domingo, 19 de agosto de 2018

MUSICA PARA A ALMA



Ele se chama Jorge Bergero. É um violoncelista da orquestra do Teatro Colón, em Buenos Aires.

Mas, com certeza, seu mais importante papel e a mais extraordinária lição que confere ao mundo é o que realiza como presidente da Associação Civil Música para a Alma.

Iniciada na Argentina, com apenas dez músicos, hoje conta com mais de dois mil e quinhentos e extrapolou as fronteiras do país.

Já alcançou o Uruguai, Bolívia, Chile, Peru, Paraguai, Equador, Itália, França e Israel.

O propósito é tocar músicas clássicas em hospitais e locais em que se encontram idosos internados.  O objetivo é levar a música a quem está distante dela e alegrar a todos.

Assistir aos vídeos que mostram esses artistas se apresentando em salas e corredores de hospitais é emocionante.

Pacientes retidos no leito, com quase nenhuma mobilidade, erguem os braços e acompanham o ritmo das músicas, como se fossem autênticos maestros.

Alguns tentam acompanhar os tenores e sopranos, na execução dos trechos de ópera.

O projeto foi inspirado na namorada de Jorge, Maria Eugênia Rubio, uma flautista incrível e, segundo ele, muito bonita.

Bonita de corpo e alma. Um sorriso maravilhoso.

Em 2008, ela foi diagnosticada com câncer de mama e, na medida em que a enfermidade avançava, ficava sempre mais difícil para ela continuar a executar o seu instrumento.

Internada para tratamento, Jorge e seus amigos resolveram levar a música para ela e aos demais pacientes do hospital.

Nascia ali o projeto Música para a Alma. E descobriram como aquilo fazia bem. Criava momentos mágicos, inigualáveis para os internados. Alguns recordavam de momentos felizes de suas vidas.

E os músicos, ao concluírem a sua apresentação, por se sentirem imensamente felizes, se indagavam: Quando será nosso próximo concerto?

Em dezembro de 2011, Eugênia partiu. Em nome do amor a ela e à música, que Jorge qualifica como o próprio oxigênio para sua vida, ele continuou com o projeto e ainda o ampliou.

Hoje, são em torno de setenta a oitenta concertos realizados, por ano.

E o que é grandioso é ver honrada dessa forma a lembrança de um grande amor, fonte inspiradora do trabalho inicial.

Quando tantos de nós, ante a morte de um ser querido, nos isolamos e até desistimos de viver, o músico argentino continua a sorrir e a fazer sorrir aos demais.

Em nome do amor. De um grande amor, que ele multiplica com suas ações.

Que grandes benefícios espalha ele, além de, com seu exemplo, ter arrebatado tantos outros músicos igualmente idealistas.

Profissionais que, com regularidade, deixam os palcos, os trajes de gala para se misturarem ao povo sofrido, e lhes oferecer o melhor de si: a execução de peças clássicas com seus instrumentos musicais ou as modulações impecáveis das suas vozes.

*   *   *

Em meio a tantas dores, a situações complexas que envolvem as nações, enquanto muitos discutem estratégias militares, políticas e governamentais, gente simples espalha suas sementes de alegria e amor.

Gente como você e eu, gente que deseja abraçar o seu próximo e o faz com o melhor de si.

Pensemos nisso: O que nós podemos fazer para tornar melhor a vida de alguém?


Redação do Momento Espírita.
Em 16.8.2018
Fonte: http://www.momento.com.br/pt/index.php