terça-feira, 8 de outubro de 2019

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"Na maior parte das tradições, a direita está simbolicamente associada ao bem e a esquerda ao mal. Com efeito, quando se diz que alguém segue a via da esquerda, isso significa que o seu comportamento não é famoso. Mas, na nossa vida quotidiana, a mão esquerda deve associar-se à mão direita para podermos agir com eficácia.
A mão esquerda e a mão direita são ambas instrumentos da nossa atividade. Elas conjugam-se, harmonizam-se, completam-se; cada uma é um aspeto da unidade que nós representamos. É impossível pensar numa mão independentemente da outra, pois elas estão polarizadas: a direita, emissiva, tem a polaridade masculina, e a esquerda, recetiva, a polaridade feminina. Por isso, foram muitas vezes relacionadas com o Sol (mão direita) e a Lua (mão esquerda), que exercem ambos a sua influência sobre nós. O princípio masculino e o princípio feminino projetam correntes por intermédio das duas mãos e elas agem em conjunto para trabalhar, apoiar, reparar, salvar."

"Receber uma filosofia nova que abre novos horizontes, que apresenta um ideal sempre mais elevado a atingir, implica ser capaz de se harmonizar com ela, o que significa reforçar não só o seu cérebro, mas também o seu estômago, os seus pulmões e todo o seu organismo, para conseguir resistir às tensões que, necessariamente, surgirão. Não se deve imaginar que as correntes de luz e de amor são fáceis de suportar. A espiritualidade começa por ser uma ciência que se adquire escutando as palavras de um sábio, lendo diferentes obras. Mas é insuficiente e até nocivo limitar-se a alimentar o seu intelecto.
Aquele que decide seguir um ensinamento espiritual deve, pois, mudar o seu modo de vida. Senão, após algum tempo estará enredado em contradições tais, que entrará em conflito não só consigo próprio, mas também com aqueles que o rodeiam e com a sociedade em geral. Há tantas pessoas que, depois de terem, supostamente, abraçado a vida espiritual, se tornam insuportáveis para todos! Elas devem fazer uma revisão a si próprias para verificarem se criam a harmonia à sua volta e se conseguem mostrar-se dignas do ensinamento espiritual que decidiram seguir."

"Quereis tornar-vos mais vivos? Quereis que as vibrações e as emanações da vossa vida se tornem mais intensas? Das dezenas de métodos que posso dar-vos, fixai pelo menos um. Tomai consciência de toda a vida que existe à vossa volta, em toda a Natureza e também nos humanos. Ao saudardes as pessoas com quem vos relacionais, procurai sentir a centelha de vida divina que habita nelas, agradecei-lhes por tudo o que vos dão ou fazem por vós, por vezes sem sequer vos aperceberdes. Estar vivo é maravilhar-se sempre, é ver sempre os seres e as coisas, à nossa volta e acima de nós, como se fosse pela primeira vez.
A vida é o laço mais forte que nos une a Deus e, mesmo sendo possível encontrar a religião nas igrejas, ela está, em primeiro lugar, na vida. Por isso, devemos manter uma relação consciente com as suas manifestações mais poderosas e mais belas. Este estudo da vida, há que prossegui-lo durante milhões de anos, pois é uma ciência sem fim e é isso que a torna tão cativante. Depois de se ter começado, sente-se que já não se consegue parar."

"Como a Terra gira sobre si própria, não se vê o Sol a nascer em todos os lugares ao mesmo tempo. E isso pouco importa; quer seja noite ou dia para vós, há sempre um lugar da Terra onde se vê o Sol a surgir no horizonte. Portanto, mesmo que seja noite, podeis dirigir-vos pelo pensamento ao lugar onde ele está a nascer: deste modo, juntar-vos-eis aos seres que estarão a contemplá-lo e participareis na sua meditação e nas suas orações. Se, um dia, acordardes tarde demais para o verdes nascer onde vos encontrais, será pena, claro, mas nada vos impede de, por intermédio do pensamento, partirdes para oeste: assim, não tereis perdido todas as bênçãos da aurora.
E não penseis que só os humanos é que olham para o Sol. No invisível, há milhões e milhões de espíritos que se viram para o Sol e se alimentam do seu calor e da sua luz. Os humanos são os que menos sabem como receber as energias do Sol. As plantas ultrapassam-nos neste aspeto."

"Por vezes, de forma inesperada, recebeis uma luz, uma graça do Céu. Tomai consciência desse facto e parai demoradamente para vos impregnardes dela.
A maior parte dos humanos ignora que muitos dos seus sofrimentos vêm precisamente de eles não terem esta consciência. Muitas vezes, recebem do mundo espiritual uma inspiração, um impulso, um apoio, mas depressa os perdem, muito simplesmente porque são negligentes, não têm qualquer consideração pelo valor daquilo que receberam. Fazem como se o Céu tivesse de estar sempre ao seu serviço e, quando não têm nada de mais interessante para fazer, aceitam parar durante alguns minutos para escutarem o que ele tem para lhes dizer, para receberem o que ele tem para lhes dar. Não, o Céu não está à disposição de pessoas caprichosas e negligentes! Se elas não estiverem suficientemente atentas para sentirem o que o Céu dá à sua alma e ao seu espírito, não receberão nada."

"Cada perturbação, cada mal-estar que sentimos, avisa-nos de que um inimigo está a perseguir-nos. Para nos salvarmos, devemos procurar ir até à nossa consciência superior, fechar-nos lá como numa fortaleza e não sair, nem mesmo com o pretexto de afastarmos esse inimigo que nos ameaça.
Aqueles que tentaram lutar contra os inimigos que são certas tendências, certos maus instintos, constaram muitas vezes que, desse modo, só os reforçavam! Esquecei, pois, esses inimigos e pensai somente em entrar em vós mesmos, para vos refugiardes junto do vosso Eu superior. Nas alturas para onde vos projetastes, recebereis a luz, a sabedoria, a força, e então podereis defender-vos com verdadeiras armas."

"A verdadeira clarividência, os olhos verdadeiros, encontram-se no coração; é o amor que abre os olhos. Quando amais um ser, vedes nele toda a espécie de coisas belas, que mais ninguém vê. Aqueles que não têm esse amor por ele acharão a vossa opinião exagerada; e ela pode ser exagerada, mas vós vede-lo como Deus o criou na origem, ou tal como ele será quando voltar para o seio do Eterno.
Só o amor tem o poder de abrir os nossos olhos espirituais. Aqueles que querem tornar-se clarividentes devem aprender a amar. Enquanto não amam, não veem as qualidades magníficas dos outros nem as belezas da Natureza. E não só não as veem, como estão sempre a criticar o Criador por ter feito tão mal as coisas: no seu lugar, eles teriam feito de outra maneira… e melhor, claro! Mas, enquanto o seu coração estiver fechado, eles não serão admitidos no reino dos mistérios."

"Como a Terra gira sobre si própria, não se vê o Sol a nascer em todos os lugares ao mesmo tempo. E isso pouco importa; quer seja noite ou dia para vós, há sempre um lugar da Terra onde se vê o Sol a surgir no horizonte. Portanto, mesmo que seja noite, podeis dirigir-vos pelo pensamento ao lugar onde ele está a nascer: deste modo, juntar-vos-eis aos seres que estarão a contemplá-lo e participareis na sua meditação e nas suas orações. Se, um dia, acordardes tarde demais para o verdes nascer onde vos encontrais, será pena, claro, mas nada vos impede de, por intermédio do pensamento, partirdes para oeste: assim, não tereis perdido todas as bênçãos da aurora.
E não penseis que só os humanos é que olham para o Sol. No invisível, há milhões e milhões de espíritos que se viram para o Sol e se alimentam do seu calor e da sua luz. Os humanos são os que menos sabem como receber as energias do Sol. As plantas ultrapassam-nos neste aspeto."

"«Pai nosso, que estás nos céus...». É assim que, nos Evangelhos, Jesus nos ensina a orar, e nós pedimos a este Pai: «Dá-nos hoje o pão de cada dia.», quer dizer, a quantidade de alimento de que necessitamos para passar esse dia. Não é útil pedir mais. Deve bastar aquilo de que necessitamos para hoje.
Este pão, que simboliza o alimento que nos é indispensável para a nossa vida física, deve ser também, e sobretudo, compreendido no plano espiritual. É todas as manhãs que devemos procurar o pão celeste, não há que fazer provisões para vários dias. No dia seguinte, pedi-lo-emos de novo. Devemos procurar todos os dias os alimentos sempre novos que são a luz, a sabedoria, o amor, e encontramo-los na vida, na luz e no calor do Sol nascente. Mas compreendei-me bem: não estou a referir-me apenas ao Sol físico, mas também, e sobretudo, ao Sol espiritual."

"A cultura e a civilização não são outra coisa a não ser um trabalho sobre a matéria. Os humanos terão sempre algo a fazer com ela, sobre ela, mas este trabalho de criação não deve limitar-se à matéria física, exterior a eles. Os seus instintos, os seus desejos, os seus sentimentos e os seus pensamentos também são uma matéria que eles estão vocacionados para tornar mais pura, mais nobre.
O trabalho espiritual também é, pois, um trabalho sobre a matéria. Quando os humanos aprenderem a usar todos os poderes do espírito para agirem sobre a matéria que existe neles, tudo o que depois realizarem no exterior estará marcado pelo selo do espírito, pela sua luz, pelo seu amor, pelo seu poder."

"Quando um gesto, uma palavra, um olhar, introduziram em vós a perturbação e a cólera, podeis ripostar, evidentemente. Mas, se quiserdes agir com sabedoria, ficai quietos e, sobretudo, calai-vos! A cólera é como a irrupção da força bruta de uma corrente; esta força não é necessariamente má, até pode ser benéfica para vós e para os outros, mas só se souberdes dominá-la para depois poderdes dirigi-la. E, para a dirigirdes, primeiro deveis depor as armas que essa reação instintiva acabou de pôr bruscamente à vossa disposição. Portanto, acima de tudo, ficai quietos e não respondais.
Depois, para superardes a perturbação que, por certo, ainda sentis, respirai profundamente, fazei alguns movimentos harmoniosos e ritmados com as pernas, os braços, a cabeça. Podeis também, pelo pensamento, escrever palavras no espaço em letras de luz: paz, sabedoria, amor, beleza… Estes meios muito simples dão grandes resultados, mas desde que se mantenha a lucidez e o autodomínio suficientes para ter o reflexo de os utilizar."

"Certas pessoas têm-se mostrado capazes de sacrificar toda a gente para manter a salvo a sua família. Talvez consigam garantir a sua segurança e o seu bem-estar material, mas essa proteção será suficiente? O abrigo e o conforto materiais nunca impediram os seres de sofrerem quando lhes falta o essencial: um alimento espiritual. Só se poderá dar-lhes este alimento espiritual se se procurar avançar dia após dia, por si mesmo, no caminho da luz.
Não se pode duvidar de que a maioria dos humanos amam a sua família, mas ainda não sabem como lhe fazer bem verdadeiramente. Também não sabem que, graças à ligação que os une aos seus próximos, podem influenciá-los favoravelmente, mesmo depois de eles deixarem a terra, pois as almas desses parentes continuam junto deles e participam na sua vida. Os pais também beneficiam, no outro mundo, dos esforços dos seus filhos e das suas filhas quando estes estudam e se melhoram. E esses filhos e essas filhas, quando também tiverem filhos, transmitir-lhes-ão como herança as riquezas espirituais que adquiriram."

"Para compreendermos porque é que o número 13 é considerado maléfico, precisamos de começar por focar-nos um pouco no número 12. Um dia divide-se em duas vezes doze horas, um ano em doze meses, há doze signos do zodíaco, etc. O 12 é, pois, o número que forma um todo, um conjunto completo. Ora, o 13 é 12+1. O 1 que vem acrescentar-se não pertence ao conjunto formado pelo 12; é como um elemento estranho e, se não for puro, desinteressado, se não vibrar em harmonia com a entidade a que se acrescenta, todo o conjunto fica ameaçado. É por isto que o 13 é considerado um número difícil, que traz provações e, por vezes, até a morte.
Mas também podemos dizer que o 1 que se acrescenta representa o começo de outro ciclo ou de outro conjunto. Na Ciência Iniciática, a morte nunca é considerada um fim, mas o começo de uma vida nova."

"Por intermédio dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, do seu ideal, o discípulo da Ciência espiritual procura operar transformações até ao âmago das suas células. Ele sabe que os milhões e milhões de células que constituem o seu corpo físico são moradas de pequenas almas e que a cada uma delas foi confiada uma determinada atividade, pois uma célula não é uma simples partícula de matéria que ocupa um lugar qualquer no organismo. Cada célula comporta-se como uma obreira consciente do trabalho que deve desempenhar na parte do corpo onde se encontra e é do seu trabalho que depende o bom funcionamento do conjunto.
É difícil explicar a ligação que une o ser humano a todas as almas que habitam no seu organismo. Mas esta ligação existe e até se torna mais forte quando ele tomou consciência de que, pela vida que leva e por um trabalho do pensamento, pode entrar em contacto com as suas células para as regenerar. Esforçando-se por controlar, por purificar, por enriquecer a sua vida psíquica, ele age não só sobre as partículas materiais do seu corpo, mas também sobre a sua memória; então, todas as suas más tendências, todos os seus maus hábitos, pouco a pouco dão lugar a novos e melhores comportamentos."

"Todas as casas, todos os edifícios, têm um teto. Na linguagem eterna dos símbolos, o teto representa o mundo do espírito, e cada um deve procurar ser inspirado pelo espírito para não se deixar tomar pela desordem e pela confusão. Quando se desencadeiam conflitos à vossa volta ou em vós mesmos, esforçai-vos por subir ao vosso teto e aí permanecer; ou seja, refleti, raciocinai, ligai-vos ao mundo divino, para encontrardes a paz e a luz. Só então vereis claro e sabereis que decisões tomar.
Quaisquer que sejam os perigos físicos ou psíquicos a que possamos estar expostos, é subindo ao teto, é projetando-nos no mundo espiritual, que temos maiores possibilidades de encontrar soluções para agir eficazmente na matéria. A matéria, só por si, nunca nos garante proteção completa. As boas condições materiais têm a sua utilidade, mas, mesmo as mais favoráveis, não nos protegem definitivamente. E isto vai mesmo mais longe, pois, se não recorrermos ao espírito para descobrirmos a melhor maneira de utilizar as condições materiais favoráveis, estas poderão virar-se contra nós."

"Cada um vem ao mundo com uma certa configuração psíquica que faz com que tenha mais certas opiniões, certos gostos, certos comportamentos, do que outros. É natural. Mas cada um vem também ao mundo com faculdades de raciocínio, de reflexão, que permitem fazer uma triagem nas suas opiniões e nos seus gostos. Então, em vez de se deixar levar pelos seus impulsos, pelo menos pode dizer para si próprio: «Bom, é assim que eu vejo e sinto as coisas, mas talvez haja pessoas mais bem informadas do que eu, porque estudaram durante muito mais tempo. Por enquanto, é preferível eu não me pronunciar, vou também estudar...».
É frequente ouvir pessoas dizerem: «Eu penso que... Eu acho que...», com toda a convicção de que estão absolutamente certas! Mas, mesmo que, de um dado ponto de vista, as suas opiniões se justifiquem, elas têm sempre progressos a fazer. O juízo que cada um faz e o seu comportamento podem sempre ser melhorados."

"O amor verdadeiro não é um sentimento, mas um estado de consciência. Para aquele que alimenta o amor como um estado de consciência, tudo lhe parece novo, porque o amor tem esta capacidade extraordinária de fazer os humanos verem a Natureza e as criaturas que a povoam como se fosse pela primeira vez.
Só o amor sabe perceber as correntes subtis da vida que nos atravessam, e essas correntes estão sempre a renovar-se. Só por si, a consciência objetiva, física, daquilo que existe não é suficiente para nos preencher. Imaginemos que alguém é capaz de explorar todo o Universo: acabará por sentir falta de qualquer coisa, até um certo aborrecimento, se não tiver aprendido a entrar em contacto com as correntes subtis da vida que circulam em todos os seres e em todas as coisas."

"Qualquer que seja o vosso grau de evolução, esforçai-vos por ir sempre mais longe na exploração da vossa consciência e no desenvolvimento das vossas faculdades.
Vou explicar-vos um exercício. Permanecei longamente em silêncio e imóveis, e depois começai a elevar-vos pelo pensamento… Imaginai que, pouco a pouco, deixais o vosso corpo físico, saindo pela abertura que existe na parte superior do crânio. Continuai, imaginando que atravessais os vossos corpos causal, búdico e átmico. Ligais-vos assim à Alma Universal, o princípio cósmico que preenche o espaço, e então participais no seu trabalho em todas as regiões do Universo simultaneamente. Talvez vós mesmos não saibais de forma clara, nesse momento, o que fazeis, mas o vosso espírito saberá."

"Por intermédio dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, do seu ideal, o discípulo da Ciência espiritual procura operar transformações até ao âmago das suas células. Ele sabe que os milhões e milhões de células que constituem o seu corpo físico são moradas de pequenas almas e que a cada uma delas foi confiada uma determinada atividade, pois uma célula não é uma simples partícula de matéria que ocupa um lugar qualquer no organismo. Cada célula comporta-se como uma obreira consciente do trabalho que deve desempenhar na parte do corpo onde se encontra e é do seu trabalho que depende o bom funcionamento do conjunto.
É difícil explicar a ligação que une o ser humano a todas as almas que habitam no seu organismo. Mas esta ligação existe e até se torna mais forte quando ele tomou consciência de que, pela vida que leva e por um trabalho do pensamento, pode entrar em contacto com as suas células para as regenerar. Esforçando-se por controlar, por purificar, por enriquecer a sua vida psíquica, ele age não só sobre as partículas materiais do seu corpo, mas também sobre a sua memória; então, todas as suas más tendências, todos os seus maus hábitos, pouco a pouco dão lugar a novos e melhores comportamentos."

"Aqueles que enveredam pela Ciência Iniciática são obrigados a estudar a questão do além. Isso começa pelo conhecimento das relações que existem entre o homem e o Universo. Tal como o Universo, o homem é composto por várias regiões, os seus corpos físico, astral, mental, causal, búdico e átmico, por intermédio dos quais ele está em relação com todas as regiões do espaço. Consoante a natureza dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, dos seus desejos e dos seus atos, ele entra em contacto com o mundo da luz ou com o das trevas. Ao morrer, o homem apenas deixa o seu corpo físico. Se, durante a sua existência, ele se esforçou por dominar as manifestações da sua natureza inferior, purificou o seu corpo astral e o seu corpo mental, e, pela lei da afinidade, dirige-se para os planos astral e mental superiores, que são mundos de beleza e de alegria. Se não fez esses esforços, é arrastado para o astral e o mental inferiores, onde sofrerá.
Antes de serem regiões do espaço onde o homem irá sofrer ou regozijar-se após a sua morte, aquilo a que os cristãos chamaram Inferno e Paraíso são regiões que existem nele, que fazem parte dele e às quais ele não pode escapar."

"O que representam a fé, a esperança e o amor para a maioria dos humanos? Alguns talvez se lembrem de que, na sua infância, ouviram falar, na igreja, das três virtudes ditas “teologais”, ou seja, que têm Deus por objeto. Mas tudo isso está muito longe e não lhes diz grande coisa. No entanto, todos os humanos creem, esperam e amam.
Se estas três virtudes lhes parecem longínquas, estranhas, é porque eles as consideram de maneira abstrata. Não sentem que elas constituem os pilares da sua vida interior, e não sentem porque, para eles, Deus ainda não é uma realidade viva, não sabem como ter uma representação d’Ele. Já vos disse muitas vezes que a melhor imagem de Deus é-nos dada pelo Sol, dispensador de vida, de luz e de calor. Só a vida, a luz e o calor do Sol podem fazer-nos sentir o que são o poder, a sabedoria e o amor de Deus. Cabe-nos a nós, pois, procurar entrar em relação com este poder, esta sabedoria e este amor divinos, e só o conseguimos por intermédio da esperança, da fé e do amor."

"Devemos conseguir distinguir bem em nós o Eu superior do eu inferior, para só favorecermos as manifestações do nosso Eu superior. Devemos ter esta atitude também em relação aos outros e procurar sempre entrar em relação com a sua natureza divina, para lhe darmos possibilidades de se revelar e de se expandir.
Muitas vezes, com o pretexto de darem resposta aos seus desejos e às suas exigências, os humanos estão sempre a alimentar a natureza inferior nos membros da sua família, nos seus amigos e nas pessoas com quem se relacionam. Não sabem que a natureza inferior dos seres se caracteriza pela avidez, pelo egocentrismo e pela ingratidão; e, embora pensem que, deste modo, poderão atrair o seu amor e o seu reconhecimento, na realidade expõem-se às piores deceções. Como recompensa dos seus serviços, só recebem indiferença, desprezo ou, por vezes, até ódio. E então queixam-se: «Depois de tudo o que eu fiz por ele (ou por ela)!» Pois bem, antes de se sacrificarem pelos outros, deveriam ter-se questionado sobre o que estavam a servir neles: a natureza superior ou a natureza inferior."

"Não é de estranhar que, presentemente, tantas pessoas afirmem que já não creem em Deus e até neguem a sua existência. Elas já não conseguem aceitar a imagem que lhes dão d’Ele, uma imagem pueril, simplista; e, como não sabem substituí-la, colocam questões inúteis acerca da sua existência. Mas não é interrogando-se sobre a existência de Deus que se obtém respostas. Consegue-se ter respostas trabalhando para aprofundar em si próprio a consciência de uma vida, de uma presença. É só em si próprio que se descobre como Deus é real.
Os humanos fizeram, nos tempos mais recentes, grandes progressos no domínio do mundo psíquico. É-lhes possível, pois, compreender que esse Deus, no qual ainda pensam como um ser exterior a eles, na realidade está neles. Só então obterão as verdadeiras riquezas, os verdadeiros poderes. Aquele que sente Deus no exterior de si fique entregue apenas aos seus recursos, que são muito limitados. Àquele que toma consciência de que é inseparável do Criador, não só não lhe falta nada, como tem cada vez mais capacidade para ver claro, o que lhe permite enfrentar as dificuldades e fazer o bem à
 sua volta.  "

"Todos temos em nós um povo imenso pelo qual somos responsáveis: as nossas células. Podemos protegê-las, mas só se lhes dermos ar puro para respirarem, assim como comida e bebidas sãs. Senão, depois de terem tentado resistir, elas enfraquecem, já não são capazes de fazer face aos ataques exteriores – todas as formas de poluição e de epidemias que as ameaçam. Para lhes darmos esses alimentos e esse ar puro, devemos também trabalhar sobre os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, pois as nossas células são igualmente sensíveis à atmosfera psíquica que criamos.
 É esta a verdadeira ciência, a ciência da vida. Vós direis que é uma ciência estranha. Talvez, mas, quando se conseguir construir aparelhos capazes de estudarem a vida interior do homem, descobrir-se-á que nada é mais exato do que a ciência da vida interior, a ciência do pensamento e do sentimento, e dos seus efeitos sobre a nossa saúde física e psíquica."

"A partir do cume onde se alojou, o orgulhoso olha sempre para baixo e, evidentemente, só vê seres ignorantes, fracos, com vícios. Ele considera-os com desprezo e passeia-se por toda a parte inchado com o sentimento da sua superioridade. Mas, como está sempre satisfeito consigo, não avança.
 Pelo contrário, aquele que olha para cima apercebe-se da existência de seres mais evoluídos, mais sábios, mais luminosos, e, ao comparar-se com eles, começa a ver os seus próprios defeitos. Como se sente muito pequenino a par desses seres, torna-se humilde, e é essa humildade que o engrandece, porque, ao fixar a sua atenção neles, ao admirá-los, não fica sem fazer nada: trabalha, esforça-se, pois quer muito tornar-se como eles! E, assim, avança."

"A mão do homem é um dos seus principais instrumentos de criação, não só no plano físico, mas também nos planos psíquico e espiritual, pois uma mão não se limita aos seus contornos físicos, prolonga-se nos planos subtis, onde pode não só captar, mas também projetar correntes de forças.
Todos os dias vos servis das vossas mãos e sabeis como estaríeis limitados se ficásseis privados de as utilizar. Mas ainda não estais suficientemente conscientes de que elas não são apenas órgãos físicos, como um qualquer utensílio ou instrumento: a matéria fluídica que emana de vós liga-vos ao corpo subtil da Natureza. As mãos dos seres que trabalham durante muito tempo com o amor e a sabedoria entram realmente em comunicação com as forças celestes e transmitem as suas bênçãos."

"Por intermédio da sua palavra, um Mestre espiritual conduz os seus discípulos o mais longe que consegue, mas depois cala-se. Ele não pode revelar-lhes tudo o que vive no seu espírito e na sua alma. Apenas pode tentar convencê-los da realidade de certas experiências ainda inimagináveis para eles. E, como essas experiências impregnam todo o seu ser, impregnam também tudo aquilo de que ele lhes fala. Qualquer que seja o assunto, ele transmite-lhes algo que vem de muito longe, de muito alto; é assim que incute neles o desejo de viverem o que ele próprio viveu e, por intermédio das suas explicações e dos métodos que lhes dá, prepara-lhes condições, indica-lhes o caminho.
Nunca esqueçais isto: tudo o que eu vos digo refere-se à vossa vida, a realidades, a possibilidades, que existem em vós. Mesmo que ainda não tenhais tomado consciência delas, mesmo que ainda não compreendais a que corresponde aquilo que vos digo, eu sei que, por intermédio das minhas palavras, toco em vós uma entidade que não quer outra coisa a não ser manifestar-se."

"Contrariamente a uma opinião que é muito comum, pôr-se ao serviço de Deus não significa descurar o seu próximo, pelo contrário. Os verdadeiros filhos de Deus são aqueles que se esforçam por servi-l’O também no seu próximo. E, mesmo que só recolham ingratidão, não desanimam. Eles resolveram e ultrapassaram os seus problemas pessoais, familiares, sociais, estão livres para pensar mais longe e mais alto. Sentem-se membros da família universal e é a trabalhar para ela que a sua alma se alimenta.
É certo que nem toda a gente está preparada para este trabalho. Quem se consagra ao bem de todos não deve estar à espera de viver uma vida tranquila, terá até de enfrentar mais dificuldades do que qualquer outro. Mas, por ele ser um servidor de Deus, certas entidades luminosas que também estão ao serviço do Senhor vêm em seu auxílio, carregam uma parte dos seus fardos. Não é no plano físico, material, que ele recebe esse apoio, mas sim nos planos psíquico e espiritual. É aí que ele recebe a luz e as forças para melhor suportar as provações e continuar o seu trabalho."