bom com você que será possível exercer a verdadeira bondade com o próximo. Do contrário é vaidade. Bondade é ação funcional em prol do progresso de outrem, do todo ou de si mesmo. Toda atitude movida pelo amor, desinteressada, justa, generosa, espontânea, mas com certo limite, é bondade. O que foge disso é perigoso e sempre traz um mau fruto.

Exerça a bondade, seja generoso. Entretanto, lembre-se de que a primeira pessoa a receber o seu Bem deve ser você mesmo. E nunca passe por cima de si ou se desrespeite por causa do Bem do outro. Porque você é você, o outro é o outro. Não tome o que é dele, ajude, doe, troque, quando possível e de maneira sábia e saudável. Seja bom e justo consigo e inevitavelmente o será com os demais. Um ser que sabe se amar e dar o melhor a si está mais do que apto a espalhar a bondade por onde quer que passe e inevitavelmente o fará. Porque a bondade é um exercício espontâneo de quem é bom consigo mesmo.

O próximo Fruto será Perseverança.
 
Crer é a chave!
 
Mensagem de Vinícius Francis em Fevereiro de 2017