Acontece às vezes. Os casais se separam e passam a disputar os filhos como se eles fossem seu patrimônio.
Não se preocupam em lhes perguntar como estão se sentindo, com quem desejariam morar.
Mesmo porque a resposta certa e fácil deles seria: Com os dois. O que causaria para ambos um grande transtorno.
E as decisões são, habitualmente, muito frias. São estabelecidos dias para visitas, dias em que os filhos poderão estar com aquele que não ficará com a guarda deles.
E os pequeninos, acostumados a terem mamãe e papai em casa, terão que obedecer a uma escala para amar, dia certo para abraçar, para passear, para gozar da companhia de quem tanto querem.
Em outras circunstâncias, ocorre, também, que pais, normalmente jovens, precisam trabalhar, estudar. E o bebê fica com a avó, a tia, alguém da família. Por vezes, uma babá de muita confiança.
Ocorre, o que é natural, que no transcorrer do tempo, o bebê vai crescendo e ele se sente seguro e feliz com aquela pessoa que ele vê, toda vez que chora por estar com dor, fome ou precisa ter as fraldas trocadas.
Aquela pessoa é quem com ele brinca, quem lhe ensina as primeiras palavras. É quem lhe descobre o primeiro sorriso, o primeiro dentinho.
É quem lhe estende as mãos quando ele cai, ao tentar dar os seus primeiros passos. É quem o incentiva a subir os degraus, é quem lhe serve a sopa.
É também esse alguém que ele beija, abraça e ama.
De forma natural vai para a casa dos pais, está com eles pois que eles também lhe dão atenção, nas horas em que não se encontram às voltas com seus afazeres e preocupações.
Mas é lógico que a criança sentirá falta daquele alguém a quem se acostumou, em quem confia.
É nesse momento, quando os pais percebem que não são exclusividade no coração da criança, que, às vezes, tomam atitudes inesperadas.
Resolvem quebrar, de vez, os elos entre seu pequeno e a pessoa que até então cuidava dele. E afastam um do outro.
Colocam a criança na escolinha, diminuem de forma repentina os contatos com aquela
pessoa: avó, tia ou babá.
Dizem que a criança deve aprender a amar os seus pais. E ela ama.
Mas o ciúme, o medo de serem preteridos faz com eles ajam assim.
Esquecem que com isso causarão no seu pequeno lesões, em nível afetivo, de caráter grave.
Esquecem que o amor não se impõe, não se compra.
O amor se conquista e a conquista é lenta, trabalhosa e incessante.
* * *
O amor, quanto mais se divide, mais se multiplica. Não há limites para o amor, nem na sua intensidade, nem nas suas gradações.
Por isso mesmo, seu filho pode e amará você, mãe, você, pai, sem que deixe de amar também a avó, o tio, a tia, a babá.
O amor não deve ser entendido como uma disputa, como algo que pode ser exigido. Ele necessita do trabalho lento dos dias, do aconchego constante, das demonstrações de carinho, dos pequenos nadas que fazem a nossa vida tão agradável.
Ame seu filho, mas não o impeça de amar a quem quer que seja. Se você fizer isso, estará frustrando nele uma grande capacidade que Deus deu a todos nós: amar sem medidas, sem restrições a tudo e a todos.
Redação do Momento Espírita
Em 13.4.2017
Em 13.4.2017
Fonte: http://www.momento.com.br