Jorginho era um
garoto encantador e era a alegria de sua avó, que morava com a família.
Dona Marta ficava
feliz em poder estar com ele, cuidá-lo, enquanto os pais ficavam fora a
trabalho.
Tudo transcorria
bem naquele lar até que ela adoeceu e precisou ser internada em um hospital.
Os pais
procuraram distrair o pequeno para que não se pusesse a chorar, vendo a senhora
sofrer, e lhe disseram que ela fora viajar.
Nunca o levaram
ao hospital para visitá-la. Depois de alguns dias, não resistindo, dona Marta
partiu para a Espiritualidade.
E como alguns
pais fazem, tudo ocultaram do menino. Para todos os efeitos, vovó continuava
viajando.
Então, durante um
jantar, quando se reuniam à mesa, o menino perguntou:
Mamãe, por que
você não arrumou o lugar da vovó na mesa?
Surpresa, a
senhora gaguejou um pouco e disse que dona Marta ainda estava viajando.
Ela voltou, não
está vendo? – Foi a resposta rápida do pequeno. Ela está ali, sentadinha no
lugar dela.
Está me dizendo
que veio se despedir, porque não fez isso antes e ela vai viajar para muito
longe.
Os pais ficaram
um pouco assustados, sem saber o que pensar. Para eles, aquilo era algo que não
conseguiam entender.
Nos dias
seguintes, vez ou outra, surpreenderam o filho conversando com a avó e se
preocuparam com a sua saúde mental.
Buscaram
explicações e encontraram a maravilhosa informação a respeito da vida imortal.
Aprenderam que o
Espírito, o detentor dos sentimentos e dos conhecimentos, das lembranças e dos
amores, não morre nunca.
Foi assim que,
compreendendo o que acontecia, entenderam que Jorginho tinha a possibilidade de
ver o Espírito da avó, que o visitava.
Finalmente, um
dia, o garoto disse que a vovó se despedira mesmo porque chegara a hora dela ir
para outro lugar.
Sua mensagem
final foi de gratidão ao filho, à nora e ao neto.
E os pais viram o
pequeno fazer o gesto característico de quem abraça e é abraçado. Era a
despedida, depois da qual o menino ficou tranquilo, entendendo a ausência
física da avó.
* * *
Saber que a vida
prossegue depois da morte traz tranquilidade aos que permanecemos na carne.
Compreender que o
amor que construímos e espalhamos estará sempre ao nosso redor, nos
alimentando, é um doce consolo. Entender
que o aprendizado, que armazenamos em nossa mente, não se perderá jamais, nos
convida a aprendermos sempre, mesmo que se dobrem os anos.
Saber que a nossa
felicidade ou infelicidade futuras depende dos sentimentos que nutrirmos, nos
concede rumos para nossa jornada, nos convidando a plantar flores na caminhada,
para colhermos perfumes mais tarde.
Tudo isso é de
muita importância. Entretanto, na qualidade de pais, devemos aprender a não
esconder a realidade da morte física dos nossos pequenos.
Afinal, a morte
alcança os seus animais de estimação. Também as pessoas que amam.
Falar-lhes da enfermidade
que os abraça, da morte que os arrebata fisicamente, é lição que não devemos
postergar, nem esquecer.
Tudo isso lhes
permitirá, inclusive, valorizar ainda mais as suas presenças, enquanto neste
mundo de cá.
Redação do
Momento Espírita.
Em 22.6.2019
Fonte: http://www.momento.com.br