domingo, 5 de maio de 2019

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"As cores são modulações da luz e, através delas, manifestam-se entidades que trabalham nas pedras, nas plantas, nos animais e nos humanos. Aqueles que se concentram nas cores conseguem torná-las vivas em si próprios: elas ajudam-nos a desenvolverem as virtudes a que estão ligadas e apoiam-nos nos seus esforços.
Para entrardes em contacto com o mundo espiritual, pensai em servir-vos dos meios que a Natureza vos oferece. As cores são um desses meios. Escolhei o azul, por exemplo, que é a cor da paz e da verdade. De vez em quando, mergulhai nela. Imaginai que estais rodeados de raios azuis, senti que eles penetram em vós: pouco a pouco, sereis invadidos por uma paz imensa. Nessa paz profunda, o vosso coração e o vosso intelecto silenciar-se-ão finalmente, libertar-vos-eis das cobiças, dos preconceitos, e vereis tudo com maior clareza. O Céu vem refletir-se na vossa alma como na superfície imóvel de um lago e, nesse ambiente de paz, contemplareis a verdade."

"A vida transmite-se e perpetua-se pelos órgãos genitais. É preciso estudar com que ciência, com que sabedoria, estes órgãos foram criados, e respeitá-los. Ora, eles são os menos respeitados: os puritanos falam deles com repulsa, os depravados abusam deles, os humoristas e as pessoas grosseiras fazem deles tema para graçolas, e a maior parte dos homens e das mulheres vê neles apenas uma fonte de gozo.
A Ciência Iniciática ensina-nos que a energia que se manifesta através dos órgãos genitais desce das regiões celestes. Ora, como ela desce das regiões celestes, os humanos devem questionar-se sobre a maneira como utilizam os órgãos por intermédio dos quais ela se manifesta. Devem mesmo consagrá-los à Divindade, para que, em vez de apenas os atravessar e depois se perder, esta energia cósmica do amor tome o caminho ascendente e vivifique todas as células do seu organismo, até ao cérebro. Enquanto eles se limitarem a senti-la como uma grande tensão de que têm pressa de se libertar, privar-se-ão de toda a alegria e também de todo o saber e todo o poder que o amor poderia proporcionar-lhes. "

"Existem dois métodos para evoluir: o amor e a sabedoria. Se encontrardes seres que têm estas virtudes que vós mesmos ainda não soubestes desenvolver bem, em vez de os evitardes, por terdes a impressão de que vos fazem sombra, aproximai-vos deles e observai como agem: aprendereis muito. Há pessoas que não suportam a superioridade moral e espiritual de certos seres e têm, relativamente a eles, uma mistura de sentimentos negativos: a irritação, a revolta… Mas estes sentimentos não as ajudam, mantêm-nas estagnadas.
Só o amor e a sabedoria podem ajudar-nos a evoluir rapidamente. Aquele que teme que outros o ultrapassem ou tem ciúmes de quem o ultrapassou revela, simplesmente, que não tem amor nem sabedoria. Os seres que têm amor e sabedoria nunca ficam inquietos ou ciumentos, porque se sentem ricos. Que razões tem o rico para se sentir invejoso? Só o pobre pode ser invejoso, porque sente que não tem recursos. Mas, evidentemente, eu refiro-me à riqueza e à pobreza espirituais."

"Transmitir a vida é uma enorme responsabilidade. Por isso, antes de conceberem um filho, os homens e as mulheres devem refletir e, sobretudo, preparar-se, estando bem conscientes de que gerar um filho não se limita a acrescentar um habitante ao planeta. Com os seus estados interiores, os pais atraem a alma de um benfeitor da humanidade, ou a de um medíocre que nada trará aos outros, ou, pior ainda, a de um criminoso.
«E se não tivermos filhos, se não formos pais ou mães?», perguntareis vós. Ficai a saber que há outras maneiras de gerar filhos, noutros planos. Quando assistis ao nascer do Sol, compenetrai-vos da importância daquilo que lá ides fazer e do objetivo com que o fazeis. O Sol é como o pai que deposita os germes nos corações e nas almas, e, então, cada um torna-se uma mãe. Se receberdes esses germes com respeito e amor, os filhos que nascerão chamar-se-ão “clareza”, “força”, “inspiração”. São estes os filhos que o pai cósmico, o Sol, pode fazer nascer nos corações e nas almas."

"Se compararmos o homem com o animal, ficaremos surpreendidos ao ver com que rapidez o animalzinho se desenvolve e adquire autonomia, ao passo que os filhos dos humanos se desenvolvem muito lentamente. Esta lentidão deve-se à extrema complexidade e à grande riqueza da natureza humana. Há tantos mecanismos que têm de começar a funcionar, fisicamente e, sobretudo, psiquicamente, para que as crianças fiquem na posse de todas as suas faculdades! Até chegarem a esse ponto, elas precisam da ajuda e da proteção dos pais.
Mas a evolução dos humanos não para no momento em que o seu pai ou a sua mãe terrestres cumpriram o seu papel, pois um ser humano é também uma entidade espiritual que deve progredir sempre mais. É por isso que, mesmo quando atinge a idade adulta, espiritualmente ele é ainda como uma criança que necessita dos seus pais: o Pai Celeste e a Mãe Divina. Quaisquer que sejam o seu saber e a sua experiência, todos devem continuar a ter um coração de criança, simples, espontâneo, aberto, cheio de confiança nos seus pais celestes, para receberem a sua ajuda e os seus conselhos."

"Quando os humanos, em particular os crentes, falam do diabo, nem sempre sabem a que realidade cósmica e psíquica ele corresponde. Em primeiro lugar, o diabo não existe enquanto entidade que se opõe a Deus como seu igual, e muitos daqueles que afirmam que ele lhes apareceu apenas o imaginaram. Tal como existem espíritos da luz, existem espíritos das trevas. É a esta coletividade de espíritos tenebrosos que se chama “diabo”, e esta entidade coletiva é alimentada, reforçada, pelos maus pensamentos, pelos maus sentimentos e pelos maus atos dos humanos.
Também se pode dizer que o diabo é uma parte do próprio ser humano: o seu eu inferior, que ele, ao longo das incarnações, foi sempre alimentando com as suas fraquezas e os seus vícios. Mas também existe nele uma entidade luminosa, o seu Eu superior, que ele formou graças a pensamentos, a sentimentos e a atos inspirados pela bondade, pela generosidade, pelo amor, pelo sacrifício. Durante toda a sua vida, o ser humano é impelido simultaneamente pelo seu eu inferior e pelo seu Eu superior, e cabe-lhe decidir qual dos dois quer ver manifestar-se."

"Considerar que a comunhão só se celebra numa igreja ou num templo é limitar o seu sentido. É preciso atribuir a este ato um sentido mais amplo, mais vasto, pois a comunhão é condição para a própria vida. Comungar também é comer, beber e, ainda, respirar, caminhar, olhar, escutar, amar, trabalhar e procurar entrar continuamente em relação com todas as criaturas e todas as forças vivas da Natureza.
Todos os atos da vida quotidiana podem tornar-se, para nós, ocasiões para vivermos estados de consciência magníficos que são formas de comunhão. São mesmo todas estas formas de comunhão magníficas que depois dão sentido à comunhão dos cristãos. No dia em que compreendermos a comunhão na sua verdadeira dimensão, a dimensão cósmica, sentiremos circular, em todas as regiões do nosso ser, correntes de energias abundantes e puras, e saberemos o que é a vida eterna, que não tem começo nem fim."

"Os humanos não têm grande necessidade de que uma religião ou um ensinamento espiritual lhes imponha artigos de fé. Eles precisam sobretudo de métodos que os farão descobrir o registo vivo que Deus deixou neles. Felizmente, este registo existe em todos! É ele que, quando eles procuram verdadeiramente, lhes permite encontrar no seu coração, na sua alma, o que as religiões nem sempre lhes revelam. Porquê? Porque muitos daqueles que as representam estão mais preocupados em assegurar o seu poder do que em esclarecer os fiéis, mesmo que digam que os conduzem para a salvação.
Como compreender o que é este registo deixado por Deus? Como foi Ele que nos criou, marcou-nos com o seu selo, impregnou-nos com a sua quinta-essência, deixou em nós traços fluídicos, assim como uma imensa rede de filamentos que nos ligam a Ele e graças aos quais, se nos esforçarmos por procurá-l’O, descobriremos a sua presença."

"Como todos os seres excecionais, um Iniciado é inevitavelmente incompreendido, combatido e até traído. Mas ele sabe que, para superar estas provações, não deve defender-se com armas vulgares. Esforça-se somente por viver uma vida pura, luminosa, irradiante, e essa vida não só age como uma camada protetora, mas também faz com que o mal retorne àquele que o enviou. Ele só tem uma coisa a fazer: elevar-se até às regiões celestes para viver cada vez mais na luz.
É este o modelo que deveis seguir quando sois injustamente atacados. Afastai-vos o mais possível dos vossos adversários. Quando o Céu vir que não vos comportais como eles, é possível que envie outras pessoas para agirem em vosso lugar e restabelecerem a situação. Vós, continuai apenas a tornar a vossa vida mais ampla, mais bela, mais rica e mais luminosa."

"Raras são as religiões que não estimularam nos seus adeptos o gosto pelo martírio. Mas maltratar e mutilar o seu corpo, ou expor a sua vida, são maneiras de se oferecer em sacrifício à Divindade que agora devem ser abandonadas.
O verdadeiro sacrifício está no amor desinteressado por todos os humanos. Aquele que compreendeu o sentido e o poder do amor não necessita de infligir sofrimentos a si próprio: há imensos irmãos e irmãs seus que vivem na desgraça e ele pode partilhar dessas desgraças! Os obstáculos que encontrará nos seus esforços para os ajudar proporcionar-lhe-ão tantas ocasiões para sofrer! Mas, perante esses sofrimentos, ele nunca deve recuar: eles é que o tornarão grande e nobre."

"Não temos de esperar pelo fim dos tempos para sair do túmulo e ressuscitar. Para ressuscitarmos, devemos somente trabalhar em cada dia para vencermos todas as nossas fraquezas. Este trabalho reflete-se nas células do nosso corpo, purifica-as, ilumina-as, vivifica-as. É o movimento vibratório cada vez mais intenso que, pouco a pouco, se transmite a todas as nossas células e prepara a nossa ressurreição.
Se os humanos soubessem o número de túmulos que transportam em si! Esses túmulos são todas as células que eles devem regenerar, aprendendo a alimentar-se de elementos da vida espiritual. Então, um a um, os túmulos abrem-se e uma quantidade de alminhas que pareciam estar mortas, mas que, na realidade, estavam adormecidas, começa a sair. Observam-se fenómenos análogos por toda a Natureza. Uma semente é um túmulo onde a vida está encerrada até ao momento em que o Anjo da primavera vem bater-lhe à porta para a fazer sair. O mesmo se passa com a casca de onde sai o pintainho. Os ovos que é costume oferecer na Páscoa simbolizam precisamente a promessa de uma vida nova."

"Na primavera, toda a Natureza ressuscita. Mas a ressurreição é também um processo ininterrupto que ocorre na alma daquele que faz sobre si mesmo um trabalho consciente, esclarecido, orientado para um objetivo divino. E um tal processo começa necessariamente pela cabeça. Isto significa que, se pusermos no centro da nossa vida uma ideia muito elevada e a mantivermos firmemente, essa ideia atrairá dos planos subtis as partículas etéricas que lhe correspondem, partículas inoxidáveis como o ouro, transparentes como o cristal.
O essencial é, pois, começar por uma ideia. Mas também pode ser uma imagem que concretiza essa ideia, como a imagem do Sol. Se puserdes em vós a imagem do Sol, que é luz, calor e vida, já estareis a avançar pelo caminho da ressurreição. Mantende-a firmemente, alimentai-a, amai-a, e ela fará o seu trabalho. A ressurreição é o Sol que começa a manifestar-se no homem, o verdadeiro Sol, que introduz nele uma quinta-essência da sua própria natureza, um fermento."

"Quando o homem adormece, a sua alma afasta-se do corpo físico para ir mergulhar na Alma Universal. Durante este repouso do corpo, processa-se nele todo um trabalho de limpeza, de purificação. A alma deixa o corpo físico, mas permanece conectada com ele por ligações subtis chamadas “fio de prata”. Quando ele volta, encontra a casa, digamos, varrida, limpa, lavada, e pode retomar o seu trabalho.
Se a alma não saísse do corpo, o homem morreria asfixiado, envenenado, porque não se poderia fazer a limpeza nele. Perguntais-vos de onde vêm essas toxinas, esses venenos… Surgem, muito simplesmente, porque a vida é uma combustão. Todas as atividades físicas, afetivas, mentais, que designamos por “vida”, produzem forças, mas também deixam resíduos, que demoram um certo tempo a eliminar. Por isso, é necessário que a alma se afaste para que a limpeza possa ocorrer. O sono é, pois, a solução que a Inteligência Cósmica encontrou para podermos continuar a viver."

"Podemos comparar os humanos a árvores de fruto: as condições em que eles estão colocados representam o solo no qual devem crescer, florir e dar frutos. Muitos seres, depois de terem estado sujeitos a grandes provações e pensado que não conseguiriam sobreviver-lhes, reconheceram que essas provações os tinham tornado, podemos dizer, mais “produtivos”, pois foram obrigados não só a procurar recursos em si próprios, mas também a aprender a utilizá-los.
Mais do que queixar-se das condições difíceis, mais do que querer, a qualquer preço, alterá-las ou esperar que melhorem, é sobre si mesmo que se deve começar por trabalhar: cavar profundamente em si para encontrar elementos, forças, virtudes, graças aos quais se produzirá os frutos mais suculentos."

"Contrariamente a uma teoria muito divulgada e aceite, o homem não descende do macaco nem de qualquer outro animal! Quando a crosta terrestre se solidificou, há milhares de milhões de anos, apareceram as plantas, depois os animais e, finalmente, o homem. Da planta até ao homem houve, de facto, evolução, mas só uma evolução das formas. Quando apareceu uma forma conveniente para ele, o espírito humano desceu a essa forma. Exatamente como um proprietário vem tomar posse da casa que acabaram de lhe construir. Não é a casa que gera o proprietário, ele não sai das paredes! Vem de fora e só se instala quando a casa está pronta.
Do mesmo modo, quando o espírito encontrou um corpo capaz de o receber e condições para se manifestar por intermédio desse corpo, desceu das regiões celestes e, desde há milhões de anos, não para de descer. Foi necessária, pois, uma evolução das formas para que pudesse ocorrer a involução do espírito."

"Por vezes, perguntais se é assim tão importante impor a si próprio uma disciplina de vida para atingir um nível de consciência mais elevado e desenvolver o autodomínio, a sabedoria, a bondade. É tão demorado e difícil! Evidentemente, pode-se viver na terra sem impor a si próprio tantos esforços. Quase todos os dias se vê que é possível viver na terra mais ou menos de qualquer maneira. Mas a questão é esta: em que “terra” se vive? Para vivermos na terra da nossa alma, essa região onde reina uma eterna primavera, devemos alimentar os nossos corpos espirituais.
Na terra onde vivemos atualmente, é impossível escapar ao inverno, com o frio, as nuvens, a chuva. Mas, pelo pensamento, podemos elevar-nos até à região dessa primavera eterna. E, quando conseguirmos reunir-nos ao nosso Eu superior, já nada virá interpor-se entre nós e o Sol divino, seremos continuamente iluminados, aquecidos, vivificados."

"Todas as criaturas precisam de se alimentar para subsistirem, mas depois têm de eliminar os elementos que não são úteis ao seu organismo. Portanto, qualquer que seja a qualidade daquilo que elas absorvem, há resíduos que têm de evacuar e que vão para lugares previstos para isso. Estes processos existem em todos os planos e em todos os níveis da Criação. Assim, o Inferno – de que a cristandade tanto falou ao longo de séculos e que retratou com formas e cores aterradoras – é, na realidade, o lugar onde é despejado “o mal”, ou seja, os resíduos, as matérias impuras produzidas e eliminadas por todas as criaturas do Universo.
Mas, depois de eliminadas, essas matérias não são abandonadas e esquecidas. Há entidades poderosas que descem a esse depósito para aí recolherem elementos que reutilizarão nos seus trabalhos. Aquilo a que hoje chamamos “reciclagem” sempre foi praticado pela Natureza: ela envia os materiais poluídos para a “estação de tratamento”, pois para ela nada deve ficar sem utilização."

"Muitos médicos pensam que, para exercerem o seu ofício, lhes basta usarem conhecimentos adquiridos em livros – abordam os pacientes exatamente como os mecânicos abordam um automóvel avariado – e os seus tratamentos terão certamente alguma eficácia. Mas há médicos com uma bondade e uma compaixão tão grandes que todo o seu comportamento é impregnado por eles. Então, quando estão junto dos seus pacientes, o que emana do seu olhar, da sua voz, do seu aperto de mão, desperta no coração e na alma desses pacientes poderes que vão agir de modo impercetível nos seus corpos psíquicos e produzir, mesmo no seu corpo físico, efeitos tão benéficos como um medicamento.
Em todos os domínios da existência, é possível constatar que o que emana do mais profundo dos seres influencia a matéria psíquica à sua volta e, por consequência, o comportamento daqueles com quem eles se relacionam. Vós mesmos pudestes constatar isso. Não há seres com quem gostais mais de vos relacionar, porque, simplesmente ao contactardes com eles, tendes a impressão de que vos tornais melhores, mais inteligentes, mais confiantes na existência, e até fisicamente vos sentis melhor?"