domingo, 7 de abril de 2019

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV



"O objetivo da vida espiritual é fazer nascer o princípio divino na nossa alma. Para fazer nascer esse filho, cada um deve ser, ao mesmo tempo, homem e mulher, pai e mãe. Enquanto pai, desencadeia o processo de conceção, e enquanto mãe, o da formação: forma o filho e alimenta-o. Um verdadeiro espiritualista é, pois, um ser pleno, o princípio masculino e o princípio feminino vivem nele em perfeita harmonia e é essa harmonia que faz dele um criador.
Quer sejam homens ou mulheres, casados ou não, todos os seres humanos que não conseguiram realizar neles esta união harmoniosa entre o princípio masculino e o princípio feminino são solteiros do ponto de vista espiritual. Ao contrário do que se passa no plano físico, aqueles que são solteiros no plano espiritual não podem gerar filhos. Cada manifestação na vida é um nascimento, mas só a união da alma (o coração superior) com o espírito (o intelecto superior) pode fazer nascer um filho no plano espiritual. "

"O objetivo da vida espiritual é fazer nascer o princípio divino na nossa alma. Para fazer nascer esse filho, cada um deve ser, ao mesmo tempo, homem e mulher, pai e mãe. Enquanto pai, desencadeia o processo de conceção, e enquanto mãe, o da formação: forma o filho e alimenta-o. Um verdadeiro espiritualista é, pois, um ser pleno, o princípio masculino e o princípio feminino vivem nele em perfeita harmonia e é essa harmonia que faz dele um criador.
Quer sejam homens ou mulheres, casados ou não, todos os seres humanos que não conseguiram realizar neles esta união harmoniosa entre o princípio masculino e o princípio feminino são solteiros do ponto de vista espiritual. Ao contrário do que se passa no plano físico, aqueles que são solteiros no plano espiritual não podem gerar filhos. Cada manifestação na vida é um nascimento, mas só a união da alma (o coração superior) com o espírito (o intelecto superior) pode fazer nascer um filho no plano espiritual. "

"Mesmo quando sentem um mal-estar, os humanos raramente se preocupam em analisar o que se passa no seu plexo solar. É uma lacuna, pois, embora o plexo solar faça parte do sistema simpático e, por isso, pertença ao corpo físico, também desempenha um papel importante na vida psíquica e até na vida espiritual. Por isso, deve evitar-se estados suscetíveis de o contrair, de o esvaziar: a angústia, a cólera, o medo, o nervosismo, todos os sentimentos desarmoniosos e violentos. Tal como pode contrair-se e esvaziar-se, o plexo solar pode dilatar-se e encher-se. Há diferentes métodos para isso, mas o mais simples é fazer um escalda-pés com água bem quente. Não é preciso que dure muito tempo. O essencial é fazê-lo conscientemente e tocar suavemente nos pés, concentrando-se no plexo solar.
Para aqueles que aprendem a trabalhar com ele, o plexo solar pode mesmo tornar-se um guia: transmite-lhes quase instantaneamente informações sobre os seres, os objetos, os acontecimentos. Por vezes, fala-se do sexto sentido. O plexo solar é já uma forma do sexto sentido."

"Há milénios que a Inteligência Cósmica instalou no ser humano uma rede completa de canais subtis, e a energia sexual, ao retomar o caminho para cima, circulando por esses canais, pode contribuir para o desenvolvimento de todas as suas faculdades. Para evoluir, ele deve, pois, aprender a dirigir as suas energias para o mundo da alma e do espírito: assim, elas despertarão no seu cérebro faculdades de cuja existência ele ainda não tem a menor ideia.
Os órgãos genitais, em si mesmos, são neutros, exatamente como uma fonte e uma torneira são neutras; o que conta é a qualidade da água que passa por elas. O que os humanos dão através desses órgãos depende, pois, da natureza dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, do seu nível de consciência. Naqueles que aprenderam a sublimar a energia sexual graças às suas aspirações a uma vida cada vez mais elevada, essa quinta-essência é animada por vibrações intensas; ela contém poderes e atrai entidades celestes que criam, por intermédio deles, uma vida nova, de luz e beleza."

"Certas pessoas que vão até ao topo de montanhas muito altas constatam que, lá em cima, há pensamentos e sentimentos egoístas e mesquinhos que deixam de existir nelas. Influenciadas pela altitude, pelo ar puro, pelo espaço amplo que se abre diante delas, sentem que muitas coisas que as preocupavam ou as feriam, subitamente, deixam de ser importantes.
Acontece o mesmo com aqueles que conseguem elevar-se espiritualmente. Até aí, como qualquer ser humano, eles eram habitados por entidades inferiores, que os seus pensamentos e os seus sentimentos obscuros tinham atraído. Mas, agora, a atmosfera que reina nas regiões do espírito até onde eles conseguiram elevar-se é irrespirável para essas entidades, elas não a suportam, por isso abandonam-nos. Quanto mais um ser se eleva, mais se liberta, pois, a cada passo que ele dá em direção ao topo, as entidades que não conseguem subsistir além de uma certa altitude são obrigadas a deixá-lo."

"Durante muito tempo, o uso do incenso estava reservado às igrejas, mas atualmente, no Ocidente, queimar incenso em casa tornou-se quase uma moda: as pessoas desejam estar em ambientes perfumados, imaginando que, mesmo que estejam ocupadas em atividades prosaicas, santificarão a atmosfera à sua volta. Mas é preferível reservar o incenso para os exercícios espirituais, estando consciente daquilo que ele representa do ponto de vista simbólico.
Ao arder, o incenso liberta um perfume. Esta combustão é a imagem do sacrifício. Qualquer sacrifício é uma combustão: uma matéria é entregue ao fogo para que as suas emanações odoríferas se elevem até à Divindade. Para nós, esta combustão só tem verdadeiro sentido se a transpusermos para outro plano, isto é, se a matéria que sacrificamos for a nossa própria matéria, a nossa matéria psíquica. Aquele que se esforça por vencer as suas fraquezas purifica a sua matéria psíquica pelo contacto com o fogo espiritual, a sabedoria e o amor divinos. Desta matéria purificada emanam os perfumes mais subtis."

"A única verdadeira clarividência é a que permite ver as realidades do mundo espiritual, ou seja, captar o que existe de mais subtil na Natureza e nas almas humanas. A clarividência que consiste em ver os acontecimentos passados ou o futuro, ou então os espíritos do mundo astral, não tem nada de extraordinário. Todas ou quase todas as pessoas podem adquiri-la fazendo certos exercícios ou tomando certas drogas; mas esses meios não levam longe e são muito perigosos para o psiquismo.
Não há que ter ilusões: os humanos só captam do invisível as realidades que correspondem aos níveis de consciência que eles próprios atingiram. Por isso, não é de surpreender que a maior parte dos clarividentes veja sobretudo os acidentes, as doenças e as catástrofes que se aproximam, assim como as entidades inferiores que circulam entre os humanos. Para ver os espíritos luminosos, as entidades celestes, é preciso conseguir subir, interiormente, muito alto. A única clarividência que se deve procurar é a que faz de nós um prisma de cristal, um cristal puro que deixa passar a luz."

"É sempre difícil alguém pronunciar-se sobre o bem e o mal, pois um mal não é “o mal” e um bem não é “o bem”. Até se constata, muitas vezes, que acontecimentos que, no começo, pareciam catastróficos, acabaram por revelar-se benéficos. E, infelizmente, também se constata o inverso: acontecimentos aparentemente felizes transformam-se em catástrofes, porque as pessoas não têm a sabedoria nem o controlo necessários para tirar partido dessas situações favoráveis.
No momento em que os acontecimentos se dão, não se pode ver se, com o tempo, eles se revelarão benéficos ou nefastos para si mesmo e para os outros. Então, habituai-vos a pensar, quando sentis um revés ou uma provação, que talvez vos espere algo de bom no fim do caminho."

"Os cristãos talvez se sintam orgulhosos por pertencerem a uma religião onde lhes dizem que, há dois mil anos, Deus quis manifestar o seu amor enviando o seu filho único para os salvar. Infelizmente, esta crença de que Jesus é o filho único de Deus não salva ninguém e, agora, é preciso abandonar uma tal enormidade, pois trata-se também de uma péssima compreensão do amor de Deus, que é imenso, inesgotável, infinito: Deus teve muitos filhos e filhas, continua a tê-los e terá ainda muitos mais.
Ao longo de toda a história dos humanos, Deus acompanhou-os com o seu amor, enviando-lhes seres que os ajudaram a evoluir, e continuará a fazê-lo. Ele “está-se nas tintas” para todas as autoridades que O proíbem de enviar quem quer que seja depois de Jesus ou que dizem que, antes da vinda de Jesus, os humanos estavam privados da verdadeira luz. Como se a evolução dos humanos dependesse da época em que eles viveram: antes ou depois de Jesus! A Igreja bem pode teimar em fixar um começo e um fim para a revelação divina, que o Senhor não se impressiona com esses decretos, continua a não os ter em conta e a enviar os seus filhos e filhas para salvarem a humanidade."

"Durante muito tempo, o uso do incenso estava reservado às igrejas, mas atualmente, no Ocidente, queimar incenso em casa tornou-se quase uma moda: as pessoas desejam estar em ambientes perfumados, imaginando que, mesmo que estejam ocupadas em atividades prosaicas, santificarão a atmosfera à sua volta. Mas é preferível reservar o incenso para os exercícios espirituais, estando consciente daquilo que ele representa do ponto de vista simbólico.
Ao arder, o incenso liberta um perfume. Esta combustão é a imagem do sacrifício. Qualquer sacrifício é uma combustão: uma matéria é entregue ao fogo para que as suas emanações odoríferas se elevem até à Divindade. Para nós, esta combustão só tem verdadeiro sentido se a transpusermos para outro plano, isto é, se a matéria que sacrificamos for a nossa própria matéria, a nossa matéria psíquica. Aquele que se esforça por vencer as suas fraquezas purifica a sua matéria psíquica pelo contacto com o fogo espiritual, a sabedoria e o amor divinos. Desta matéria purificada emanam os perfumes mais subtis."

"Quando se vê a que é que a maior parte das pessoas chama liberdade, na maioria dos casos seriam mais apropriadas as palavras “licenciosidade” ou “libertinagem”. Há tantas que querem ser livres para se deixarem ir atrás da preguiça, dos prazeres, sem se aperceberem de que é precisamente nessas circunstâncias que se limitam e se tornam escravas! A verdadeira liberdade não se obtém fazendo tábua rasa de todos os constrangimentos, obtém-se tornando-se servidor, sim, mas servidor de Deus.
A predestinação do ser humano é encontrar a Divindade que habita nele e pôr-se ao seu serviço. É quando a Divindade tiver penetrado profundamente nas suas faculdades físicas, psíquicas e espirituais que ele se tornará verdadeiramente livre, livre e criador. Há algo de essencial a compreender. Quem se põe ao serviço do Princípio divino não serve alguém ou algo exterior a si; por isso, não perde a sua liberdade; pelo contrário, conquista-a. Este é um dos principais fundamentos da religião."

"Quantas vezes não sofrestes vós já, ao saberdes que vos criticaram ou vos acusaram injustamente!... A vossa primeira reação é ripostar, evidentemente, o que, muitas vezes, é inútil, pois não se pode impedir as pessoas de falarem e de dizerem o que bem entendem sem terem a preocupação de saber se isso é verdade.
Vou explicar-vos o que deveis fazer para não continuardes a sofrer com maledicências e calúnias. Por intermédio do pensamento e da oração, elevai-vos até às regiões onde reina a luz. Aí, as correntes emitidas por essas más palavras já não chegarão até vós: pela aplicação da lei do ricochete, elas retornarão à pessoa que as pronunciou e ela é que sofrerá as consequências negativas. É assim que se manifesta a Justiça divina."

"Sempre que um ser humano comete uma infração à Lei, certas entidades que estão nele, nos glóbulos do seu sangue, nas células dos seus músculos e dos seus órgãos, no seu sistema nervoso, deixam-no. Até aí, elas serviam-no, mas agora recusam-se a fazê-lo e até podem tornar-se suas inimigas. Cada uma das suas transgressões provoca a desordem em certas células do seu corpo, porque elas estão ligadas a ele, dependem dele; pelo seu comportamento, ele está sempre a influenciá-las. Como raramente está consciente das consequências dos seus atos, provoca conflitos constantemente, desde logo no seu organismo. Então, um dia, já nada lhe obedece, nem o seu estômago, nem os seus pulmões, nem o seu fígado, nem as suas pernas, nem a sua cabeça... E até há inimigos que se infiltram nele para o atormentar. O que é uma maneira de lhe dizer: «Não estás no bom caminho. Tens de agir de outra maneira.»
Os humanos, pela sua vida desordenada, geram inimigos que procuram todas as oportunidades para lhes fazer mal. Mas, se eles começarem a ter juízo, a respeitar as leis da Natureza, a viver uma vida sensata, harmoniosa, esses inimigos tornar-se-ão seus amigos."

"Encontramos pessoas que dizem que têm fé e são praticantes de uma religião. Muito bem, mas então porque é que elas são sempre tão fracas e vacilantes? Porque é que pensam que devem procurar Deus algures, lá longe, naquilo a que chamam Céu? Não sabem que, na realidade, Deus está nelas, não só na sua alma e no seu espírito, mas também em cada partícula do seu corpo.
É extremamente importante tomardes consciência da presença de Deus em vós! O simples facto de pensardes nesta presença que vos habita introduz a ordem, o equilíbrio, a harmonia, em todo o vosso ser. Mesmo que ainda não estejais bem sólidos, mesmo que, por vezes, vos sintais perturbados e cometais erros, enquanto preservardes a consciência dessa presença avançareis conduzidos por um guia seguro."

"Os pais devem tomar consciência das suas responsabilidades. Não têm o direito de convidar uma alma a incarnar-se na sua família se forem incapazes de estar à altura da sua tarefa. Trazer filhos ao mundo não é uma questão unicamente pessoal, privada, pois cada um desses atos tem implicações no futuro da humanidade.
Por isso, não é a educação das crianças que mais me preocupa, mas sim a dos pais. Gostaria de os fazer compreender que trazer filhos ao mundo não deve limitar-se a dar vazão a um instinto atávico de procriação. É claro que este instinto existe em cada um, é impossível erradicá-lo, mas deve ser compreendido de um modo cada vez mais consciente, mais espiritual. Ao contrário do animal, que apenas pode reproduzir-se, o homem tem a possibilidade de realizar um verdadeiro ato de criação, se fizer participar nele o seu pensamento, a sua alma, o seu espírito. Como qualquer criação é o que os criadores fazem dela, os criadores podem melhorar-se, devem melhorar-se, para que as suas criações os superem."

"Ao longo de um ano, o Sol passa por quatro pontos cardeais: a 21 de março, o equinócio da primavera; a 21 de junho, o solstício de verão; a 21 de setembro, o equinócio do outono; a 21 de dezembro, o solstício de inverno. São quatro momentos em que ocorrem na Natureza grandes afluxos de energias, com incidência sobre todas as formas de vida.
No círculo do Zodíaco, a primavera começa com o Carneiro, signo de fogo; o verão, com o Caranguejo, signo de água; o outono, com a Balança, signo de ar; e o inverno com o Capricórnio, signo de terra. Assim, a entrada em cada estação está relacionada com um dos quatro elementos. Em cada elemento reinam entidades poderosas que têm às suas ordens miríades de servidores encarregues de distribuir as novas correntes de energias pela superfície do planeta. O Universo não é uma máquina e os movimentos que o animam não se desencadeiam mecanicamente: cada mudança é produzida pelo trabalho de criaturas vivas, invisíveis para nós, que estão encarregues de se ocupar especificamente das pedras, das plantas, dos animais ou dos humanos."

"Todos os anos, quando a primavera regressa e a luz e o calor aumentam, todas as sementes que estão no solo começam a germinar e a desenvolver-se. É o momento de pensarmos em todas as sementes que existem em nós: elas também estão prontas a germinar e a desenvolver-se sob a ação da luz e do calor do Sol espiritual, do qual o astro que vemos surgir todos os dias no horizonte é apenas um reflexo longínquo. Aprendendo a concentrar-nos nele, ligamo-nos ao Sol espiritual que vivificará as sementes depositadas em nós pelo Criador.
Apresentando-nos todas as manhãs conscientemente perante o Sol, tornamo-nos cultivadores da nossa própria terra. Os pequenos rebentos, as qualidades e as virtudes do nosso pai Celeste, precisam de ser regados. O Sol envia a sua luz e o seu calor, mas não pode regar as plantas. Temos de ser nós a regá-las, com uma água que existe em nós: o nosso amor e o nosso reconhecimento. Cada progresso que fazemos neste trabalho inscreve-se em nós; sentiremos os seus benefícios durante toda a vida e até para além dela, nas nossas existências futuras."

"Deus aguarda que todas as suas criaturas regressem para Ele, e mesmo aqueles a que se chama “Anjos rebeldes” não foram definitivamente rejeitados. Deus disse-lhes: «Escolhestes afastar-vos de mim? Muito bem, usastes a vossa liberdade. Mas, no dia em que estiverdes cansados de sofrer, por viverdes limitados, na escuridão, voltai e eu receber-vos-ei.» É assim o amor de Deus. Ele nunca recusa acolher os faltosos que desejam regressar a Ele.
Não se deve crer que os “Anjos rebeldes” são felizes vivendo afastados de Deus; eles sofrem. É o orgulho que os impede de reconhecer o seu erro, mas a porta continua aberta para eles. Quando se arrependerem e deixarem de querer fazer mal aos humanos, recuperarão o lugar que perderam, e o seu chefe, Lúcifer, voltará a ser o Arcanjo da luz."

"Muitos ascetas e místicos impuseram a si mesmos uma vida de privações com o pretexto de que o corpo físico é o túmulo do espírito. Não! Depende unicamente do ser humano não deixar o seu corpo enterrar o seu espírito. Para isso, ele deve pôr o seu corpo ao serviço do seu espírito, pois o corpo e o espírito têm um trabalho a fazer em conjunto.
O espírito e o corpo são também o Céu e a terra, e no “Pai-nosso” Jesus realçou a relação que deve existir entre eles:
«Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu Nome (pelos humanos)
venha a nós o teu Reino (estabelecer-se entre eles)
seja feita a tua Vontade, assim na terra como no Céu.»
Fazer a vontade de Deus é estabelecer uma ligação entre a terra e o Céu, para que a ordem, a harmonia e a luz que reinam no Alto desçam e se manifestem em baixo, isto é, também em nós, pois é inútil esperar vê-las estabelecerem-se no mundo se cada ser humano não se esforçar por fazê-las descer primeiro em si mesmo."

"Há uma palavra que une o Criador à Criação, uma palavra que une também todas as criaturas entre si, é a palavra “vida”. A vida é a quinta-essência que Deus, no começo, tirou de Si mesmo para criar o Universo e as criaturas que nele habitam.
As criaturas e o Universo criado vivem da vida de Deus. Por isso, quando certas pessoas afirmam que, para acreditarem num Criador, esperam que lhes demonstrem a sua existência, isso mostra o grau de cegueira, de escuridão da consciência, a que elas chegaram. De onde pensam elas que vem a vida que descobrem, que sentem nelas e à sua volta? Se aceitarem meditar sobre a vida, sobre a infinidade das suas manifestações, já não precisarão de que lhes deem provas da existência de Deus. À medida que avançarem nesse mistério que é a vida, avançarão no mistério da Divindade, pois a vida é, também ela, um mistério que ninguém é capaz de explicar verdadeiramente."

"Ao longo de um ano, o Sol passa por quatro pontos cardeais: a 21 de março, o equinócio da primavera; a 21 de junho, o solstício de verão; a 21 de setembro, o equinócio do outono; a 21 de dezembro, o solstício de inverno. São quatro momentos em que ocorrem na Natureza grandes afluxos de energias, com incidência sobre todas as formas de vida.
No círculo do Zodíaco, a primavera começa com o Carneiro, signo de fogo; o verão, com o Caranguejo, signo de água; o outono, com a Balança, signo de ar; e o inverno com o Capricórnio, signo de terra. Assim, a entrada em cada estação está relacionada com um dos quatro elementos. Em cada elemento reinam entidades poderosas que têm às suas ordens miríades de servidores encarregues de distribuir as novas correntes de energias pela superfície do planeta. O Universo não é uma máquina e os movimentos que o animam não se desencadeiam mecanicamente: cada mudança é produzida pelo trabalho de criaturas vivas, invisíveis para nós, que estão encarregues de se ocupar especificamente das pedras, das plantas, dos animais ou dos humanos."

"Muitos discípulos esperam que o seu Mestre lhes revele como podem tornar-se clarividentes, alquimistas, cabalistas, magos, etc. Não se apercebem de que este tipo de desejos não tem qualquer verdadeira utilidade e até pode ser nocivo para eles. É uma péssima tendência nos discípulos de um Ensinamento iniciático quererem começar por aquilo que deve vir por último: a aquisição dos conhecimentos e dos poderes ocultos. Eles não têm conhecimentos sobre os mundos psíquico e espiritual, não se purificaram, mas estão ávidos de receber os maiores segredos da Iniciação. Esses grandes segredos irão esmagá-los, eles não conseguirão suportá-los, mas não veem isso e não querem vê-lo.
Não basta sentir-se atraído, assim, por certos aspetos das ciências ocultas. Todos os verdadeiros Mestres vo-lo dirão. Mas, no dia em que virem que estais preparados, eles próprios farão cair o véu e podereis aceder a tudo o que queríeis."

"Os humanos têm o hábito de responder ao mal com o mal, ao ódio com o ódio, mas esta velha filosofia nunca deu bons resultados. Muitas vezes, ao querer desembaraçar-se de um inimigo, na realidade o que se faz é ligar-se a ele, pois, quando se detesta uma pessoa, é exatamente como se se tivesse amor por ela. Imagina-se que o ódio corta as ligações… Pelo contrário, ele cria laços tão fortes e tão tenazes como o amor. Evidentemente, estas ligações são diferentes: o amor traz certas coisas e o ódio traz outras, mas tão garantidamente e com tanta intensidade como o amor.
É com o bem que se faz oposição ao mal, é pelo amor que se faz oposição ao ódio. E o mal acaba sempre por ser vencido, Deus recusou-lhe a imortalidade. Qualquer palavra ou qualquer ato de ódio podem ser comparados a uma pedra que se atira ao ar: à medida que o tempo passa, tem menos força para se elevar. Pelo contrário, uma palavra bondosa ou um ato de bondade podem ser comparados a uma pedra lançada do alto de uma torre: com o tempo, o seu movimento e o seu poder aceleram. É este o segredo do bem: mesmo que seja fraco no começo, no final é sempre todo-poderoso e triunfa."

"O sangue está sempre associado à ideia de vida, é mesmo um dos seus símbolos mais poderosos. Enquanto circula no interior do corpo, o sangue está protegido como num recipiente fechado. Mas, assim que, por qualquer razão, escorre para o exterior, evapora-se, como qualquer líquido; ou seja, as partículas etéricas que se libertam dele espalham-se na atmosfera. E como essas partículas conservam algo dos elementos que fazem com que o sangue seja portador de vida, servem de alimento às entidades invisíveis.
Nada se perde no Universo: há sempre criaturas, benéficas ou maléficas, que vêm alimentar-se da vida exalada por algumas gotas de sangue. Por isso, quando perdeis sangue, procurai não o deixar secar nem o eliminar antes de o terdes consagrado pelo pensamento a um projeto benéfico. Por intermédio desta consagração, afastais as entidades tenebrosas do plano astral, que procuram sempre alimentar-se das emanações produzidas pelo sangue para se reforçarem, e atraís entidades benéficas."

"Como é que se há de ensinar os humanos a controlarem os seus pensamentos e os seus desejos, para não poluírem a Natureza e as regiões etéricas? Eles não têm o cuidado suficiente para evitarem a poluição do plano físico, que está diante dos seus olhos, quanto mais a do plano psíquico, que não veem! E continuam a deixar escapar de si maus pensamentos e maus sentimentos, que vão penetrar nas pessoas com quem eles se relacionam. Provavelmente, essas pessoas não têm a consciência suficientemente desperta para se aperceberem da natureza nociva dos elementos que penetram nelas, mas, mesmo sem se aperceberem disso, esses elementos agem. Um dia, aqueles que os enviaram serão castigados, pois tudo é registado.
Nós devemos sempre procurar viver em harmonia com o grande corpo universal em que somos “alojados e alimentados”, esforçando-nos por preencher o espaço com pensamentos puros, luminosos, benfazejos. Como não ficarão no mesmo lugar, essas ondas purificadoras serão uma bênção para a humanidade."

"Vós pusestes uma semente na terra… Para se desenvolver, primeiro ela tem de se dividir; portanto, torna-se 2. Depois aparece o 3, o germe que lá estava contido e que absorve das duas metades da semente os elementos de que se alimenta. Pouco depois, só resta o invólucro, que também acaba por desaparecer. Ocorre, pois, a morte da semente, e esta morte é necessária para que nasça uma vida nova. Ao morrer, a semente liberta as forças de vida que contém.
No ser humano, é o eu inferior que deve morrer para alimentar o princípio divino, que então poderá crescer, florir e dar frutos. A Natureza está sempre a falar-nos de vida, ou seja, de morte e de ressurreição, pois aquilo a que chamamos vida é, na realidade, uma sequência ininterrupta de mortes e de ressurreições. A morte é sempre a promessa de uma vida nova, e essa vida será também seguida de uma morte, para que nasça mais uma nova vida. A verdadeira ressurreição é isso."

"Nós vamos contemplar o Sol quando nasce. Ao contemplá-lo, comemo-lo, bebemo-lo, e aquela luz e aquele calor vivos propagam-se por todas as células do nosso corpo, iluminam-no, reforçam-no, purificam-no, vivificam-no.
Todos os dias estais diante do Sol, que projeta no espaço partículas de luz. Ao olhardes para ele, pensai que eliminais todas as impurezas do vosso organismo e as substituís pelas partículas de luz que ele vos envia. Com todo o vosso coração, com toda a vossa alma, procurai obter essas partículas divinas e integrá-las em vós. Assim, pouco a pouco, impregnareis a matéria do vosso ser com vibrações espirituais e tornar-vos-eis cada vez mais vivos, graças ao Sol."