domingo, 6 de janeiro de 2013

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"O presente é privilégio de Deus. Deus vive num eterno presente
e foi ao presente que Ele deu todo o poder. Sabendo isso, cada um
de vós deve dizer para si próprio: «Também eu, hoje, disponho
do dia de hoje. O passado foi e o futuro ainda não é. Só o
presente me pertence. Então, ao trabalho!» Mas o que faz a
maior parte dos humanos? Ruminam o passado, sonham com o futuro,
e no presente estão ausentes, deixam-se andar sem saber como vivê-lo.
O passado, a maior parte das vezes, é objeto de sentimentos
nostálgicos e de remorsos: tem-se nostalgia dos bons velhos
tempos ou então lamenta-se os erros, as escolhas que se fez, as
decisões que se tomou. Quanto ao futuro... se não se souber
como agir no presente, que futuro se pode esperar? E será assim
enquanto não se aprender como criar os fundamentos do amanhã
nesta base sólida que é o hoje."

"Todos os dias nós comemos. Mas não fiqueis chocados se eu vos
disser que também somos comidos. Sim, nós servimos de alimento
para outras entidades: os anjos. Eles absorvem os nossos bons
pensamentos, os nossos bons sentimentos, tudo o que em nós é
inspirado pela sabedoria e pelo amor. Os anjos consideram-nos
como árvores que dão flores e frutos. Quando vêm colhê-los,
eles não partem os nossos ramos, pelo contrário, regam-nos,
curam-nos, para que possamos dar frutos ainda mais suculentos.
Mas existem também “anjos” de outra espécie, as entidades
tenebrosas, os demónios. Também eles precisam de se alimentar e
vão regalar-se junto dos humanos cujos maus propósitos e maus
sentimentos são, para eles, manjares suculentos: então, eles
retiram-lhes todas as suas energias e deixam-nos esgotados. Não
há nada pior do que ser devorado pelos espíritos tenebrosos e
nada é mais desejável do que servir de alimento às entidades
celestes. Por isso os Iniciados nos dizem que devemos
oferecer-nos diariamente ao Senhor para que Ele se alimente de
nós. Com esta imagem, eles revelam-nos que o ideal espiritual do
homem é ser absorvido pelo Senhor a fim de ter n’Ele a sua
morada."

"Aquilo a que chamamos o espírito e a alma são duas realidades
em nós que correspondem aos dois grandes princípios criadores:
os princípios masculino e feminino, a que se chama Espírito
Cósmico e Alma Universal. Por isso, nós somos criadores tal
como eles. Sim, nós também temos o poder de criar, mas numa
condição: darmos aos princípios masculino e feminino em nós,
o nosso espírito e a nossa alma, todas as condições para se
manifestarem.
As atividades que fazem de nós criaturas verdadeiras são a
oração, a meditação, a contemplação, a identificação.
Pelo desejo de nos elevarmos para penetrar na Alma Universal,
essa luz que é a matéria da criação, nós fertilizamo-la por
intermédio do nosso espírito. Então, a nossa alma recebe os
germes do Espírito Cósmico e traz ao mundo filhos divinos: a
inspiração, a alegria, atos de justiça, de bondade, de
nobreza. É também esse o significado da festa do Natal."

"Em todos os lugares em que habitais, seja um pequeno quarto ou
uma grande casa, as paredes, os móveis, os objetos, estão
impregnados das vossas emanações. É o lado mágico da
presença: vós depositais, sobre tudo aquilo que vos rodeia e em
particular sobre os objetos em que tocais, partículas etéricas
que são condutoras de influências favoráveis ou nefastas. Se
projetais constantemente pensamentos, palavras e sentimentos
negativos, esses objetos tornam-se como ímanes que atraem tudo o
que é mau do universo. Evidentemente, o contrário também é
verdadeiro: se as vossas emanações estiverem impregnadas de
sabedoria e de amor, vós depositais bons fluidos sobre os
objetos que vos rodeiam e eles tornam-se condutores da luz, da
alegria, da saúde.
Habituai-vos a fazer este exercício: em todas as salas da vossa
casa, pegai nos objetos com atenção, com amor, pedindo ao
Espírito Divino que envie até eles as suas bênçãos. Dizei:
«Espírito de luz, de pureza, de verdade, eu consagro-Te estes
objetos, para que eles possam tornar-se um recetáculo para Ti,
um instrumento do teu poder.» O Espírito virá habitar no vosso lar."

"A fé não é um sentimento irracional, ela fundamenta-se nas
experiências que nós fizemos ao longo das nossas incarnações
passadas e que se inscreveram na nossa alma. Sim, é tudo o que o
homem estudou, verificou e viveu nas suas experiências
anteriores que está na origem da sua fé. Só se pode ter fé
naquilo que se experimentou, de outro modo não se pode falar de
fé mas simplesmente de crença. Se tendes fé em Deus, é porque
comunicastes com Ele, contactastes com Ele, e esse contacto
deixou em vós uma marca tão forte que já não podeis duvidar,
a fé em Deus está inscrita em vós.
Só podeis dizer que determinado caminho conduz a determinada
estação se conhecerdes o itinerário. Mas, se disserdes que,
passando por um determinado lugar, chegareis a palácios e
jardins e depois só encontrardes pântanos e precipícios, isso
acontece porque fostes impulsionados somente pelo desejo de crer
e não pela certeza da fé. A crença é o resultado de um desejo
subjetivo: imagina-se que ele se realizará, mas, na maior parte
das situações, não é isso que acontece. A fé, pelo
contrário, é uma certeza absoluta que conduz a uma
realização."

"A terra, a água e o ar são meios de purificação e eu
expliquei-vos métodos, exercícios, para fazerdes com eles. Mas
o meio de purificação mais poderoso é o fogo. Nada resiste ao
fogo. Por isso a tradição iniciática ensina que, para se
transformarem, os humanos têm obrigatoriamente de passar pelo
fogo. Não o fogo físico, evidentemente, mas o fogo psíquico.
No plano psíquico existem duas espécies de fogo: o fogo do
sofrimento e o fogo do amor espiritual. Pelo fogo do sofrimento
devem passar obrigatoriamente todos aqueles que são tão
teimosos, tão obstinados em seguir o mau caminho, que só as
provações poderão fazê-los refletir e transformá-los. Aquele
que quer escapar a esse fogo deve trabalhar com o fogo do amor,
que o tornará luminoso e irradiante. E mesmo que ele ainda tenha
de sofrer, pois na terra não se pode escapar às provações, o
fogo do amor espiritual arderá mais intensamente nele e
permitir-lhe-á ultrapassá-las. O fogo do sofrimento comum
subjuga o homem; o fogo do amor espiritual dá-lhe a liberdade."

"O homem, criado à imagem de Deus, é tão poderoso como Ele.
Então, por que ele é que se mostra tão fraco? Porque ignora
onde está a sua força. E a sua força não está na sua
capacidade de exigir, de se impor, está no seu poder de dizer
não. Isto significa que ninguém pode obrigá-lo a fazer o que
ele não quer. Mesmo que o Inferno todo se juntasse contra ele
para o obrigar a agir contra a sua vontade, não poderia
obrigá-lo. Mesmo Deus não pode forçar o homem! Por isso, se o
homem soubesse onde reside a sua verdadeira força, resistiria a
todas as seduções, a todas as tentações, não cometeria
qualquer ato mau. Ele só comete crimes porque consente neles.
Os espíritos tenebrosos do mundo invisível têm o poder de
tentar o homem e de o pôr à prova, foi Deus que lhes deu esse
poder. Lede a conversa entre Deus e Satã no começo do Livro de
Job. Mas o homem tem sempre o poder de dizer não. É a
ignorância da sua origem divina que o torna tão fraco perante o mal."

"Abrir e fechar as portas – já refletistes na importância
deste gesto? Sabeis quando abrir uma porta e quando fechá-la? Na
vida comum, evidentemente, vós sabeis: fazei-lo durante todo o
dia para entrar e sair, ou fazer entrar e sair aqueles que
acolheis em vossa casa. Mas as portas a que eu me refiro são as
que temos em nós. São essas que é preciso aprender a abrir ou
fechar: abri-las quando queremos atingir as regiões celestes ou
permitir que os anjos entrem em nós e fechá-las para não
deixar entrar os espíritos tenebrosos, para preservar as nossas
riquezas espirituais.
As portas existem em nós sob toda a espécie de formas. À
partida, no nosso corpo físico temos doze: os dois olhos, os
dois ouvidos, as duas narinas, a boca, os dois seios, o umbigo e,
ainda mais abaixo, outras duas portas. Estas portas põem-nos em
comunicação com o mundo físico que nos rodeia; mas aquilo que
não se sabe é que elas também têm como função pôr-nos em
comunicação com o mundo psíquico e o mundo espiritual. É,
pois, todo um vasto domínio a estudar: quando e como abrir ou
fechar estas portas..."

"Vós orais e tendes a impressão de que isso não serve para nada
porque as vossas orações não são atendidas?... Pois bem,
enganais-vos. Se as vossas orações forem sinceras, intensas e
desinteressadas, sereis atendidos, mas pouco a pouco. Aquilo que
pedis não pode ser realizado rapidamente, mas, uma vez que
pusestes em marcha um processo, se fordes persistentes,
pacientes, esse processo, que é contínuo, ir-se-á
amplificando. No exato instante em que vós orais, o vosso desejo
começa a realizar-se; mas é preciso tempo para ele ser
completamente realizado. Se puserdes uma semente na terra, para
ela se tornar uma árvore é preciso tempo, mas o vosso intuito
começa a ser realizado, pois ela começa a germinar debaixo da terra.
Pedis o Reino de Deus e a sua Justiça? Não o fareis chegar num
único dia nem mesmo em vários anos, é impossível: ele é uma
árvore gigantesca que precisa de muito tempo para se formar!
Mas, como a semente está na terra, a árvore já está a crescer..."

"Os exercícios espirituais não são nada por si mesmos. Eles só
se tornam verdadeiramente eficazes e benéficos se forem
executados à luz de um Ensinamento que transmite conhecimentos
sobre o mundo invisível, os diferentes seres que nele habitam,
as leis que o regem e as forças que nele circulam. E mais
importante ainda é aprender como o ser humano está construído,
quais são nele os órgãos, os centros espirituais, graças aos
quais ele pode entrar em relação com as regiões luminosas do
espaço. Mas mesmo isso não basta. Quando se possui esse saber,
há que decidir-se a mudar a sua forma de viver, a sacrificar
atividades que estão em contradição com os propósitos da
Ciência Iniciática.
Tomai isto em consideração, pois é o essencial. Se não vos
limitardes a uma compreensão intelectual da espiritualidade,
possuireis a verdadeira compreensão, essa compreensão que
invade o corpo inteiro até à mais pequena célula; então, cada
exercício terá verdadeiramente um significado para vós e
reforçar-vos-á."

"Quereis encontrar o equilíbrio, a paz? Esforçai-vos diariamente
por encontrar o centro divino em vós mesmos. Nesse momento,
todas as partículas do vosso ser, todas as energias que circulam
em vós, se harmonizam e se ordenam em relação a esse centro
divino, em torno do qual se põem a gravitar.
O segredo da vida espiritual está em reunir de novo essa
multidão de elementos díspares que se espalharam em todas as
direções e fazê-los girar em torno do vosso Sol interior como
os planetas giram em torno do Sol cósmico. Então, sim, pode-se
falar de ordem, de harmonia e de paz, pode-se falar do Reino de
Deus: porque existe um centro, existe um Sol, um núcleo em torno
do qual todos os outros elementos encontram o seu lugar e
descobrem a trajetória a seguir."

"A existência não é um caminho plano, uniforme, é feito de
altos e baixos, de covas e elevações, que ameaçam
constantemente o nosso equilíbrio. Mas é nestes desequilíbrios
que nós temos as melhores condições para progredir. O que são
as provações, as doenças ou a guerra? Desequilíbrios; nestes
desequilíbrios, os seres bons encontram condições para se
tornar ainda melhores e os maus, infelizmente, para se tornar
ainda piores.
A vida cria perturbações para pôr os humanos neste estado de
desequilíbrio que os obriga a refletir, a desenvolverem-se ou,
pelo menos, a revelarem-se e a conhecerem-se a eles mesmos.
Muitos, se não tiverem de enfrentar provações ou perigos,
nunca chegarão a conhecer-se! E assim, alguns que pareciam
capazes, inteligentes, honestos, caem imediatamente ou são
levados a cometer atos vis, criminosos, ao passo que outros, que
pareciam insignificantes, manifestam-se como heróis ou santos."

"Tal como os animais, o ser humano tem de se alimentar para
subsistir. Mas, diferentemente do animal, ele pode, pela sua
consciência, fazer do ato de comer um meio para crescer
psiquicamente, espiritualmente. E irei mesmo mais longe: enquanto
não for capaz de dar a esse ato uma dimensão mais vasta, mais
profunda, é inútil ele dizer que é culto, civilizado.
Para mim, isso é um teste. Quando os humanos aprenderem a comer
com uma consciência esclarecida, maravilhando-se com os
alimentos, pensando com reconhecimento que todo o universo
trabalhou para produzir aqueles frutos, aqueles legumes, aqueles
cereais, graças aos quais eles recebem a vida, então sim,
poder-se-á falar de cultura e de civilização."

"Os movimentos que nós fazemos com a mão ou somente com um dedo,
e mais particularmente com o polegar, influenciam o nosso
psiquismo. Vou ensinar-vos alguns exercícios.
Quando sentis que a lassidão vos invade, fechai o punho e,
afastando o polegar, girai a mão para a direita e para a
esquerda, depois movimentai também o polegar para cima e para
baixo. Para desencadeardes em vós a vontade de empreender um
trabalho, começai por fechar o punho, para vos tornardes
senhores de todas as forças que estão à vossa disposição; e
mantende sempre o polegar no exterior, dobrado sobre os dedos,
nunca o coloqueis no interior da mão fechada. O terceiro
movimento ajudar-vos-á a dominar as energias em vós e a
dar-lhes uma direção adequada: com o polegar e o indicador da
mão esquerda, tocai em todos os dedos da mão direita, um após
o outro, pressionando ligeiramente de cima para baixo.
É preciso levar a sério estes exercícios aparentemente
insignificantes, mas tão importantes para a nossa vida psíquica
e espiritual, pois o Universo inteiro está presente nas nossas
mãos. Elas possuem uma espécie de comutadores que podem
pôr-nos em comunicação com as forças na natureza e também
com as hierarquias angélicas."

"Como é possível perguntar-se se é útil ter um Mestre?...
Mesmo no invisível, um Mestre esforça-se por guiar os seus
discípulos, por inspirá-los. O seu olhar observa-os, deteta as
suas lacunas, as suas fraquezas, os seus sofrimentos. Ele nem
sempre lhes faz observações diretamente, mas, pelo pensamento,
segreda a cada um: «Estuda, exercita-te, sê mais paciente, mais
generoso... Não desanimes...»
Todos os verdadeiros discípulos percebem a presença do seu
Mestre; são o seu impulso interior, o seu desejo de
aperfeiçoamento e a sua sede de verdade que chamam por ele e o
atraem. Os pensamentos, os sentimentos e os atos do Mestre emitem
ondas fluídicas e, mesmo sem terem consciência disso, os
discípulos absorvem as partículas subtis que jorram da sua
aura. Então, também a aura deles se clarifica, se purifica. "

Quereis estar vivos? Preservai durante o máximo de tempo
possível a necessidade de progredir. Há tantas forças
adormecidas em vós que esperam ser despertadas! Por que
continuais a mantê-las adormecidas? Há pessoas com cinquenta,
sessenta anos, ou ainda menos, que parecem já mortas e
enterradas. Sim, vê-se mesmo a pedra tumular que as cobre e na
qual está escrito: «Aqui jaz fulano...». Porquê?
Mesmo que se esteja cansado, mesmo que a velhice se aproxime, é
preciso ter em mente que há sempre progressos a fazer, alguma
coisa a compreender, alguma coisa a empreender, e nunca aceitar o
entorpecimento, a estagnação. Mesmo que se esteja paralisado,
mesmo que se esteja moribundo, há sempre alguma coisa para
fazer... nem que seja agradecer ao Céu."