Comenta-se que
gentileza gera gentileza e que os exemplos, mais do que as palavras, arrastam,
convencem outros a reproduzi-los.
Assim nos ensinou
o Mestre Jesus, que exemplificou a sublimidade do amor.
Aquela jovem
recebeu um livro de presente, e de tudo o que leu, o que a marcou foram,
especialmente, as considerações a respeito da gentileza.
O autor, entre
outras coisas, indagava em certo capítulo: Você já pensou, alguma vez, em fazer
algo diferente? Que tal pagar o pedágio para o carro que está atrás do seu?
As semanas se
sucederam e, fazendo uma viagem, enquanto aguardava, na fila do pedágio, ela se
recordou daquele desafio. Resolveu experimentar.
Atrás do seu
carro, estava uma caminhonete e um senhor ao volante. Ela se dirigiu a ele e
lhe disse: Olhe, seu pedágio está pago. Já providenciei. Boa viagem.
O motorista ficou
parado, sem reação. Pouco depois, na estrada, ela foi alcançada por aquele
veículo, que acabou emparelhando com o seu.
O sexagenário lhe
pediu para fornecer o número de seu telefone e sinalizou que havia anotado na
memória.
Meses se
passaram. Ela recebeu uma ligação. Era aquele motorista, Mário. Disse que
resolvera lhe telefonar para narrar algo surpreendente.
Contou que,
estando no pedágio, resolvera reprisar o gesto dela. Olhou e viu que atrás do
seu carro, havia uma Kombi, com um casal.
Foi até eles,
disse o que fizera e desejou seguissem viagem, em paz. Para seu espanto, marido
e mulher começaram a chorar.
Disseram que
estavam a caminho de São Paulo, para tentar conseguir um emprego.
Haviam deixado na
Bahia seus cinco filhos. Durante toda a viagem, vinham rogando a Deus que
permitisse que eles conseguissem algo que lhes permitisse manter a família, e
uni-los de novo.
Então, o senhor
Mário abriu um sorriso e falou: Amigo, eu sou mestre de obras. Considere-se
empregado.
E, ali mesmo,
ajustaram detalhes.
Uma vida
transformada. Sete bocas que passaram a ter uma alimentação, sete corpos que
passaram a ter um teto para abrigá-los. Tudo por causa de um simples ato de
gentileza.
*
* *
O que você está
pensando agora? Que tudo não passa de uma grande coincidência?
Será mesmo? O que
fez que, justamente naquele dia, naquele momento, se lembrasse Mário de repetir
o gesto recebido tanto tempo antes?
Em verdade, Deus
é um grande promotor de coincidências.
Dessas que salvam
vidas, que espalham esperança. Ele se serve de pessoas que têm o coração aberto
a fazer um gesto, pequeno que seja, em favor do outro.
E gentileza não somente
gera gentileza. Ela transforma panoramas de tristeza em esperança, lágrimas em
sorrisos.
Gandhi afirmava
que se um único homem atingisse a plenitude do amor, neutralizaria o ódio de
milhões.
Tudo começa com
algo simples. Uma gentileza. Um favor. Uma delicadeza.
E o bem jorra
como uma cascata, dessas que se lançam de grandes alturas, em beleza sem par,
criando aquela névoa fina, embelezando a paisagem ao redor.
Antes mesmo de
alcançar o seu destino, lá embaixo, ela já beneficiou outros pelo caminho.
Cascata do bem.
Sejamos as gotas que a compõem, pequenas, generosas, importantes.
Redação do
Momento Espírita, com base
em depoimento colhido na internet.
Em 14.8.2020