domingo, 9 de fevereiro de 2020

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV



"Imaginai que, há centenas de anos, um pastor se divertiu a traçar, com o seu cajado, um pequeno sulco no solo de uma montanha. O que é um pequeno sulco?... Mas depois choveu, nevou, caiu granizo, houve vento, houve Sol… e, pouco a pouco, o que começou por ser um sulcozinho foi ficando mais fundo e mais largo, até se tornar o leito de uma torrente. O que pode ensinar-nos esta imagem? Que o mesmo fenómeno ocorre no ser humano. Cada pensamento e cada sentimento são como um sulco que ele traça na sua terra interior, e as forças psíquicas e espirituais que circulam no espaço também contribuem para tornar esse sulco mais fundo e mais largo.
Como hoje começa um novo ano, esforçai-vos por traçar conscientemente um sulco na vossa alma. Concentrai-vos num pensamento divino, formulai um desejo divino, e, durante todo o dia, fazei com que ele se imprima em vós. As forças celestes serão alertadas e virão apoiar-vos nos vossos esforços. Elas estarão lá todos os dias para vos dizer: «Lembra-te de que, no primeiro dia do ano, traçaste um sulco. Continua… Faz com que ele fique mais largo e mais fundo!» e, se as escutardes, se continuardes pacientemente o vosso trabalho, um dia sentireis um rio de luz correr em vós."

"Há no mundo espiritual uma lei segundo a qual, quando um certo número de pessoas se reúne em torno de uma ideia, os seus pensamentos e os seus desejos formam, desde logo, uma realidade no Alto. Esta realidade não é feita de partículas suficientemente materiais para que se possa vê-la e tocar-lhe, mas existe, e essa entidade coletiva é designada por “egrégora”. Uma egrégora é viva e atuante. Cada país e cada religião têm uma egrégora.
A Fraternidade Branca Universal também tem a sua egrégora, e todos os irmãos e irmãs que se reúnem com o mesmo ideal estão a alimentá-la. Por isso, há que pensar, cada vez mais, em reforçar esta egrégora da Fraternidade Branca Universal, pois ela não só pode agir sobre as outras egrégoras para as influenciar favoravelmente, mas também age no plano físico para o bem dos seres que contribuíram para a formar."

"Ganhai coragem, pois espera-vos uma grande herança, uma herança divina. Ainda não estais na posse dela, porque ainda não sois maiores de idade. Não é possível conhecer a data em que podereis tomar posse dela, mas o certo é que a recebereis quando atingirdes a maioridade. Pode ser daqui a vinte ou trinta anos, pode ser na próxima encarnação, mas ireis recebê-la. Dir-me-eis: «Mas como é que poderão encontrar-me? Terei mudado de país e de nacionalidade.» Podeis mudar tudo o que quiserdes, mas as entidades celestes encontrar-vos-ão sempre. Portanto, pensai todos os dias nessa herança divina, e esse pensamento, só por si, agirá muito favoravelmente sobre vós. Tudo o que se pode prometer aos humanos nunca satisfará a imensidão dos seus desejos: uma mulher, uma casa, um jardinzinho, um automóvel… O que é isso? Mesmo quando os têm, eles não estão satisfeitos. A verdadeira herança é a imensidão, o infinito, a eternidade. É a única herança capaz de preench
 er o coração do homem."

"Vós estais num Ensinamento espiritual, viveis na luz, mas isso não impedirá que, de vez em quando, vos aconteçam certos acidentes ou infelicidades. Não se fica livre das provações pelo facto de se pertencer a uma Escola Iniciática. Para que não vos aconteça nada de mau, precisais de ter liquidado todas as dívidas do passado; se ainda as carregais convosco, quer sigais ou não um Ensinamento divino, quer vivais ou não na luz, não há nada a fazer, deveis pagar.
Estais no bom caminho, é certo, já só praticais o bem, mais deveis saber que esse bem dará resultados no futuro e não no imediato. Portanto, quando passardes por dificuldades, deveis aceitar e dizer: «Senhor, isto não pode destruir o bom trabalho que já fiz. Se me surgiram estas contrariedades, é porque estou a libertar-me, e isso está muito certo. Como sei por que razão isto me acontece, já não me revoltarei, não continuarei a pedir para ser poupado.»"

"Jesus veio para ensinar aos humanos que o verdadeiro sacrifício não consiste em oferecer a Deus algo exterior a si próprio: frutos, farinha, animais… Embora a oferenda de produtos da terra mostrasse uma vontade de renúncia, não era um sacrifício tão essencial como a renúncia a certas fraquezas, a certos apetites ou cobiças. Jesus veio, pois, para ensinar os humanos a imolarem, não animais exteriores, mas os seus próprios animais interiores. Sim, pois a nossa natureza inferior é o refúgio para todo o gado, para todas as feras, e ela é que tem de ser oferecida em holocausto, para que possa libertar as forças acumuladas em si e pô-las ao serviço do espírito."

"No começo de cada projeto que procurais pôr em prática, precisais de amor para vencer as dificuldades que ireis encontrar, senão perdereis o ânimo e abandonareis tudo. Quando as primeiras dificuldades tiverem sido atravessadas e vencidas por intermédio do amor, será o momento da reflexão, da sabedoria. Se o amor for fraco ou faltar, a sabedoria não terá condições para se manifestar.
O amor prepara as melhores condições para a sabedoria. Quando gostais de alguma coisa, quereis estudá-la, conhecê-la, e assim o vosso amor leva-vos a explorar o terreno. E, quando amais um ser, também quereis compreendê-lo. O amor dá-vos as condições para a compreensão. Por isso se pode dizer que quem não tem amor não terá sabedoria."

"Nós estamos colocados entre o mundo inferior e o mundo superior, e cabe-nos decidir e votar pelo princípio divino, pelo espírito. «Mas – perguntareis – porque é que ele não se impõe, se é omnipotente?» O fogo também é omnipotente, pode queimar tudo, mas acendei uma vela e observai como a chama é fraca: ao menor sopro, apaga-se. Tal como o fogo, o espírito é fraco e, se não o alimentardes, ele não pode fazer nada. É algo que ainda não compreendestes. Esperais, contando com a omnipotência do espírito, e, como nada fazeis para o deixar entrar em vós, é evidente que nada acontece. O espírito é omnipotente no Alto, mas aqui, na terra, nada pode, enquanto não lhe derdes as condições indispensáveis para poder manifestar-se. Cabe a vós, pois, decidir dar a primazia ao espírito."

"Nada é mais importante para vós, mais salutar, do que tomar o gosto pelas atividades espirituais e não deixar passar um só dia sem estabelecer ligação com o Céu, sem meditar, sem orar… Várias vezes por dia, parai por uns minutos e procurai encontrar o ponto de equilíbrio em vós, o vosso centro divino… Então, começareis a sentir que, em todas as circunstâncias da vida, tendes em vós um elemento eterno, indestrutível… Mesmo que não tireis qualquer benefício disso no plano material, interiormente tornar-vos-eis mais livres, mais fortes, mais seguros, planareis acima dos acontecimentos. Este trabalho espiritual é a única riqueza, o único bem que vos pertence verdadeiramente. Tudo o resto pode ser-vos retirado; só o vosso trabalho vos pertence para sempre."

"Certas pessoas não querem fazer esforço algum para mudar de vida: pensam que voltarão a cair imediatamente nos seus maus hábitos e nos seus erros e que, por isso, não vale a pena tentarem corrigir-se. Pois bem, esse não é um bom raciocínio, pois o importante não é conseguir à primeira. O essencial é escolher a orientação correta e ser sincero nessa escolha.
As quedas não são importantes em si mesmas. De cada vez que se cai, adquire-se alguma coisa. Portanto, não se deve desanimar: refletindo sempre nos insucessos, para deles tirar lições, um dia tem-se um verdadeiro arsenal de noções e de métodos que permitirá triunfar em todas as situações."

"Quando tendes uma dificuldade, comparai-a com tudo aquilo que possuís, as vossas riquezas, as vossas faculdades. Colocai-as lado a lado e comparai-as: essa dificuldade não poderá resistir, desaparecerá perante a grandeza, a imensidão, daquilo que tendes. Deveis aprender a pôr os vossos desgostos e as vossas tristezas face aos vossos tesouros, face ao vosso futuro, e vereis que não restará sinal deles. Quanto aos espíritos malfazejos do mundo invisível que tentam perturbar-vos, desanimar-vos, dizei-lhes: «Vinde por aqui, vou mostrar-vos uma coisa», e colocai-os perante todas as vossas possibilidades atuais e também aquelas que vos esperam. Eles começarão por obstinar-se, evidentemente, mas depressa compreenderão que perdem o seu tempo convosco e deixar-vos-ão tranquilos. Habituai-vos a fazer estes exercícios e vereis que podeis transformar e melhorar muitas coisas."

"Se conseguirdes pôr o Senhor à cabeça da vossa existência, os Anjos e os Arcanjos segui-l’O-ão para Lhe fazer companhia e isso trar-vos-á uma verdadeira transformação. Mas, para tal, pelo menos devereis dizer: «Não quero ser eu a comandar. Eu quero ser servidor, quero obedecer, é o Senhor que deve vir instalar-Se em mim.», e trabalhar nesse sentido tanto quando puderdes. Por fim, quando achar que há boas condições para Si, o Senhor vem, e, quando Ele vem, os Anjos vêm com Ele e instalam-se por toda a parte. Estais a ver? Uma simples mudança da cabeça e tudo muda, não pode ser de outro modo. Como quereis que o Senhor, depois de ter decidido instalar-Se algures, esteja sozinho ou rodeado de diabos? Não, não, Ele chega acompanhado de todo um cortejo de entidades luminosas e belas, que vêm cantar junto de Si."

"Deus distribuiu a todos a água, o ar, o calor, a luz e, no mundo subtil, espalhou também o prana, o telesma, o akasha, o fohat e toda a espécie de energias benéficas. Então, porque é que tantas pessoas se sentem pobres e miseráveis? Porque não sabem atrair e absorver estes elementos subtis. Pensam que a vida é pobre, que o Senhor não lhes deu nada. Mas deu, tudo foi distribuído e está à disposição de todas as criaturas, só que estas são fracas, preguiçosas, limitadas, e estão presas. Por isso, permanecem pobres. Os humanos é que se limitam a si próprios.
Basta tomarmos como exemplo a nutrição. Eles contentam-se com comer, beber, respirar, isto é, em alimentar-se de elementos sólidos, líquidos e gasosos, e deixam de lado os elementos ígneos, o fogo, a luz. A humanidade está a definhar porque não se alimenta convenientemente. Para ela se alimentar como lhe convém, precisa deste quarto elemento, que é essencial. Por isso, é preciso ir ao nascer do Sol, para absorver o fogo e a luz que são abundantemente dispensados todas as manhãs."

Todas as trocas que fazemos continuamente ao comer, ao beber, ao respirar, ao contactar com os seres humanos, os animais ou até com a própria Natureza, deixam em nós muitas partículas impuras. É necessário, pois, sabermos purificar-nos em todos os planos, com a ajuda dos Anjos dos quatro elementos… Apelar ao Anjo da Terra para que expulse todas as impurezas do nosso corpo físico, ao Anjo da Água para que lave o nosso coração, ao Anjo do Ar para que purifique o nosso intelecto, ao Anjo do Fogo para que santifique a nossa alma e o nosso espírito, e nos transmita o ardor do amor divino. A cada um dos quatro elementos corresponde uma função particular, porque no reino da Natureza viva tudo está definido com precisão."

"O ser humano tem duas naturezas – a natureza superior e a natureza inferior – e, consoante aquela a que vos dirigis, desencadeais forças completamente diferentes, que vos beneficiam ou fazem de vós vítimas. Suponhamos, então, que desconfiais de uma pessoa e a caluniais: ligais-vos à sua natureza inferior, recebeis essas correntes e começais a manifestar os defeitos e as fraquezas que não vos cansastes de assinalar nela. Porquê? Porque, ao ligardes-vos continuamente a essas energias inferiores, abristes em vós uma porta para as receber. Deste modo, atrasais a vossa evolução. Se só tiverdes na cabeça os vícios e os crimes dos humanos, atraíreis todas as más entidades que neles existem, e não fiqueis surpreendidos se, um dia, vos sentirdes invadidos. É, muito simplesmente, um fenómeno mágico."

"Quando tendes uma dificuldade, comparai-a com tudo aquilo que possuís, as vossas riquezas, as vossas faculdades. Colocai-as lado a lado e comparai-as: essa dificuldade não poderá resistir, desaparecerá perante a grandeza, a imensidão, daquilo que tendes. Deveis aprender a pôr os vossos desgostos e as vossas tristezas face aos vossos tesouros, face ao vosso futuro, e vereis que não restará sinal deles. Quanto aos espíritos malfazejos do mundo invisível que tentam perturbar-vos, desanimar-vos, dizei-lhes: «Vinde por aqui, vou mostrar-vos uma coisa», e colocai-os perante todas as vossas possibilidades atuais e também aquelas que vos esperam. Eles começarão por obstinar-se, evidentemente, mas depressa compreenderão que perdem o seu tempo convosco e deixar-vos-ão tranquilos. Habituai-vos a fazer estes exercícios e vereis que podeis transformar e melhorar muitas coisas."

"Vós fazeis muitas coisas, e coisas magníficas, mas a vossa consciência ainda não está suficientemente desenvolvida para saberdes com exatidão a importância daquilo que fazeis. Consideremos um exemplo. Antes das refeições, nós cantamos, para nos harmonizarmos. Por enquanto, cantais por hábito. Vê-se, é claro, que cantais com prazer, que o fazeis com todo o vosso coração; no entanto, ainda não estais conscientes da importância que esses cânticos podem ter sobre os alimentos que vos preparais para ingerir. Comer é um ato sagrado, uma cerimónia mágica, e, se cantardes com a consciência de que estais a impregnar os alimentos com partículas celestes, luminosas, eles terão uma melhor influência sobre vós: não só contribuirão para vos manterdes saudáveis, mas também vos darão energias que vos permitirão agir nos planos subtis."

"Porque é que certas pessoas desejam ter um talismã? Para serem ajudadas num trabalho luminoso, desinteressado, ou para terem sucesso sem precisarem de fazer qualquer esforço? Infelizmente, o segundo caso é o mais frequente. Na maior parte das situações, na base deste desejo de ter um talismã estão a cobiça e a preguiça. É inútil estudar, refletir, meditar, orar, estar vigilante: supostamente, o talismã está lá para fazer o trabalho e, entretanto, o seu proprietário irá passear e saborear todos os prazeres, servindo-se das vantagens que o talismã lhe terá proporcionado. Mas não é para isso que deve servir um talismã. Então, um verdadeiro mago não satisfaz todas as pessoas que lhe pedem talismãs; ele sabe que, dada a utilização que lhe darão, essas pessoas não obterão nada de bom, pelo contrário, e até poderão prejudicar quem as rodeia."

"Os humanos discutem, reivindicam, contestam, mas não sabem para onde poderá arrastá-los a sua recusa à observância das regras, porque nunca estudaram as consequências longínquas de um pensamento, de uma palavra, de um ato. Se tivessem mais discernimento, compreenderiam que se enfraquecem no exato momento em que rejeitam estas regras, porque despertam em si próprios os espíritos infernais. É uma lei: quanto menos uma pessoa controla os pensamentos, os desejos e os caprichos, mais escrava se torna. Dir-me-eis que tendes necessidade de satisfazer tudo o que vos passa pela cabeça… Bom, mas ficai sabendo que esse é o caminho direto para a escravatura. Sereis escravos de vós próprios, ou antes, de forças interiores muito primitivas, que vos deitarão por terra e vos dominarão completamente. Não podereis ser rei do vosso próprio reino enquanto não vos controlardes, porque a fraqueza, a doença ou a loucura estarão à vossa espreita. Se os sábios nos aconselham a domi
 narmos os nossos impulsos, não é pelo prazer de nos reprimirem, mas porque sabem que a ausência de autodomínio abre caminho à doença, ao desequilíbrio e à morte."

"Deveis compreender o silêncio como a condição absoluta para a verdadeira palavra, para as verdadeiras revelações. No silêncio, sentis, pouco a pouco, mensagens que vos chegam, uma voz que começa a falar-vos. É ela que vos avisa, que vos dirige, que vos protege... Se não a ouvis, é porque fazeis demasiado barulho, não apenas no plano físico, mas também nos vossos pensamentos e nos vossos sentimentos. Para que essa voz vos fale, deveis instalar o silêncio em vós. Por vezes, chama-se-lhe «a voz do silêncio», e até é este o título de alguns livros da sabedoria oriental. Quando um yogi consegue apaziguar tudo em si e mesmo parar o pensamento – porque, no seu movimento, também o pensamento faz barulho –, ouve essa voz do silêncio, que é a voz do próprio Deus."

"Surge-vos uma ideia, sentis que ela é boa e ficais felizes: esta ideia desceu, pois, ao sentimento. Sim, mas isso não é tudo; quando começais a exprimi-la, a realizá-la, é que o processo normal fica completo. Porventura um pintor, um músico ou um poeta se contenta com deixar ficar as suas obras na mente e no coração? Não. Eles realizam-nas. Nesse caso, porque é que, noutros domínios, as pessoas haveriam de contentar-se com o pensamento, com o sentimento? Há que realizar. No domínio da espiritualidade e da religião, também é necessário realizar. Para muitas pessoas, a religião fica só na mente e no coração; e, quando têm de agir, a sua ação é contrária àquilo em que pensam e creem. Elas não compreenderam como a Inteligência Cósmica concebeu as coisas. Em primeiro lugar, deve-se pensar; em seguida, desejar; por fim, há que lançar-se ao trabalho para realizar."

"É raro um casamento ser perfeito; mas, em vez de se querer logo o divórcio, é preferível tentar suportar os inconvenientes, dizendo para consigo: «O meu marido... Se vim dar com ele, é porque o mereci, devido às minhas encarnações anteriores, porque existe uma justiça no mundo. Portanto, esforçar-me-ei por aceitá-lo nesta encarnação; tenho de aprender, de me melhorar...» Assim, em vez de contrairdes novas dívidas ao quererdes libertar-vos, pagareis as dívidas antigas. Se, pelo contrário, agirdes mal, sem generosidade nem paciência, a dívida aumentará e encontrar-vos-eis de novo numa próxima encarnação, para saldar a dívida talvez sob outra forma.
Vale a pena aceitar esta filosofia e libertar-se. Porque o marido também poderá questionar-se: «Com tantos milhões de mulheres no mundo, porque haveria de me calhar precisamente esta?» Refletindo sobre isso, também ele concluirá que não foi por acaso... Havia tantas outras! Mas não, foi precisamente essa, porque será por intermédio dela que se processará um trabalho interior graças ao qual ele desenvolverá certas qualidades e virtudes. Como vedes, as pessoas não raciocinam assim, porque não foram instruídas acerca da reencarnação e da lei da causa e efeito, o carma."

"A Grande Fraternidade Branca Universal do Alto está sempre a enviar para o mundo correntes de harmonia, a fim de impelir os humanos para a unidade. Os que estão aptos a captá-las decidir-se-ão, finalmente, a trabalhar para realizar esta unidade; será o dia mais belo da História da humanidade. Se todos, na Terra, formarem uma só família, que mudanças irão verificar-se! Os biliões que se gastam inutilmente em armamento e na espionagem serão utilizados para transformar a Terra num Paraíso. Presentemente, ainda se pensa que estas ideias são irrealizáveis. «É utopia!», dizem. Mas, um dia, isto será tão realizável – e realizado! –, que todos ficarão admirados. Esta ideia vai vingar, vai criar raízes, e toda a gente a aceitará. Criar uma Pan-Europa, uma Pan-Ásia, uma Pan-América, representa progresso, é certo, mas é insuficiente. Só a Pan-Terra poderá resolver todos os problemas: fazer de toda a Terra uma família. Senão, em vez de ser um país a lançar-
 se contra outro país, será um continente a lançar-se contra outro continente... A Ásia contra a Europa seria mais belo?"

"Se tiverdes sensibilidade bastante para observar o que se passa em vós, verificareis que, quando estais inquietos, descontentes, impacientes, há algo que sai do vosso plexo solar. O plexo solar é o vaso que conserva o magnetismo vivo, e, quando este se dispersa, sentis-vos fracos, incapazes de agir, de vos concentrar. Cada inquietação, cada sentimento de mal-estar, influencia de uma maneira especial o plexo solar, que perde, então, o seu magnetismo. Pelo contrário, se estiverdes felizes, calmos, sentireis uma dilatação do plexo solar, há algo que corre como numa fonte. O plexo solar é o reservatório das forças vitais, o acumulador de todas as energias e, se souberdes recarregá-lo quotidianamente, tereis uma fonte onde podereis beber, todos os dias, as forças de que necessitais."

"Devemos agir sobre todos os nossos defeitos e fraquezas de modo a torná-los úteis. Dirão alguns: «Mas nós devemos é esmagar os defeitos, acabar com eles!» Tentai, e vereis se é fácil; vós é que sereis esmagados. A questão é a mesma, relativamente a todos os defeitos: quer se trate de gula, de sensualidade, de cobiça ou de vaidade, deveis aprender a mobilizá-los, a fim de que trabalhem para vós, na direção que tiverdes escolhido. Se fordes só vós a trabalhar, não conseguireis triunfar. Se expulsardes todos os vossos inimigos, tudo o que vos resiste, quem trabalhará para vós, quem vos servirá?..."

"O Senhor nunca castiga, não se ocupa disso. Ele passa o tempo em banquetes, na companhia dos Anjos e dos Arcanjos, rodeado de cânticos e de música, e onde o néctar e a ambrósia correm em abundância. Porque é que O apresentam vigiando os humanos, noite e dia, e anotando num caderno os crimes e as sujeiras que eles estão sempre a fazer, às claras ou em segredo? Coitado! Que situação a d’Ele! Seria impossível não se enfastiar… Perguntareis: «Então, o que acontece quando cometemos erros?» Se os humanos tiveram a ideia de fabricar máquinas registadoras e calculadoras, é porque já existiam na Natureza (portanto, também em nós) máquinas análogas, e são elas que registam os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, os nossos atos. Quando ultrapassamos os limites do que quer que seja, é acionado um mecanismo e surge o castigo: perdemos algo no plano físico, no plano do sentimento ou no do pensamento. Mas não é Deus que nos castiga; pelo contrário, Deus está
  sempre pronto a receber-nos nos banquetes celestes, mas compete-nos a nós sabermos elevar-nos até Ele."

"Como se apresenta um verdadeiro Iniciado ou um verdadeiro discípulo? Sempre natural, simples, acessível. Para que serve querer atrair as atenções com ares superiores? Perguntar-me-eis: «Mas, então, não devemos mostrar as nossas aquisições espirituais?» Sim, deveis mostrá-las. Como? Dado que trabalhastes sobre vós mesmos, que vos desenhastes e esculpistes, deixai que o vosso corpo, os traços do vosso rosto, a vossa atitude, os vossos gestos, falem a vosso favor. Quanto a vós, sede simples e naturais. Porque haveis de impor-vos de uma maneira artificial?
Uma vez que seguis um ensinamento espiritual, compreendei, doravante, que as vossas qualidades de sabedoria, de pureza, de nobreza, devem transparecer no vosso rosto, na vossa expressão, sem que tenhais de adotar toda a espécie de atitudes para as tornar notadas. Deixai falar o vosso trabalho interior: mesmo à vossa revelia, ele dará testemunho a vosso favor."

"Quando quereis descontrair-vos, vigiai particularmente as vossas mãos, porque, quando julgais estar relaxados, muitas vezes as vossas mãos ainda estão crispadas. As mãos exprimem, mais do que qualquer outra parte do corpo, o nosso estado interior. Reparai como as pessoas agitam as mãos enquanto falam... E, mesmo quando não falam, cruzam-nas, descruzam-nas, manuseiam objetos sem necessidade, coçam-se, rabiscam, tamborilam com os dedos. Imobilizar e distender as mãos é uma das coisas mais difíceis. Por isso, observai bem as vossas mãos: se também conseguirdes relaxá-las, sentireis um bem-estar que se transmitirá até ao plexo solar."

"Atualmente, toda a gente se sente obrigada a correr, a estafar-se, porque é preciso produzir cada vez mais, para vender cada vez mais e comprar cada vez mais... Parece que isso é necessário para a economia! Pois é, no interesse da economia, acha-se perfeitamente normal esgotar os humanos; e assim a economia será magnífica, florescente, ao passo que os humanos, extenuados e esfalfados, ficarão por terra: o sistema nervoso deteriora-se, e não é só o sistema nervoso que sofre, mas também o coração, o estômago e os pulmões, porque toda essa atividade, toda essa produção, todo esse consumo acelerado, provocam uma poluição que envenena a atmosfera, os mares, as florestas, a água, a terra, os alimentos, etc... Pois bem, isto não é inteligente, não é racional. Uma “economia” que estraga, que destrói, que suja, que desperdiça, será a verdadeira economia?"

"Cada espécie animal (insetos, feras, mamíferos, répteis, aves) tem uma alimentação bem determinada. Podeis fazer a experiência: deixai algumas migalhas num compartimento da casa, e logo aparecerão alguns bichinhos. Se for mel, tereis vespas; se for queijo, tereis ratos... Como sentiram eles, de longe, que havia ali alguma coisa para si?... Mas, se limpardes tudo, eles desaparecerão...
Este fenómeno explica que, se o homem mantiver em si certos pensamentos, certos desejos ou certos sentimentos, que não são luminosos nem puros, aparecerão logo entidades que gostam dessas impurezas e que se instalarão nele para se alimentarem; mas, se ele se purificar, se se tornar ajuizado, essas entidades deixá-lo-ão, para darem lugar aos espíritos luminosos. Muito poucas pessoas sabem ler neste livro da Natureza viva que está diante de si. Direis que são apenas pequenos detalhes; sim, mas as suas aplicações na vida psíquica são imensas."