domingo, 3 de fevereiro de 2019

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"Quando despertais, de manhã, esforçai-vos por tomar consciência da importância desse momento, pois dele dependerá todo o resto do vosso dia e desse dia dependerá o seguimento da vossa existência. Se não viverdes bem o hoje, passareis cada dia seguinte a reparar as consequências dos erros cometidos na véspera. Todos aqueles que se preocupam com o seu futuro e descuram as vinte e quatro horas presentes deixam lacunas por toda a sua existência e voltarão à terra para corrigir, reparar e sofrer.
Se conseguirdes viver bem cada vinte e quatro horas, estareis a preparar as vinte e quatro horas seguintes, e o programa que se apresentar será mais fácil de executar: o terreno está desbravado, não há empecilhos e, assim, a vida fica facilitada. Começai, pois, por viver bem os primeiros instantes de cada dia, para preparardes as horas seguintes. Dizei para vós próprios: «O passado é passado e o futuro é o que está para vir, mas eu disponho do hoje. Então, toca a trabalhar!»"

"Há a terra e há o Céu; um e outro pedem a nossa atenção e nós devemos trabalhar para ambos, começando por ter o cuidado de fazer bem a distinção entre os valores materiais, terrestres, e os valores espirituais. Enquanto vivermos na terra, está fora de questão abandoná-la. Mas nesta terra nós devemos somente assentar os nossos pés, mantendo a cabeça no Céu, isto é, devemos pôr em todas as nossas atividades a sabedoria e o amor, para que cada uma delas nos aproxime do mundo divino.
Para usar uma imagem, direi que nós devemos encarar a nossa existência terrestre à semelhança das plantas. Observai uma árvore: ela permanece fixa na terra, mas, graças à água e à luz que recebe do céu, transforma a terra e fá-la evoluir, dando flores e frutos. A árvore revela-nos como trabalhar sobre a terra ao mesmo tempo que nos dirigimos para o Céu. É mais uma lição que a Natureza nos dá: devemos não só não negligenciar a terra, a matéria, mas também transformá-la."

"O amor é uma ciência, mas muito poucos se preocupam em estudá-la. Por isso há tantas pessoas que, cheias de boas intenções, vão dedicar-se aos outros, pronunciando constantemente a palavra “amor”, mas pouco tempo depois estão desiludidas e com amarguras. Era inevitável! O seu amor, que não era esclarecido, pô-las em situações deploráveis e agora elas queixam-se de que o amor é a causa de todos os males.
Na realidade, é a ignorância acerca do amor que causa as infelicidades, não o amor em si mesmo. Mas vós deveis exercitar-vos durante muito tempo a ligar-vos a Deus, à Fonte da vida eterna, para que a água em vós – isto é, as vossas forças, as vossas energias – se renove continuamente. No início, este exercício parecer-vos-á aborrecido. Desejais amar Deus, mas o vosso coração permanecerá vazio, ficareis enfastiados e deixareis os vossos pensamentos vaguearem. Mas continuai, pensai que toda a vossa vida depende dessa ligação que estais a criar com Ele. Pouco a pouco, tornar-vos-eis tão ricos, tão fortes, que, simplesmente pelo pensamento, podereis ajudar milhares de seres no mundo, pois não há fronteiras para as ondas, para as energias."

"Todo o ser humano tem uma certa aparência física que permite reconhecê-lo: perante certas formas físicas, ninguém pode enganar-se. Mas, interiormente, ele possui a faculdade de se identificar com tudo o que existe e, aliás, é o que faz, com mais ou menos consciência disso, ao longo de um dia: há algo nele que, por mimetismo, está sempre a identificar-se com o que ele toca, vê ou ouve. Por isso, devemos estar vigilantes e, de vez em quando, parar um momento para nos apercebermos de com quem e com o que é que estamos a identificar-nos, pois, mais cedo ou mais tarde, tornar-nos-emos esses seres e essas coisas com que nos fundimos por uns momentos.
É sobretudo com a luz que devemos procurar fundir-nos, para um dia nos tornarmos, realmente, essa luz. Se, a partir da centelha que habita em nós, o nosso espírito, conseguirmos iluminar, pouco a pouco, todo o nosso ser, seremos portadores das mesmas bênçãos que a luz solar, teremos todos os seus poderes."

"O que é uma morada? Um lugar onde alguém se abriga, ou trabalha, ou vive. Mas podemos dizer que o nosso corpo físico já é uma morada, e o mesmo se passa relativamente a qualquer corpo material: um animal, uma árvore, uma flor ou uma pedra são moradas.
No plano físico, nós possuímos pelo menos duas moradas: a nossa casa e o nosso corpo. A morada não é, pois, uma realidade somente do plano físico, é também uma realidade dos planos psíquico e espiritual. Nós também temos moradas nos planos subtis: os corpos astral, mental, causal, búdico e átmico. Assim, do mesmo modo que pode haver diferentes moradas no mesmo edifício, as nossas diferentes moradas psíquicas fazem parte do nosso corpo físico.
Esta questão da morada vai ainda mais longe, pois a casa de madeira, de pedra ou de betão, que alberga o nosso corpo físico, habita, ela própria, numa outra casa, muito maior e mais vasta: a Terra; a Terra habita no sistema solar; e o sistema solar habita no Cosmos… São estes os termos em que se coloca a questão da casa."

"A luta contra o mal está a cargo das entidades celestes e não dos humanos: eles não têm nem calibre, nem envergadura, nem métodos para isso. Todos os que se julgaram suficientemente fortes para combater o mal foram vencidos, pois o mal é uma força cósmica extremamente poderosa. Porém, é um erro pensar que ele tem tanto poder como o bem e que o Diabo é tão terrível que pode opor-se a Deus eternamente. Mas não está ao alcance dos humanos vencerem esta entidade. Quando alguns audaciosos acreditam que receberam a missão de acabar com o mal no mundo, ignoram os perigos a que se expõem.
Contudo, isto não é razão para nada fazer e ficar à espera de que as entidades celestes venham deitar por terra aquele que, no Apocalipse, é designado por “dragão”. Todos os dias, avançando no caminho da luz, nós podemos reforçar o exército do bem, o exército dos filhos e filhas de Deus, para tornar mais próxima a sua vitória. Quando este exército for suficientemente numeroso, as entidades das trevas serão vencidas. Elas continuam a exercer a sua atividade destruidora porque ainda são alimentadas pelas cobiças e pelos desejos inferiores dos humanos."

"A primeira condição para a vossa salvação é a vigilância. Nunca deixeis a perturbação e a confusão instalarem-se em vós. Ao menor alerta, em vez de vos dispersardes, subi! Refugiai-vos no vosso santuário interior, apelai ao Espírito Santo em vós, pedi-Lhe conselho, pois Ele é que vos dará armas. Mesmo na tormenta mais intensa, se uma parte de vós for capaz de permanecer nessas alturas, nenhum inimigo poderá prejudicar-vos. Porque é que a aviação é uma arma tão temível na guerra? Porque ataca de cima.
As precauções a tomar e os métodos a utilizar no plano espiritual são muito análogos aos do plano físico. Quando os inimigos se aproximam, não se dispersa as forças; há que concentrá-las e subir. Concentrai-vos, vós também. É concentrando-vos que subireis… Refleti e tentai perceber em que ocasiões fostes afetados, maltratados, por terdes ficado em baixo, dispersos."

"Esperar… O discípulo de um ensinamento espiritual aprende a cultivar a espera, esse estado interior que o mantém desperto. Assim, no momento em que for visitado por entidades luminosas, estará pronto para lhes abrir imediatamente as portas da sua alma. Só esta atitude de espera o torna capaz de perceber os acontecimentos do mundo invisível, as correntes que o atravessam e as presenças que lhe trazem bênçãos. Vós direis que nunca vistes essas presenças. Mas é assim tão necessário vê-las? Podeis senti-las, o que é muito mais importante. Se o vosso coração e a vossa alma não sentirem as revelações que as entidades celestes vos trazem, vê-las não vos servirá de grande coisa.
Vós esperais uma luz, uma graça do Céu… Nunca fiqueis impacientes; pelo contrário, aprendei a cultivar a espera, pois a cada instante podereis receber um aviso, uma informação, um esclarecimento, um alimento. Graças à vossa espera, os vossos centros subtis estarão sempre alerta. Criareis assim uma espécie de célula sensível que vos avisará da chegada de um mensageiro, de um visitante divino."

"O que é uma morada? Um lugar onde alguém se abriga, ou trabalha, ou vive. Mas podemos dizer que o nosso corpo físico já é uma morada, e o mesmo se passa relativamente a qualquer corpo material: um animal, uma árvore, uma flor ou uma pedra são moradas.
No plano físico, nós possuímos pelo menos duas moradas: a nossa casa e o nosso corpo. A morada não é, pois, uma realidade somente do plano físico, é também uma realidade dos planos psíquico e espiritual. Nós também temos moradas nos planos subtis: os corpos astral, mental, causal, búdico e átmico. Assim, do mesmo modo que pode haver diferentes moradas no mesmo edifício, as nossas diferentes moradas psíquicas fazem parte do nosso corpo físico.
Esta questão da morada vai ainda mais longe, pois a casa de madeira, de pedra ou de betão, que alberga o nosso corpo físico, habita, ela própria, numa outra casa, muito maior e mais vasta: a Terra; a Terra habita no sistema solar; e o sistema solar habita no Cosmos… São estes os termos em que se coloca a questão da casa."

"Seja qual for o nível de evolução em que se encontre, é esperado de cada ser humano que avance mais e mais. Muitas vezes, ele não faz esforços porque imagina que o caminho está fechado para si, mas talvez esteja aberto… Então, ele deve fazer experiências, para saber do que é capaz. Mesmo que não consiga ir muito longe, deve ter presente que a perfeição divina é o objetivo da sua existência terrestre. Evidentemente, a perfeição divina é um ideal inacessível; contudo, é para a realização deste ideal que ele deve trabalhar, a fim de construir o seu futuro. Nesse momento, os pensamentos, os sentimentos e os desejos díspares que o puxam em todos os sentidos e o enfraquecem encontrarão o seu amo e serão obrigados a participar na regeneração de si próprio que ele decidiu empreender.
Há tanta ciência a adquirir, tanta disciplina a aceitar, tantos esforços a fazer em cada dia! E isso é que é magnífico: estar sempre em movimento, avançar, subir. Todo o sentido da nossa existência está inscrito nesta aspiração à perfeição divina."

"A única ciência que vale a pena ser estudada é a ciência da vida, pois todos os outros temas que abordais, todas as outras atividades que empreendeis, só vos trarão verdadeiramente alguma coisa se vos concentrardes nesta realidade essencial: a vida. Então, em vez de fazerdes dela um meio para satisfazerdes os vossos desejos, as vossas ambições, os vossos caprichos, aprendei a considerá-la, pelo contrário, como um objetivo, e usai todas as vossas faculdades para a reforçar, a iluminar e a purificar em vós, pois, sem a vida, nada vos resta.
É a vida que alimenta o intelecto, o coração e a vontade. A partir do momento em que estimulais esta vida em vós, o vosso intelecto compreende, o vosso coração ama e regozija-se, a vossa vontade reforça-se e cria. Sem a vida, não há saber, nem filosofia, nem religião, nem arte. Por isso, a ciência da vida é a chave para todas as realizações."

"A vida é um perpétuo movimento. Por isso, os seres também devem estar em movimento e olhar sempre para a frente. Aqueles que recusam avançar, regridem. Perdem a lembrança do cunho divino que está inscrito neles e voltam à consciência da pedra, que é uma consciência adormecida. Apesar da sua aparência humana, muitas criaturas humanas são, tal como as pedras, incapazes de se mover; para que mudem de lugar, é preciso estar sempre a empurrá-las. Que façam ao menos o esforço de sair do reino mineral, para se tornarem plantas e crescerem! Mais tarde, tal como os animais, aprenderão a mover-se.
É uma grande vantagem ser capaz de procurar o seu alimento, escapar aos perigos e proteger-se das intempéries sem intervenção exterior. No dia em que os humanos tiverem estas capacidades também no plano psíquico, terão feito grandes progressos. Mas ainda precisarão de aceder realmente ao reino humano, isto é, ao mundo do espírito, para se tornarem senhores do seu destino."

"Os humanos procuram alimento, muitas vezes, naquilo que não é essencial. Passam a maior parte do tempo com ocupações que não trazem nada ao seu espírito e justificam-se, dizendo que a existência quotidiana, as suas obrigações, a família, a profissão, a sociedade, os forçam a desenvolverem atividades nas quais o espírito não tem qualquer cabimento. O que não é exato, pois o espírito pode ter uma palavra a dizer em toda a parte.
Para não perdermos de vista o essencial, devemos organizar a nossa existência em torno deste centro, o espírito, a centelha que em nós habita. Deste modo, todas as nossas atividades, e até as nossas distrações, contribuirão para alimentar a vida em nós. O espírito que habita no homem não rejeita o fígado, os intestinos ou os pés, com o pretexto de que eles não têm atividades tão nobres como ele. Tudo está no seu lugar, e o espírito serve-se de tudo. Mas assim que falta, no centro, essa força que unifica, que governa, todos os elementos começam a dispersar-se, o que provoca a morte, a morte espiritual."

"Certos seres, que se obstinam a representar o Inferno como um lugar em que infelizes pecadores estão condenados a sofrer castigos eternos, não se apercebem do quanto esta crença contradiz o amor de Deus, pois Deus não rejeita definitivamente nenhuma criatura. E também contradiz a sua sabedoria, pois Deus, que é sábio, não deixa que nada se perca, tudo é útil na sua Criação e tudo é utilizado.
Eis mais um domínio a aprofundar: as leis da economia cósmica. Tal como no plano físico, os elementos impuros do plano psíquico são enviados para um lugar onde há entidades que se ocupam de os transformar. Existe lá todo um sistema de canalizações, por onde depois saem as matérias que foram purificadas e que seguem por outros caminhos para alimentar, regar, fertilizar, regiões ainda desconhecidas. Não são sempre os mesmos elementos impuros que se acumulam e estagnam no Inferno, estão sempre a chegar novos resíduos, que substituem os que foram tratados. Neste sentido, podemos dizer que o Inferno é um lugar desligado da luz divina, mas os materiais saem de lá reciclados para serem repostos no circuito da vida."

"Quem é orgulhoso e quem é humilde? Nem sempre se tem os critérios adequados para fazer este juízo. De um homem apagado que obedece, que se submete, diz-se que ele é humilde e mostra-se contentamento em relação a ele: não perturba ninguém, não enfrenta ninguém. Mas isso é, realmente, uma qualidade? Não, porque, muitas vezes, esta humildade não é inspirada por uma sabedoria, por uma compreensão verdadeira, mas sim pelo medo, pela fraqueza, pela ignorância.
O que pode fazer quem não tem dinheiro, nem estatuto social, nem qualidades e capacidades que lhe permitam impor-se? Pouca coisa. Mas, se lhe derem essas possibilidades, ele continuará a ser humilde? Nada é menos garantido. Portanto, ninguém pode pronunciar-se sobre os seres antes de os ter posto à prova e verificado como eles se comportam."

"As formas corporais dos seres que viveram na Terra são mantidas nos arquivos cósmicos. Quando, numa sessão de espiritismo, se evoca uma personagem que viveu num passado longínquo, mesmo que já tenha reencarnado várias vezes, ela vem e, por intermédio do médium, fala exatamente como o fazia na forma que tivera muito tempo antes. Na realidade, não é ela que está ali, é apenas a sua forma, uma forma que se pode ver e quase tocar…
Cada ser humano que encarna na Terra recebe uma forma, que deixa no final da vida; ela só lhe serve para uma encarnação e é conservada nos arquivos do Universo. Quando ele encarnar de novo, receberá outra forma, que também será mantida. Haverá sempre novas formas e todas serão conservadas até ao desaparecimento do Universo. "

"Os pintores que quiseram representar Anjos, Arcanjos ou Divindades, muitas vezes pintaram-lhes vestes magníficas, cobertas de ouro e de pedras preciosas. Eles tinham a intuição de que existe uma correspondência entre a riqueza espiritual e a riqueza material. A tradição das vestes sacerdotais ornadas com pedras preciosas, que se manteve até hoje, tem o mesmo significado: a riqueza exterior das vestes usadas pelo sacerdote que oficia deve exprimir a sua riqueza espiritual.
O mesmo se aplica a vós. Se usardes joias ornadas com pedras preciosas, pensai que deveis possuir também interiormente essas pedras: a safira é a paz; o rubi, o amor; a ametista, o sacrifício; o topázio, a sabedoria; a esmeralda, a esperança; o diamante, a força do espírito… O simbolismo das pedras preciosas é muito vasto, muito rico, e a amplitude dos seus poderes ainda não é conhecida."

"A vida espiritual é um longo caminho para uma terra prometida. Essa terra prometida começa por existir em nós, e todos os dias devemos retomar o caminho para nos aproximarmos dela. Tal como os nómadas que, no deserto, vão sempre mais longe à procura de poços e de oásis, nós devemos deslocar-nos continuamente.
Há tantos espiritualistas que creem que encontrarão a terra prometida permanecendo no mesmo lugar! Fecham-se em si mesmos como numa habitação com paredes grossas, simbolicamente falando, e não só já não conseguem sair, como acumulam lá imensos objetos inúteis e que só atrapalham. Eles devem deixar essa habitação e levar consigo apenas o necessário para a viagem! Para chegar à terra prometida, basta uma pequena tenda, e eles devem aprender a ser sóbrios na busca dos alimentos para a alma e para o espírito."

"Porque é que tantos religiosos apresentam Deus como um juiz implacável que pune os humanos à mínima transgressão? Na realidade, Deus não distribui castigos, mas o Universo que Ele criou está assente em leis e essas leis regem também o ser humano, tanto a sua vida física como a sua vida psíquica e espiritual. As leis é que são inflexíveis, e quem não as respeita põe-se numa situação em que tem de receber uma sanção, que, por consequência, até pode estender-se aos seus descendentes.
Consideremos um exemplo dos mais conhecidos: o alcoolismo. O abuso do álcool é prejudicial, não só à saúde física e psíquica de quem o comete, mas também à dos seus filhos. O mesmo acontece em relação a todo o tipo de excessos e de transgressões. É assim que se manifesta a Justiça divina, que pretende levar o ser humano a tomar consciência das suas responsabilidades."

"A tradição cristã, que retomou a tradição judaica, ensina que existem nove ordens angélicas. De baixo para cima, elas são: os Anjos, os Arcanjos, os Principados, as Virtudes, as Potestades, as Dominações, os Tronos, os Querubins e os Serafins. A Cabala chama-lhes os Kérubim, os Bneï Elohim, os Elohim, os Malahim, os Séraphim, os Haschmalim, os Aralim, os Ophanim e os Hayoth haKodesch. Mesmo que não consigamos “representá-las” na nossa mente, é mais fácil termos uma ideia a seu respeito e entrarmos em relação com o mundo divino se pronunciarmos os seus nomes do que se pronunciarmos somente a palavra “Deus”.
Para o vosso desenvolvimento espiritual, é bom conhecerdes a existência destas hierarquias angélicas, que são como faróis no caminho para o cume. Esforçai-vos por vos familiarizardes com elas, por recorrer a elas, para vos elevardes, pela oração e pela meditação, até ao trono de Deus... Depois, pensai que, por seu intermédio, fazeis descer as bênçãos do Céu à terra. "

"Dos quatro elementos, não é a terra, mas sim a água, que melhor corresponde à ideia que podemos formar da matéria. A água simboliza a matéria primordial, que recebeu os germes fertilizadores do espírito. Por isso está escrito no começo do Génesis: «...o espírito de Deus movia-se acima das águas». A água é a matriz da vida. A vida saiu da água graças ao fogo, ao espírito, que pôs essa matéria em movimento. Sem a ação do fogo, nenhuma vida é possível. Por si mesma, a água, a matéria, não tem vida, é o fogo que a infunde nela.
Na Terra, o nosso planeta, a vida também nasceu da ação do fogo sobre a água. Transportados pelos raios solares, os primeiros germes de vida viajaram até chegarem à água dos oceanos, que os acolheram como uma mãe plena de amor. Durante muito tempo, ela teve-os no seu seio, para que se desenvolvessem, se multiplicassem e dessem origem a todas as formas de existência que hoje conhecemos."

"Quando conseguis fazer reinar em vós o silêncio, a paz, a luz, é porque, ao menos por um momento, conseguistes atingir as regiões da alma e do espírito que todos tendes em vós desde sempre. A maioria nem sequer suspeita da existência dessas regiões, às quais é difícil ter acesso na vida vulgar, pois, da mesma forma que ignora o que se passa no seu subconsciente, desconhece o que se passa em cima, no Céu, no seu Céu, no seu espírito, na sua consciência divina.
Vós meditais, por exemplo, sobre uma questão de ordem espiritual que achais difícil de resolver. Entrais profundamente em vós mesmos para terdes uma resposta e, após algum tempo, pouco a pouco faz-se luz, é-vos dada uma resposta. O que se passou? De onde vos vem essa compreensão? Ela existia no vosso espírito; porém, a vossa consciência ainda não tinha conseguido elevar-se até lá. Mas agora, liberto da agitação e do barulho, o vosso pensamento projetou-se no espaço e recebestes uma revelação."

"Porque é que tantas pessoas são descoloridas, frias, gélidas, crispadas? Não se sente nelas nenhum calor, nenhuma luz. Elas dir-vos-ão que amam a poesia, mas deixam-na para os poetas que a escrevem. De vez em quando, leem alguns desses poetas, mas a vida que elas próprias levam não é poética e, por isso, não sentem prazer em estar com outras pessoas. Quando é que elas compreenderão que a verdadeira arte, a arte do futuro, é tornar a sua existência poética, sendo caloroso, luminoso, expressivo, vivo?
Os humanos são extraordinários! Esperam dos outros conforto, amizade, amor, luz, mas eles permanecem amorfos, fechados, sem brilho, prosaicos. Não sabem viver a vida poética graças à qual os outros gostarão deles. É preciso que eles se esforcem diariamente por sair um pouco de si mesmos, desse estado de estagnação tão prosaico. É tão agradável encontrar um poeta, uma criatura na qual se sente que tudo está vivo, animado, iluminado!"

"A hipnose consiste em agir sobre o subconsciente de uma pessoa, mergulhando-a num estado próximo do sono. Colocada nessa espécie de estado de consciência secundário, ela executa as ordens que lhe são dadas, o que talvez não fizesse se se dirigissem a ela quando está em estado de vigília. Pode-se concluir daqui que, para acelerar a realização de um desejo, há que descer ao subconsciente e colocar aí a imagem desse desejo.
Eis um método que vos ajudará no vosso trabalho espiritual. Quereis desenvolver uma qualidade, uma virtude? No momento de adormecerdes, começai por concentrar-vos nessa qualidade, meditai no objetivo que desejais alcançar graças a ela: durante o sono, as forças do subconsciente contribuirão para a materialização desse desejo. Eu insisto tanto na importância que tem o estado em que se adormece todas as noites precisamente porque o sono favorece a cristalização de todos os estados interiores. Deve-se aprender a dormir com os melhores pensamentos, os melhores desejos, pois isso ajuda à sua realização. "