Fala-se, no senso comum, que a coragem é atributo dos bravos, dos fortes, dos
conquistadores.
A imagem da coragem é sempre associada à figura masculina, vinculada, muitas vezes,
à força. Quando não, à intemperança.
Outras vezes, dizem-se corajosos aqueles que se aventuram em situações extremas,
desportos radicais, ou em atitudes perigosas, colocando a vida em risco,
desnecessariamente.
Assim, habitualmente, nasce a ideia de que pessoas corajosas são essas que enfrentam
qualquer situação, que ultrapassam os seus limites, ou que se expõem a perigos
intensos.
Contudo, frequentemente, isso que chamamos de coragem, não passa de bravata. Pode
ser o destempero do próprio caráter, ou ainda, atestar insensatez e leviandade. Tudo
travestido com o falso nome de coragem.
É verdade que a coragem é o instrumento necessário para enfrentar situações difíceis,
ou para ultrapassar os próprios limites.
Nessa linha de pensamento, há um imenso número de verdadeiros heróis da coragem,
anônimos na nossa sociedade, enfrentando situações e ultrapassando limites.
É necessária muita coragem para se manter honesto e correto, quando todos ao redor
se alimentam da desonestidade e da vilania.
É preciso ser corajoso para manter íntegros seus valores, quando seria mais fácil e
cômodo agir de forma contrária.
É sempre uma questão de coragem viver a vida optando pelo certo, pelo correto, ao
invés de buscar as opções que seriam mais fáceis e aplaudidas.
Frequentemente, na vida, somos convidados a fazer nossas opções.
Um dia, alguém nos chega oferecendo o consumo fácil de alguma droga, de uso
corriqueiro, no grupo em que estamos.
Seria fácil dizer sim, porém, corajoso será optar pela posição saudável do não, mesmo
arcando com o afastamento de alguns pretensos amigos.
Em outro momento, alguém, no ambiente de trabalho, nos oferece o caminho perigoso
do dinheiro fácil, burlando a legislação, adulterando documentos.
Com certeza, seria vantajoso aceitar a oferta. É necessária muita coragem para se
manter no ideal da honestidade e da moralidade.
Jesus, ao enfrentar as estruturas vigentes na sociedade da época, não O fez por mera
rebeldia. Agiu por coerência aos Seus valores, na exemplificação da coragem que os
homens de bem apresentam.
Assim, percebamos que todos temos oportunidade de desenvolver a coragem em nosso
caráter.
Não há quem não tenha os ideais de vida, os valores no bem, o ideal de mundo que
desejamos para nossos filhos.
Portanto, armemo-nos de coragem. Coragem para viver, dia após dia, abraçados àquilo
que idealizamos.
Coragem para enfrentar a dissimulação, o desequilíbrio, a insensatez de tantos que
vivem com essas máscaras, por covardia.
Um dia eles também, cansados das aparências, terão a coragem de abraçar o ideal do
bem para vivê-lo por completo.
Pensemos nisso. E, desde hoje, vivamos a coragem do bem, da moral, dos valores
crísticos.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.11.2012