Se, no entanto, alguém lhe perguntasse o que é a Páscoa, você
saberia responder? Qual a relação com ovos, coelhos e chocolates?
Tem-se notícias de que os israelitas, bem antes de Moisés,
celebravam a Páscoa, sempre na primeira lua cheia da primavera, quando
ofereciam à Divindade os primogênitos do seu rebanho.
A palavra em aramaico pashã, em hebraico pesah (pessach),
significa a passagem. Segundos uns, do sol pela constelação do carneiro ou da
lua pelo seu ponto mais alto. Nas línguas saxônicas o nome indica uma
associação com o mês de abril, quando se comemorava a morte do inverno e a
recuperação da vida, a chegada da primavera.
O sentido de passagem é relacionado no livro bíblico Êxodo.
Foi na época da Páscoa que se deu a libertação do povo hebreu.
Cerca de quinze séculos antes de Cristo, depois de ter vivido
cerca de quatro séculos no Egito, duramente tratado pelos faraós, conseguiu o
povo de Israel abandonar para sempre a terra da escravidão. Naquela noite, os
hebreus se serviram da carne assada de um cordeiro, pães ázimos, isto é, sem
sal e fermento e alfaces amargas.
Em memória daquela noite, todo ano, pelo catorze de Nisan (o
mês de abril), os chefes de família celebravam a Páscoa comemorando agora a
libertação do cativeiro egípcio.
Os Evangelhos nos dão notícias da última ceia de Jesus com
os Apóstolos justamente à época da Páscoa. A paixão, morte e ressurreição de
Jesus coincidiram com essa festa.
Para os cristãos, a data deve lembrar a ressurreição do
Cristo. Após a Sua morte na cruz, Ele se mostra vivo para os Apóstolos,
discípulos e amigos.
Em corpo espiritual, Ele penetra em recintos fechados,
aparece e desaparece, fala em tom breve. Seus discípulos sentem que já não é um
homem. É, no entanto, o amigo que retorna para orientar, esclarecer.
Jesus voltou, indicando que a morte não existe, provando todas
as Suas palavras, dando testemunho da Imortalidade. Paulo de Tarso, o Apóstolo
dos Gentios, afirmava que se o Cristo não ressuscitara, vã seria nossa fé.
O costume de oferecer ovos como presente, nessa época,
remonta aos antigos egípcios. Entre nós,
o costume foi trazido por missionários que visitaram a China.
Só que antigamente, eram ovos mesmo, de pata ou de galinha,
coloridos e enfeitados, depois transformados em ovos de chocolates.
Para alguns historiadores, o coelho, por ser o animal que
mais se reproduz, traduz antigos ritos da fertilidade.
Assim, a Páscoa para o cristão deve lhe trazer à memória o
ensino vivo da Imortalidade, atestado pelo próprio Cristo.
Recordar Jesus, pois, Seus ditos e Seus feitos: eis a
verdadeira comemoração da Páscoa.
Importante que nos libertemos de ritualismos, de cultos
exteriores, que nos retardam o progresso. Só então o Reino de Deus fará morada
em todos os corações, realizando-se a reforma íntima de todos os homens.
* * *
Os ovos de chocolate foram introduzidos no Brasil entre os
anos de 1913 e 1920, por imigrantes alemães.
Foi a partir do século XVIII que se passou a incorporar o
ovo de chocolate na comemoração da Páscoa.
Redação do Momento Espírita.
Uma Páscoa cheia de luz
Páscoa é renascimento, é passagem,
É mudança e transformação,
É ser de novo um mesmo ser
Que recomeça pela própria libertação.
Fica para trás uma vida cheia de poeira
E começa agora um novo caminhar
Cheio de luz, de fortalecimento,
Esperanças renovadas.
Um arco-íris rasga o céu e parece
Balbuciar que Jesus ressurgiu para nos
Provar que o amor incondicional existe,
Assim como a vida eterna.
Feliz Páscoa!
Chantal