domingo, 7 de junho de 2020

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV



"O barulho retém o homem nas regiões psíquicas inferiores: impede-o de entrar no mundo subtil, onde o movimento se torna mais fácil, a visão mais clara, o pensamento mais criativo. É certo que o barulho é uma expressão da vida, mas não dos seus graus superiores, revela antes uma imperfeição na construção ou no funcionamento dos seres e dos objetos. Se uma máquina começa a fazer toda a espécie de barulhos, é porque está com falhas.
Mesmo a dor é um barulho que nos previne de que os nossos órgãos estão a ficar “avariados”. Num corpo são, os órgãos são silenciosos. Evidentemente, eles exprimem-se, porque estão vivos, mas exprimem-se sem barulho. O silêncio é sinal de que tudo funciona corretamente no organismo."

"Se quereis, realmente, ajudar os outros, deveis ganhar o hábito de os deixardes de vez em quando, para vos elevardes até Deus. Não é permanecendo constantemente com os humanos que podemos ajudá-los, mas sim elevando-nos para recolhermos o que, mais tarde, distribuiremos a quem nos rodeia. Como é que um homem fraco, ignorante, sem grandes virtudes, pode ajudar os outros com meios que não possui? Só pode criar perturbação e agitação à sua volta. O único meio de ajudarmos os seres é irmos, de vez em quando, até à nossa pátria celeste e voltarmos para distribuir as riquezas que recolhemos."

"Quando vedes alguém usar uma cruz ao pescoço, sabeis imediatamente que se trata de um cristão. Ao usar essa cruz, ele quer afirmar a sua fé, assegurar a proteção do Céu ou favorecer a sua evolução. Mas as cruzes nunca salvaram os homens das suas doenças ou dos seus pecados. Se uma pessoa nada tem de bom na sua cabeça ou no seu coração, não é uma cruz que vai transformá-la ou protegê-la.
A cruz é um símbolo cósmico que devemos estudar e considerar com o máximo respeito. É bom usar uma cruz, mas desde que se compreenda o seu sentido, senão o símbolo age contra a pessoa que o usa. Perante uma cruz, todos os seres evoluídos sentem um frémito sagrado, mas, antes de a usarem, procuram aprofundar o seu sentido, pois sabem que quem usa uma cruz sem fazer qualquer esforço para a compreender e a vivificar em si mesmo caminha rumo ao sofrimento e à morte. "

"Quando se observa os humanos, mesmo os mais cultos, os mais letrados, constata-se muitas vezes que eles estão inteiramente mergulhados na prosa: são frios, gelados, não sentem em si nenhum calor, nenhuma poesia, o seu rosto não tem brilho. A poesia é deixada para os poetas que a escrevem. Mesmo que, de vez em quando, as pessoas leiam alguns versos, a vida que levam não é poética. Por isso, de agora em diante, a arte nova será aprender a viver dia e noite na poesia, isto é, ser caloroso, expressivo, vivo. Será então que se começará a amar. Os humanos são extraordinários: querem que gostem deles, que os amem, mas eles permanecem gelados, fechados, sem brilho, prosaicos. Pois bem, assim não! Não se pode ser amado quando se é antipático. Para se ser amado, deve-se aprender a viver a vida poética, graças à qual se levará aos outros o amor e a luz."

"Na vida corrente, estais sempre a ser solicitados por todo o tipo de atividades que, para vós, são tentações. Aparentemente, tudo isso, de facto, é sensato, inteligente, mas, passado algum tempo, apercebeis-vos de que estais muito agitados, sem grande resultado. Isto não quer dizer que não deveis interessar-vos por nada além da vida espiritual; pelo contrário, podeis interessar-vos por tudo, desde que estejais bem ancorados num alto ideal, numa filosofia divina. Se vos segurardes numa corda firmemente presa, podereis balançar-vos em todas as direções. Mas, se o nó não for sólido, ou se a corda estiver gasta, ireis cair e dar cabo das costas. Voltamos sempre à importância da ligação; é isto que nunca se deve esquecer: a ligação, a ligação com o Céu."

"É preciso saber que, na Natureza, cada coisa, cada ser, tem dois polos. Observai uma árvore: pelos seus ramos e pelas suas folhas, ela alimenta-se do ar e da luz; pelas suas raízes, alimenta-se de água e de terra. O homem, tal como a árvore, recebe forças de cima e forças de baixo.
Quando Adão e Eva viviam no Paraíso, no jardim do Éden, era como se vivessem nas flores. As flores estão expostas ao ar, à luz do Sol, são visitadas pelas borboletas e pelas abelhas; é uma vida celeste e irradiante, a que se vive nas flores. Mas no dia em que, pela influência da serpente, Adão e Eva deixaram as flores e desceram pelo tronco até às raízes da Árvore Cósmica, chegaram às regiões que estão privadas de luz e de calor; sentiram, então, o peso da matéria e tudo se tornou mais difícil: mover-se, alimentar-se, etc. E é essa, ainda, a situação da humanidade atual. O trabalho do discípulo é precisamente o de aprender a dominar e a utilizar as forças subterrâneas, que capta com as suas raízes, para produzir flores e frutos."

"Quando vedes alguém usar uma cruz ao pescoço, sabeis imediatamente que se trata de um cristão. Ao usar essa cruz, ele quer afirmar a sua fé, assegurar a proteção do Céu ou favorecer a sua evolução. Mas as cruzes nunca salvaram os homens das suas doenças ou dos seus pecados. Se uma pessoa nada tem de bom na sua cabeça ou no seu coração, não é uma cruz que vai transformá-la ou protegê-la.
A cruz é um símbolo cósmico que devemos estudar e considerar com o máximo respeito. É bom usar uma cruz, mas desde que se compreenda o seu sentido, senão o símbolo age contra a pessoa que o usa. Perante uma cruz, todos os seres evoluídos sentem um frémito sagrado, mas, antes de a usarem, procuram aprofundar o seu sentido, pois sabem que quem usa uma cruz sem fazer qualquer esforço para a compreender e a vivificar em si mesmo caminha rumo ao sofrimento e à morte. "

"A pirâmide é um cubo sobreposto por quatro faces triangulares. Simbolicamente, o cubo é idêntico ao quadrado, é o quatro, o número da matéria, dos quatro elementos. O cubo representa tudo o que está solidamente e duravelmente estabelecido na matéria. Mas o cubo é somente a base da pirâmide, e esta base suporta quatro triângulos. Relativamente ao quadrado, símbolo da matéria, o triângulo simboliza o espírito, pois os princípios divinos são três: luz, calor e vida. Quatro (a matéria) mais três (o espírito) dá sete, o número do homem. A cabeça é o três; os dois braços e as duas pernas, o quatro; e o três está colocado em cima do quatro. O três une-se, pois, ao quadrado para formar um ser vivo: o sete."

"É importante para o homem libertar-se das suas impurezas, por isso os exercícios de purificação têm uma importância tão grande na Ciência Iniciática. Esta purificação deve ser feita não só com meios físicos (o jejum, os exercícios respiratórios, as abluções, etc.), mas também com meios espirituais – a concentração, a meditação, a oração –, para introduzirmos em nós uma substância que desagrega e elimina os elementos estranhos e nocivos.
A pureza é a condição para o desenvolvimento espiritual do ser humano, para a sua saúde, a sua força, a sua beleza, a sua inteligência, a sua alegria e o seu amor."

"Fazer silêncio é, de certo modo, fazer em si o vazio, e é neste vazio que se recebe a plenitude. Sim, pois, na realidade, o vazio não existe. Retirai a água de um recipiente e entra lá ar; retirai o ar e entra éter… Quando se tenta fazer o vazio, a matéria que sai é substituída por outra mais subtil. Do mesmo modo, quando se consegue afastar os pensamentos, sentimentos e desejos inferiores, é a luz do espírito que irrompe, e nesse momento vê-se, sabe-se."

"Está escrito que, no começo, Deus criou a luz. Mas esta luz não era a luz física que conhecemos e que só apareceu no quarto dia, com a criação do Sol e das estrelas. A luz que Deus fez surgir no começo é a luz cósmica, a luz espiritual graças à qual Ele criou o mundo. Se se meditar nesta luz, poder-se-á atingir a essência do próprio Deus.
Quando fazeis exercícios de respiração, quando orais, meditais, cantais, ou quando assistis ao nascer do Sol, não fazeis outra coisa a não ser absorver esta quinta-essência espalhada pelo Universo numa quantidade prodigiosa. Se não recolheis muita, é porque ainda não desenvolvestes suficientemente em vós os aparelhos capazes de a captar."

"Enquanto permanecerdes nos planos astral e mental inferior, estareis tensos, agitados, e nunca encontrareis o silêncio necessário ao trabalho espiritual. É a natureza dos pensamentos e dos sentimentos vulgares que produz tais efeitos, e não pode ser de outro modo. É preciso conhecer bem a natureza de cada coisa. Assim como os químicos estudam a natureza e as propriedades dos elementos químicos, vós deveis estudar a natureza e as propriedades dos elementos psíquicos. Ora, precisamente, faz parte da natureza dos pensamentos e dos sentimentos interesseiros, egoístas, provocarem em vós a tensão, a excitação, a desordem. Quaisquer que sejam os esforços que fazeis para meditar, não o conseguireis enquanto não tiverdes dominado em vós os movimentos da natureza inferior."

"A única religião universal é a religião do Sol, pois só o Sol é universal. «E o Senhor?» O Senhor também, claro… Mas o Senhor é tão sublime, tão inacessível! As pessoas não querem aceitar o Sol, com o pretexto de que só se deve glorificar e adorar Deus. Mas, como não são capazes de ir até Ele, permanecem no vazio. Com o pretexto de que só devem reconhecer o Senhor, não sentem nem compreendem nada. Será inteligente? Porque é que não se vê que é o Sol que pode, melhor do que tudo, aproximar-nos do Senhor, dando-nos uma imagem da sua grandeza, da sua luz, do seu amor, do seu poder? As pessoas rejeitam o Sol e é por isso que permanecem nas trevas, no frio, na fraqueza."

"A Natureza, que é previdente, descobriu um meio radical contra a preguiça: o estômago. Como o homem tem fome, é obrigado a desenvencilhar-se para encontrar o que comer: ou procura o seu alimento, ou trabalha para o comprar. Se não tivesse fome, nada faria, isso é garantido.
A necessidade é o único remédio contra a preguiça. Por isso, deve-se deixar que os preguiçosos passem por necessidades, pois elas é que os curarão. Infelizmente, é uma verdade que muitas mães têm dificuldade em compreender; no seu amor cego, querem poupar os seus filhos a necessidades, e assim impelem-nos a ser preguiçosos, fracos. As mães são capazes de compreender muitas coisas, exceto que o verdadeiro amor consiste em fazer os filhos trabalharem, pois é no trabalho que se pode encontrar a saúde, a felicidade, a força e o sentido da vida."

"Deveis procurar a harmonia por amor à harmonia, por necessidade de harmonia, por necessidade de entrar na sinfonia universal. Será assim que abrireis as portas às forças e às entidades luminosas da Natureza, que se infiltrarão e se instalarão em vós. Harmonizar-se é abrir-se, e esta abertura é a condição para que as forças luminosas penetrem em vós. Direis: «Sim, mas como é que nos abrimos?» É simples: amando. Quando se ama, a harmonia instala-se e, então, as portas abrem-se, as janelas abrem-se e todas as bênçãos celestes entram em vós."

"Não é interdito gostar das pedras preciosas e até desejar possuí-las, mas desde que se saiba como considerá-las. Perguntareis: «Então, como se deve considerá-las?» Como uma ligação com o mundo espiritual. Deveis concentrar-vos nelas, na sua pureza, nas suas cores, no seu poder de deixar passar a luz, e depois pedir-lhes que entrem em vós, com todas as suas propriedades e virtudes, para que todo o vosso ser seja iluminado com os mil fogos das safiras, dos diamantes, dos rubis, das esmeraldas, dos topázios, etc. Este é o motivo por que se deve gostar das pedras preciosas e procurá-las. Não para usá-las como ornamento, mas para ser iluminado e alimentado pela sua quinta-essência."

"A lição mais sublime que o Sol nos dá é a sua universalidade. Ele não se preocupa em saber o que são as criaturas às quais envia os seus raios. Ilumina todas sem distinção, quer sejam inteligentes ou estúpidas, boas ou criminosas, quer mereçam ou não o que ele oferece.
Pensai nos seres mais extraordinários que existiram: todos tiveram alguns preconceitos, algumas preferências e até algumas animosidades. Sim, mesmo os maiores profetas, mesmo os maiores Mestres, não conseguiram libertar-se completamente da necessidade de aplicar a lei da justiça e de castigar os maus, pois nada é mais difícil do que conseguir eliminar completamente o sentimento de animosidade. Só o Sol é, realmente, capaz de o fazer. Há milhares de anos que ele aguarda pacientemente o aperfeiçoamento das criaturas. Ele sabe que nós somos centelhas divinas e que, um dia, nos tornaremos como o Senhor. É por isso que tem a paciência de continuar a ocupar-se de nós. Esta grandeza, esta imensidão, não são suficientes para vos estimular?"

"Conter a energia sexual só com o pretexto de obedecer a regras ditadas pela Igreja ou pela sociedade é, pura e simplesmente, recalcamento, e não pode ser uma solução para o problema da sexualidade. O recalcamento é a recusa em dar à energia sexual a sua saída natural sem ter na cabeça um ideal muito poderoso, capaz de fazer um trabalho nos planos superiores para canalizar e transformar essa força. A verdadeira renúncia não deve ser uma privação, mas uma transposição para outro plano. É a mesma atividade que continua, mas orientada para os planos superiores. Não se deve renunciar, privar-se, mas apenas deslocar, isto é, fazer em cima o que se fazia em baixo: em vez de beber a água de um pântano, simbolicamente falando, beber a água de uma fonte pura, cristalina."

"A maioria das pessoas não ousam dizer-vos a verdade sobre vós mesmos, sobre os vossos defeitos e as vossas fraquezas, porque receiam perder os vossos favores ou fazer de vós seus inimigos. Por detrás desta atitude amável, delicada, há, pois, um interesse, e assim continuais com os vossos defeitos, que, com o tempo, só se agravam. Um verdadeiro Iniciado comporta-se de modo diferente. Ele não tem qualquer interesse, não tem medo, não tem nada a perder, já ganhou tudo, pois conhece a verdade, e, então, mostra-vos as vossas imperfeições, sobretudo o que vos faz mal, o que vos retém nas regiões inferiores… Ele ousa dizer-vos tudo o que vos torna doentes e infelizes. Porquê? Porque, na realidade, é o vosso melhor amigo e quer dar-vos os meios para eliminardes as vossas lacunas. "

"Está escrito nos Evangelhos que se é sempre obrigado a servir um amo. Portanto, se não se serve o Cristo e a luz, é-se obrigado a servir o Diabo e as trevas. São leis! Se disserdes: «Oh, eu não aceito a luz, não aceito o Cristo, quero ser livre!...», pois bem, não podereis impedir o Inferno de se instalar em vós. Aquele que procura assim a liberdade não a procura verdadeiramente, porque encontra a escravatura. É uma outra entidade que começa a instruí-lo e, como ele é ignorante, deixa-se levar, imaginando que é ele próprio que deseja, quando, na realidade, está ao serviço de outro. Mas os humanos não compreendem, são como as crianças. Quando uma criança quer ser livre, é para fazer toda a espécie de coisas estúpidas ou perigosas, que depois a limitam. Só os sábios sabem que, para ser livre, é preciso limitar-se. Os outros, com o pretexto de terem liberdade, na realidade o que fazem é abrir as jaulas às feras, que despedaçam e devoram tudo neles."

"A nossa inteligência é a soma, a síntese, da imensidão de centros e de órgãos que existem em nós, de todas as tendências, de todas as pulsões, que transportamos há milhares de anos, de encarnação em encarnação; é um resumo de todas as faculdades e capacidades das células que constituem o nosso organismo. Quanto mais evoluídas, sensíveis e harmoniosas forem as nossas células, mais desenvolvida será a nossa inteligência – eis o que é preciso compreender. A inteligência não é uma faculdade separada, distinta, independente do conjunto do ser humano, das suas células, dos seus órgãos. Por isso, pensar corretamente não implica apenas um esforço do intelecto; na realidade, é uma disciplina de vida."

"Pode-se comparar o trabalho do Iniciado ao da Natureza. O que faz a Natureza? Ela não para de nos falar, de nos dirigir mensagens; não se serve de palavras, mas fala-nos; o Sol, as estrelas, as florestas, os lagos, os oceanos, as montanhas, falam-nos, comunicam-nos continuamente algo da sua vida, dos seus segredos. Essas comunicações registam-se em nós, mas não temos consciência delas. No entanto, é graças a elas que, pouco a pouco, a nossa sensibilidade aumenta e a nossa compreensão melhora. Não sabemos como se processa essa compreensão, mas ela acontece. É também deste modo que um Iniciado nos fala: graças a correntes, a raios, que ele envia, a partículas que ele projeta."

"Se vos derdes ao trabalho de aprofundar a frase de Jesus: «O meu Pai trabalha e eu trabalho com Ele», vereis abrirem-se horizontes ilimitados. Em vez disso, deixais Jesus trabalhar com o seu Pai e ocupais-vos das vossas galinhas e dos vossos porcos. Direis: «Mas há uma distância tão grande entre Jesus e nós! Ele é o Cristo, é perfeito, e nós… É orgulho imaginarmos que podemos fazer o mesmo trabalho que ele.» Bom, pensai o que quiserdes, mas Jesus pensava de outro modo. Ele dizia: «Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito!» E também: «Quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará obras ainda maiores.» Por isso, eu digo-vos que os cristãos são preguiçosos. Querem fazer crer que é por humildade que não se empenham na única atividade digna de ser empreendida pelos humanos: participar no trabalho de Deus. Não, de modo nenhum! Não é humildade, mas preguiça!"

"Não imagineis que, para compreenderdes, vos basta o intelecto. A verdadeira compreensão não se faz por intermédio de algumas células do cérebro, mas sim com todo o corpo, mesmo os pés, os braços, o ventre, o fígado… Todo o corpo, todas as células devem compreender. A compreensão é uma sensação. Vós sentis e, nesse momento, compreendeis e sabeis, porque experienciastes. Nenhuma compreensão intelectual pode comparar-se à sensação. Quando sentis amor, quando sentis ódio, cólera, desgosto, sabeis o que é. Se disserdes «Sei o que é o amor» sem nunca terdes amado alguém, estareis enganados, pois não sabeis. Mas, se sentistes o amor, conhecei-lo. Talvez não possais explicá-lo nem exprimi-lo, mas conhecei-lo verdadeiramente, porque o verdadeiro conhecimento é isso: a sensação."

"Em todo o Universo se observa o mesmo processo natural: do caos deve sair a ordem, a beleza, a perfeição. Ora, o que se passa na arte hoje em dia é exatamente o contrário. Olha-se para um quadro e não se percebe o que ele representa: um homem, um animal, um objeto ou uma paisagem… Já não existe qualquer diferenciação, é um regresso ao caos. Ora, a inteligência da Natureza trabalha sempre no sentido da diferenciação e da organização: uma simples célula divide-se e, alguns meses depois, aparece um ser humano, em toda a sua riqueza e toda a sua complexidade. Será que agora se deve tomar o caminho inverso e voltar a ser unicelular? Não, seria uma regressão, mas é precisamente a esta regressão que muitos artistas, que não estão instruídos e não são esclarecidos, querem conduzir-nos."

"A convicção é um dos maiores poderes que existem. Tem-se visto certos chefes arrastarem, com a sua convicção, grandes multidões: mesmo que as ideias que defendiam fossem estúpidas ou criminosas, a força da sua convicção acabava por arrastar os mais reticentes, pois a convicção é um poder, uma grande força: provoca devastações e destruições se for orientada para o mal, mas também pode transformar o mundo quando emana de uma ideia divina e age para o bem.
A convicção do discípulo está assente num conhecimento das leis divinas e nas experiências já vividas em encarnações passadas ou na encarnação atual. Quando um discípulo conseguiu adquirir este conhecimento e faz experiências, tem uma convicção inabalável que o torna omnipotente. Se ele não tem esta convicção, é porque o seu saber não é completo."

"Se conseguirdes controlar, cada vez mais, os vossos gestos, os vossos sentimentos, os vossos pensamentos, será o vosso destino que conseguireis mudar, pois o nosso destino depende precisamente do controlo que somos capazes de exercer sobre tudo o que fazemos. O que é um Mestre? É precisamente um ser que conseguiu controlar tudo em si próprio, nos diferentes planos, físico, astral e mental. Então, as forças da Natureza obedecem-lhe, os espíritos obedecem-lhe, e até os animais, as plantas e os minerais lhe obedecem. É isso o verdadeiro domínio, a verdadeira realeza."

"O discípulo que trabalha para atrair o fogo celeste sabe que esse fogo só virá a um lugar que foi preparado para ele. O discípulo trabalha sem descanso para purificar, santificar, esse lugar. Pela meditação, pela oração, pela prática quotidiana das virtudes, ele constrói uma morada com uma matéria pura e luminosa na qual o fogo reconhece a sua própria quinta-essência, e é por isso que é atraído. Na tradição cristã, o fogo celeste é designado por Espírito Santo, e a festa de Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo aos discípulos de Jesus sob a forma de chamas, de línguas de fogo. Foi então que eles receberam o dom de curar, de profetizar, de falar línguas, pois, evidentemente, o Espírito Santo não chega sozinho, vem acompanhado de Anjos, de Arcanjos, de toda uma hierarquia celeste, assim como de numerosos servidores da Natureza, que se instalam no homem sob a forma de dons, de faculdades, de virtudes."