Toda vez que modelos de líderes, de pessoas extraordinárias são apresentados, é comum se ouvir os comentários dos que acreditam que jamais poderão se igualar: Ah, mas ele era um santo. Ele era excepcional.
Contudo, quando se pesquisa a biografia desses homens e mulheres que se destacaram na
Humanidade, nos mais variados ramos, o que descobrimos é que não nasceram feitos, prontos.
Ao contrário, percorreram um longo caminho, no qual a persistência, a perseverança, o esforço pessoal foram companheiros constantes.
Recordamos de Gandhi, que é reverenciado como exemplo de liderança da não-violência.
No começo de sua vida, não foi assim. Sua índole e temperamento eram diferentes. Quase o oposto do seu comportamento de Mahatma.
Antes de ir para a África do Sul, era de natureza violenta, egoísta, ambicioso e cruel.
Como advogado, vaidoso e inseguro, usava terno europeu, camisa branca de colarinho engomado, gravata de seda, sapatos de alta qualidade, lustrosamente polidos.
Na África do Sul, morava em uma bela vila inglesa, em área aristocrática da praia.
Amava o dinheiro. Era um autêntico indiano europeizado.
Depois da leitura de um livro de Ruskin, sua visão de mundo se transformou.
Como ele mesmo afirmou: Aquele livro assinalou o ponto decisivo da minha vida.
Mas não foi com facilidade que adquiriu sua posterior calma e serenidade. Nem sem terrível autodisciplina.
Ele realizou um esforço consciente para se modificar. Começou a realizar serviços assistenciais, varrer locais públicos, limpar latrinas.
Transformou-se em um homem de natureza totalmente diversa. E então, nasceu o novo homem, o Mahatma Gandhi.
Diferente não foi com Paulo de Tarso. Orgulhoso, preparava-se na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para substituir o mestre.
Conhecido pela sua oratória, estava habituado a receber o aplauso do mundo.
Trajava a túnica do patriciado, utilizava um carro semelhante às bigas romanas, puxado por soberbos cavalos brancos.
Dominava o idioma grego, além da língua hebraica.
Algo semelhante a atualmente vestir-se com um autêntico Giorgio Armani, andar num BMW e expressar-se, com propriedade, no idioma inglês.
Temperamento apaixonado e indomável, rico de agudeza e resolução, aspirava um futuro brilhante para si mesmo.
Defensor ferrenho da lei mosaica, perseguiu os seguidores do Cristo, estabelecendo o terror.
Após o seu encontro com Jesus, às portas de Damasco, modificou-se.
O tribuno transformou-se em escravo do dever, em apóstolo do amor, em defensor da verdade.
Nada lhe foi fácil. Foram três anos no deserto de Dan, onde precisou exercitar o anonimato, a humildade, até se reconciliar com seus perseguidos.
Depois, foi o aprendizado em Antioquia, o serviço anônimo ao semelhante, o ouvir, estudar, refletir.
O retorno à tribuna, agora sem pompa e sem orgulho, para a defesa da Boa Nova, teve que ser pacientemente aguardado.
Só então surge o grande Paulo de Tarso que, de tal forma viveu os ensinos de Jesus que pôde afirmar: Já não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim.
Esforço, perseverança, vontade.
Aprendamos com essas criaturas. Elas conseguiram. Também nós conseguiremos.
Redação do Momento Espírita, com base na introdução do livro
O pensamento vivo de Gandhi, coordenação editorial da editora
Martin Claret e no livro Paulo e Estêvão, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 28.8.2015
O pensamento vivo de Gandhi, coordenação editorial da editora
Martin Claret e no livro Paulo e Estêvão, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 28.8.2015
Fonte: http://www.momento.com.br