Uma vida simples, com prazeres singelos. Parece atraente? Para alguns, a poesia da vida simples é uma aspiração.
Não são muitos, mas aumenta a cada dia os que buscam um estilo de vida mais despojado.
Enquanto a grande massa se mostra adepta dos benefícios oferecidos pelas cidades, aos poucos o homem se mostra cada vez mais cansado da rotina urbana, enlouquecedora.
Poluição, engarrafamentos, ruídos. A floresta de edifícios a se perder no horizonte, escondendo céu e sol.
Tudo isso contribui para os estresses e angústias do homem contemporâneo.
Quando jovem, é natural que as pessoas desejem os desafios e facilidades das cidades, que oferecem objetos de desejo a cada esquina.
São as maravilhas da tecnologia, os bares da moda, as roupas de grife, os belos escritórios, as carreiras.
Tudo isso exerce tremendo fascínio. Mas, aos poucos, é possível observar que esse modelo está se esvaziando. Um certo cansaço começa a ser notado.
Uma expressão vem ganhando espaço: qualidade de vida. São cada vez mais numerosos os que desejam voltar aos ideais de uma vida simples, uma casa no campo, um contato mais estreito com a natureza.
Querem respirar ar puro, ver um pôr do sol dourado, passar noites de tranquilidade em uma rede preguiçosa, manter conversas de fim da tarde.
A sensação que se tem é que a Humanidade, afinal, começa a perceber que a vida é muito mais do que prazeres passageiros.
As razões para o esgotamento do modo de vida urbano são o consumismo desenfreado e a sensação de estar numa corrida permanente.
No trabalho, o desafio é a competitividade, que atropela o ser humano e o consome, transformando-o em peça de uma fria engrenagem.
É um processo perverso, que suga as energias, estimula ciúmes e transforma em inimigos os que deveriam trabalhar em harmonia.
E uma pergunta costuma ser feita por quem está nessa roda-viva: dá para viver com simplicidade nas grandes cidades?
É possível conciliar as exigências de uma carreira, da vida social e da família com uma rotina mais amena?
A resposta é... Sim! É possível conciliar tudo isso. Não é tarefa muito fácil, mas pode ser realizada.
Isso porque a simplicidade não é feita de demonstrações exteriores. Ela é um estado de espírito.
Não precisamos nos vestir de trapos, nem abrir mão de uma vida normal para ser pessoas simples.
A simplicidade está em viver a vida sem exigências descabidas. Quem opta pela simplicidade, descomplica o dia a dia.
Muitas vezes nos perdemos em detalhes completamente desnecessários. E, com isso, tornamos insuportável a nossa vida e a dos outros.
Observe com atenção e você perceberá: fazemos exigências demais por causa de coisas mínimas, das quais nem nos lembramos depois de algum tempo.
Por isso, a opção de viver com simplicidade é, antes de tudo, um jeito de agradecer a Deus pelo que recebemos.
Simplicidade é ter sonhos. Mas, se eles não se realizam, por alguma razão, ainda assim a vida não perde a graça. Ou seja, apesar das tempestades, o contentamento permanece inabalável.
Quer ser feliz? Seja simples. Experimente o prazer das coisas que estão ao seu redor!
Olhe para o céu, veja as nuvens tingidas de ouro no infinito azul.
Ouça o som das risadas espontâneas, sinta o frescor de um copo d’água, o sabor de uma fruta, a serenidade de uma noite bem dormida.
Veja a beleza de livros e canções. Quem disse que não há prazer nas coisas pequeninas que Deus pôs ao nosso alcance?
Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 6.6.2014
Disponível no livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 6.6.2014