Certos assuntos, em nossas vidas, ainda são encarados com o ranço dos posicionamentos preconceituosos.
Ideias alimentadas na ignorância da Idade Média, em especial, passam pelas gerações, atemorizando as almas.
Existem pessoas que não podem ouvir falar em morte. Perturbam-se, perdem o sono. E nem conversam a respeito.
No entanto, vemos que as novas gerações não apresentam temor, ao contrário, trazem uma tranquilidade interior.
E foi o que demonstrou aquela menina, surpreendendo a todos.
Ela tinha um cachorro pequeno, Pitoco, que era toda a sua alegria. Quando ia para a escola, fazia questão de despedir-se do amiguinho, dizendo que logo voltaria.
Pois Pitoco adoeceu e os remédios, receitados pelo veterinário, aliados a cuidados adicionais recomendados, não faziam efeito algum.
Naquele dia, enquanto Lia estava na escola, o cachorro piorou e, depois de uma curta agonia, morreu.
Os pais ficaram muito apreensivos. Como contariam para a filha que Pitoco morrera? Como ela se sentiria, sobretudo por não ter estado presente à sua morte?
Indagavam-se qual seria a reação dela. E, por isso, ensaiaram a melhor maneira de contar o acontecido.
Quando Lia chegou em casa, percebeu o clima tenso, pesado. Inteligente, logo imaginou que o seu amiguinho tivesse piorado e correu para o seu cantinho.
A mãe lhe cortou o caminho, o pai a olhou preocupado. E, embora os tantos ensaios para a escolha das melhores palavras, nenhum deles conseguiu dizer nada.
Ela deduziu e perguntou: Vocês estão com este jeito estranho por que o Pitoco morreu? Meu cachorrinho se foi?
Ante o assentimento mudo dos pais, ela foi se encaminhando ao local onde estava o cadáver do seu amiguinho.
Tadinho do Pitoco. Mas, como ele estava muito doente, melhor assim. Afinal, todos morremos, não é mesmo?
Tudo morre: as plantas, as flores, as árvores. Também os bichos, as pessoas. É a vida.
Os pais se olharam, surpresos. E descobriram, naquele momento, com as expressões da filha, que ela tinha uma visão muito mais clara a respeito da vida e da morte do que eles próprios.
* * *
Muita gente acostumou-se a ver a morte como ponto final de tudo.
Há fantasias e crendices que penetram a mente das pessoas de tal modo que passam a lhes minar a segurança íntima, determinando pavores cruéis que maltratam as criaturas.
Bom seria se na educação da criança e do jovem, nas conversas entre adultos, e em todos os meios de comunicação, não se desprezasse a importância desse tema.
Se existe uma certeza em nossa vida, é a de que morreremos um dia.
Portanto, estarmos preparados para enfrentar essa realidade seria um grande avanço na nossa maneira de viver.
Saber que quem morre é apenas o corpo físico, que somos imortais e conservamos nossas capacidades cognitivas e emocionais, nos deixaria mais serenos.
Também saber que reencontraremos nossos amores; que poderemos refazer nossos enganos; que teremos novos recomeços.
Ter certeza de que a morte, que nos tolhe a vida física, significa simplesmente que vencemos mais uma etapa na linha do progresso.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 20, pt. V,
do livro Todos precisam de paz na alma, pelo Espírito Benedita Maria,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 6.10.2015
do livro Todos precisam de paz na alma, pelo Espírito Benedita Maria,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 6.10.2015
Fonte: http://www.momento.com.br