Você acredita em reencarnação? Acredita que alguém que tenha
morrido possa retornar a viver, em outro corpo?
Acha que isso tudo é somente uma grande fantasia, excelente
para enredo de filmes, matéria literária para encher páginas e mais páginas de
revistas?
Talvez algo sensacional para títulos de manchetes?
Pois aquela senhora de oitenta e seis anos cultivava as
saudades do seu irmão há mais de seis décadas, quando um casal entrou em
contato com ela.
A princípio, de forma muito prudente, como a sondar seus
sentimentos e depois, revelando enfim, que o filho deles dizia ter sido irmão
dela.
Anne Barron lembrava de que no dia 3 de março de 1945,
estava em sua sala de estar, fazendo a limpeza.
Estava ansiosa porque toda a família iria se reunir em sua
casa para aguardar, em breves dias, o retorno do irmão.
Então, ela sentiu como se ele estivesse ali, ao lado dela. E
falaram e falaram. Eram muito ligados.
A reunião nunca aconteceu porque James foi dado como
desaparecido em uma missão, como piloto.
O dia em que desaparecera? 3 de março.
Agora, um menino de cinco anos estava ao telefone, para
falar com ela. Ele a chamou de Annie.
Ela estremeceu. Somente seu irmão a chamava dessa forma. A
conversa foi muito interessante.
O garoto tinha conhecimento de muitas coisas da família.
Referia-se ao pai e à mãe de ambos como um irmão faria.
Ele se lembrava, com riqueza de detalhes, do alcoolismo do
pai; de que uma outra irmã, de nome Ruth, tinha sido colunista social de um
jornal da cidade.
A quantidade de minúcias da família sobre as quais
conversavam Anne e o novo James era impressionante.
Outras ligações telefônicas se sucederam e, com o tempo,
quaisquer dúvidas foram eliminadas da mente de Anne. Aquele era seu irmão, que
voltara a viver, em outro corpo.
Então, ela resolveu mandar para a cidade onde ele morava, um
presente.
Era um quadro que a mãe deles havia pintado do filho quando
ele era criança.
Quando o recebeu, a primeira pergunta do pequeno a Anne foi:
E onde está o quadro que ela pintou de você?
Anne ficou sem fôlego. Apenas ela sabia que sua mãe pintara
dois retratos: seu e de seu irmão.
O retrato de Anne estava no sótão. Ninguém no mundo sabia
disso. Ninguém, a não ser ela.
A cada vez que com ele falava ao telefone, ela tinha mais
certeza: aquele garoto era um Espírito familiar.
Quando o ouvia, ela não podia deixar de reconhecer que era o
Espírito do seu irmão, morto na guerra, que voltara.
Quando se encontraram, pela primeira vez, face a face, ele a
olhou atentamente.
Quieto, ele a ficou examinando com o olhar, avaliando. Algo como
se estivesse tentando encontrar o rosto da irmã de vinte e quatro anos na
mulher de agora oitenta e seis. Ela envelhecera. Ele renascera.
Não demorou muito e conversavam, de forma natural, com
afetividade, identificando-se um com o outro.
* * *
A reencarnação é lei natural e todos os Espíritos a ela se
submetem, até alcançar a perfeição.
Foi isso que Jesus ensinou ao falar a Nicodemos: Em verdade,
em verdade te digo: ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
Redação do Momento Espírita,
com base nos caps.
32 e 33 do livro A volta, de Bruce e Andréa Leininger
com Ken Gross, ed. Bestseller.
Em 27.3.2019
Fonte: http://www.momento.com.br