Um homem que
amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem
com dignidade.
Sentindo-se
envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos.
Para começar,
pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava
determinada quantia mensal.
O jovem viajou
alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre
em ruínas mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável.
Flores alegravam
o jardim e perfumavam o ambiente. O amigo de seu pai o recebeu com alegria.
Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso.
Apresentou-lhe os
filhos, que se envolviam num halo de saúde e contentamento.
Reparando a
fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro.
Para quê? Aquele
homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse
ao velho pai, de retorno ao próprio lar.
O pai, contudo,
depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e
disse ao filho:
Você fez muito
bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos
compromissos. Volte à residência dele e entregue-lhe esse valor, em meu nome.
De agora em diante, é o que lhe destinarei.
A sua nova
situação reclama recursos duplicados.
O rapaz relutou.
Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto
quanto o deles.
Alegro-me em
saber, falou o velho pai. Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio,
pode exercer a piedade que humilha em vez do amor que santifica.
Quem espera o dia
do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e
morte, perdendo a oportunidade de ser útil.
Não devemos
esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo.
Isto
representaria crueldade e dureza de nossa parte.
Todos podem
consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria
dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no
coração.
O amigo
verdadeiro sabe fazer tudo isto. Volte pois e atenda ao meu conselho.
Nunca desejei
improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para
sempre.
Entendendo a
preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.
* * *
O verdadeiro
amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas.
Se ampara na hora
da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias.
O amigo se faz
presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio
ao outro.
Incentiva sempre.
Sabe calar e falar no momento oportuno.
Pode estar muito
distante, mas sua presença sempre perto.
O verdadeiro
amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
18, do
livro Alvorada
cristã, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 27.11.2019