Ele se chama
Jorge Bergero. É um violoncelista da orquestra do Teatro Colón, em Buenos
Aires.
Mas, com certeza,
seu mais importante papel e a mais extraordinária lição que confere ao mundo é
o que realiza como presidente da Associação Civil Música para a Alma.
Iniciada na
Argentina, com apenas dez músicos, hoje conta com mais de dois mil e quinhentos
e extrapolou as fronteiras do país.
Já alcançou o
Uruguai, Bolívia, Chile, Peru, Paraguai, Equador, Itália, França e Israel.
O propósito é
tocar músicas clássicas em hospitais e locais em que se encontram idosos
internados. O objetivo é levar a música
a quem está distante dela e alegrar a todos.
Assistir aos
vídeos que mostram esses artistas se apresentando em salas e corredores de
hospitais é emocionante.
Pacientes retidos
no leito, com quase nenhuma mobilidade, erguem os braços e acompanham o ritmo
das músicas, como se fossem autênticos maestros.
Alguns tentam
acompanhar os tenores e sopranos, na execução dos trechos de ópera.
O projeto foi
inspirado na namorada de Jorge, Maria Eugênia Rubio, uma flautista incrível e,
segundo ele, muito bonita.
Bonita de corpo e
alma. Um sorriso maravilhoso.
Em 2008, ela foi
diagnosticada com câncer de mama e, na medida em que a enfermidade avançava,
ficava sempre mais difícil para ela continuar a executar o seu instrumento.
Internada para
tratamento, Jorge e seus amigos resolveram levar a música para ela e aos demais
pacientes do hospital.
Nascia ali o
projeto Música para a Alma. E descobriram como aquilo fazia bem. Criava
momentos mágicos, inigualáveis para os internados. Alguns recordavam de
momentos felizes de suas vidas.
E os músicos, ao
concluírem a sua apresentação, por se sentirem imensamente felizes, se
indagavam: Quando será nosso próximo concerto?
Em dezembro de
2011, Eugênia partiu. Em nome do amor a ela e à música, que Jorge qualifica
como o próprio oxigênio para sua vida, ele continuou com o projeto e ainda o
ampliou.
Hoje, são em
torno de setenta a oitenta concertos realizados, por ano.
E o que é
grandioso é ver honrada dessa forma a lembrança de um grande amor, fonte
inspiradora do trabalho inicial.
Quando tantos de
nós, ante a morte de um ser querido, nos isolamos e até desistimos de viver, o
músico argentino continua a sorrir e a fazer sorrir aos demais.
Em nome do amor.
De um grande amor, que ele multiplica com suas ações.
Que grandes benefícios
espalha ele, além de, com seu exemplo, ter arrebatado tantos outros músicos
igualmente idealistas.
Profissionais
que, com regularidade, deixam os palcos, os trajes de gala para se misturarem
ao povo sofrido, e lhes oferecer o melhor de si: a execução de peças clássicas
com seus instrumentos musicais ou as modulações impecáveis das suas vozes.
* * *
Em meio a tantas
dores, a situações complexas que envolvem as nações, enquanto muitos discutem
estratégias militares, políticas e governamentais, gente simples espalha suas
sementes de alegria e amor.
Gente como você e
eu, gente que deseja abraçar o seu próximo e o faz com o melhor de si.
Pensemos nisso: O
que nós podemos fazer para tornar melhor a vida de alguém?
Redação do
Momento Espírita.
Em 16.8.2018
Fonte: http://www.momento.com.br/pt/index.php