A questão da mediunidade tem sido pouco compreendida, ainda,
na atualidade.
É bastante comum as pessoas se referirem a pessoas
portadoras de mediunidade como sendo espíritas. O que nem sempre é verdade.
Mesmo porque a mediunidade não é privilégio dos espíritas e
nem tampouco criação ou invenção do Espiritismo, que surgiu na Terra, somente
no Século XIX.
Em verdade, é no livro religioso mais antigo e respeitado de
que tem conhecimento o Ocidente, que encontramos uma farta gama de exemplos de
médiuns.
Referimo-nos à Bíblia. No Antigo Testamento, encontramos a
descrição detalhada do festim de Baltazar, o neto de Nabucodonosor, na
Babilônia.
Em meio ao alegre banquete, uma mão apareceu ao fundo da
sala e escreveu, na parede, três palavras, que ninguém conseguia decifrar.
Foi necessário chamar o profeta hebreu Daniel que ali
compareceu e informou ao rei que as palavras significavam pesado, medido,
dividido, predizendo a divisão do seu reino em breve.
O fato se consumou nos dias seguintes, com a vitória de
Ciro, rei dos Persas.
Ora, o primeiro fenômeno trata-se da escrita direta, quando
os Espíritos não se utilizam da mão do médium para escrever, fenômeno estudado
pelo Codificador da Doutrina Espírita no Século XIX, com detalhes.
O segundo, o da decifração da mensagem tem a ver com a
inspiração do profeta, que colheu no invisível a informação precisa.
Logo no início do Novo Testamento, o Evangelista Lucas
descreve a anunciação a Maria pelo anjo Gabriel. Ora, ela viu o mensageiro
divino, portanto, fenômeno de vidência.
Ouviu-o com detalhes, pois que com ele conversou. Fenômeno
de audiência.
E, numa época em que não existia a ecografia, o mensageiro
dos céus não somente lhe falou da sua concepção, mas revelou o sexo da criança,
o nome que lhe seria dado e a sua missão, com as palavras:
Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o
nome de Jesus. Será grande e o chamarão filho do altíssimo e o seu reino não
terá fim.
Finalmente, lhe informou Gabriel que sua prima também estava
grávida há seis meses, motivo que levou Maria a visitá-la.
E se bem lembrarmos, narra o mesmo Novo Testamento que o pai
de João Batista também recebeu a revelação do nascimento do filho, antes de sua
esposa vir a conceber.
Zacarias estava no santuário, exercendo as suas funções de
sacerdote, quando lhe apareceu o mensageiro do Senhor, ao lado direito do
altar, dando-lhe detalhes do que sucederia, igualmente lhe dizendo o sexo da
criança, o nome e sua missão.
O fato de estar o sacerdote a orar, nos dá a tônica de que
para adentrarmos à Espiritualidade, o caminho é sempre a prece, que nos eleva e
credencia ao contato superior.
Mediunidade não é, portanto, exclusividade dos espíritas. É
de todos os tempos. É faculdade inerente ao homem, dada por Deus para que ele,
deste mundo de dores, possa alçar-se ao infinito e receber o socorro e amparo
espirituais.
E todos nós, podemos, pelos fios invisíveis da oração, nos
elevarmos às esferas de bênçãos e de lá receber as respostas de que
necessitamos.
Não é de outra maneira que nosso anjo da guarda nos fala à
mente e ao coração.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 20.3.2019
Fonte: http://www.momento.com.br/