quinta-feira, 5 de setembro de 2013

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"Todas as religiões são oriundas da mesma fonte. As suas
diferenças advêm de elas terem aparecido em épocas diferentes
e em povos com mentalidades diferentes. Por isso, é preciso
refletir bem antes de querer mudar de religião, as pessoas não
se adaptam assim tão facilmente a outras mentalidades.
A tradição hindu, por exemplo, é extraordinariamente profunda,
rica e poética, mas, tirando algumas exceções, os Ocidentais
que se aventuram nela estão sobretudo sujeitos ao risco de aí
se perderem. Ou então ficar-se-ão pelas aparências, pelas
formas, por detalhes superficiais, exóticos, e isso não é uma
atitude de respeito por todos aqueles grandes espíritos do
passado que, depois de durante muito tempo terem trabalhado,
feito pesquisas, quiseram legar ao seu povo o fruto das suas
experiências. Não se deve pensar que os sábios e Mestres
espirituais da Índia se sentem assim tão honrados por verem
muitos cristãos descurarem a sua própria religião para se
disfarçarem de yoguis. Eu pude verificar algumas vezes até que
ponto certos Mestres hindus são sábios. Eles perguntam aos
Ocidentais: «Você é cristão? – Sim. – Então, continue a
ser cristão.» Eles sabem que uma cultura, uma tradição, é
como o solo para uma árvore. Quanto tempo é necessário para
que uma árvore arrancada da terra se enraíze noutro local? "

"Um Iniciado é feito como todos os outros homens: tem os mesmos
órgãos, que o fazem sentir as mesmas necessidades, os mesmos
desejos. Ele também pode cansar-se e ficar doente. A diferença
não está aí, mas na sua consciência, no seu ideal, nos seus
pontos de vista, no autodomínio que ele conseguiu adquirir. E a
primeira prova, para ele, é entrar num corpo físico.
Todo o ser que vem incarnar-se na terra recebe necessariamente,
para formar o seu corpo, partículas que perderam muita da sua
resistência, da sua vitalidade, da sua pureza. É preciso
compreender o que é essa matéria que atravessou os séculos
passando de geração em geração. Como poderia ela chegar
intacta e pura? Mesmo que nasça de pais excecionais, um Iniciado
tem todo um trabalho a realizar sobre a matéria do seu corpo
para a purificar, a vivificar, a harmonizar, para que ela se
torne um instrumento perfeito para o seu espírito."

"Se cometerdes erros, se não fordes bem-sucedidos naquilo que
procurais realizar, nunca acuseis as condições. Mesmo que,
aparentemente, tenhais razão quando considerais que elas não
são boas, pensai que a vossa opinião talvez não seja
impecável. Cada um tem uma ideia do que é bom ou mau para si,
mas a Providência tem uma ideia diferente…
O mais sensato é, pois, considerar que as condições que nos
são dadas são as melhores para a nossa evolução. E, de todo o
modo, elas são boas ou más consoante o que fazemos delas. As
condições mais favoráveis, se não soubermos utilizá-las, só
produzem catástrofes, ao passo que condições adversas, se
soubermos utilizá-las, tornam-se as mais benéficas. Não é no
momento, mas muito tempo depois, que podemos fazer um juízo
sobre as condições que nos foram dadas: quando descobrimos que
partido soubemos tirar delas."

"Embora não sejam a maioria, há inúmeras pessoas no mundo que
querem levar luz aos outros. Mas, como elas não sabem como
fazê-lo, pouco a pouco, perante a mediocridade dos resultados,
desanimam ou chegam mesmo a detestar o mundo inteiro. Será
razoável chegar a um ponto destes?
Se quereis trabalhar realmente para o bem, começai por deixar os
outros sossegados e ocupai-vos somente do vosso
aperfeiçoamento… No dia em que conseguirdes viver na luz,
serão eles que vos pedirão que os esclareçais, que os
ilumineis, pois sentirão que estão a patinhar nas trevas e na
lama. Mas irdes vós ocupar-vos da lama, atascar-vos na lama com
intenção de purificar a lama, não, vós é que ficareis
enlameados! Tornai-vos luminosos e, quando vos apresentardes
perante os outros, mesmo sem dizerdes o que quer que seja, eles
pedir-vos-ão que os guieis ao compreenderem até que ponto
estão fora do caminho."

"Por certo já vos sucedeu sentirdes-vos sem força nenhuma
subitamente e sem uma causa aparente. É porque fostes
atravessados por uma corrente má, uma influência nefasta que
perturbou o vosso magnetismo; ou então pensastes
inconscientemente em qualquer coisa e esse pensamento, com o
sentimento que o acompanhou, cortou a vossa ligação com a Fonte
divina. Quem se deixa dominar pela cólera, pelo ciúme, pelo
ódio, pela inveja, pela sensualidade, emite ondas que perturbam
a disposição harmoniosa dos átomos e dos eletrões nas
células. A perturbação desta organização interior é que
está na origem das doenças físicas e até psíquicas.
Portanto, estais atentos: quando sentirdes uma perturbação, um
mal-estar, concentrai-vos nas vossas células até que a ordem
seja restabelecida. Nunca deixeis um estado negativo instalar-se
em vós, pois, pouco a pouco, o vosso organismo psíquico e o
vosso organismo físico serão completamente invadidos."

"Alguém diz: «Eu sou feliz porque…». Pois bem, o simples
facto de se dar uma causa à sua felicidade prova que não se
possui a verdadeira felicidade, pois a verdadeira felicidade não
tem causa. Sim, vós estais felizes e não sabeis porquê. Achais
que é maravilhoso viver, respirar, comer, falar… Não nos
aconteceu nada, nem sucessos, nem presentes, nem heranças, nem
um novo amor… O que vos torna felizes é – pois sempre há
uma razão – a sensação de que alguma coisa vinda do alto se
acrescenta a tudo o que fazeis, um elemento espiritual que nem
sequer depende de vós. Como água que desce do céu e vos atravessa.
Para a maioria dos humanos, a felicidade está ligada a posses:
casas, dinheiro, decorações, glória… ou então um marido,
uma mulher, filhos. Não, a verdadeira felicidade não depende de
nenhum objeto, de nenhuma posse, de nenhum ser: ela vem do alto e
vós ficais surpreendidos ao descobrir em vós mesmos,
continuamente, esse estado de consciência superior.
Regozijais-vos e nem sequer sabeis porquê. 
É isso a verdadeira felicidade."

"Para se ser bem-sucedido num projeto, é necessário que o
intelecto, o coração e a vontade trabalhem em conjunto.
Raramente se encontra realizada esta unidade, exceto nos grandes
santos. E também nos grandes criminosos. Sim, e entre os grandes
criminosos que só pensam em fazer mal e os grandes santos que se
consagram ao bem da humanidade há a maioria dos humanos que,
não sabendo pôr o seu intelecto, o seu coração e a sua
vontade, de forma consistente, ao serviço de um projeto, oscilam
constantemente entre a boa via e a má via e não conseguem
grande coisa. Tanto para o bem como para o mal, é preciso impor
uma mesma direção aos pensamentos, aos sentimentos e aos atos,
o que é difícil, e neste domínio os humanos são muito preguiçosos!
Por vezes, fica-se surpreendido com o facto de grandes criminosos
poderem tornar-se grandes santos. Um acontecimento que surge na
sua vida ou o encontro com um determinado ser provocou neles uma
grande reviravolta, e então, na medida em que eles realizaram a
parte mais difícil do trabalho – a unidade entre o seu
intelecto, o seu coração e a sua vontade –, são capazes de
se superar no bem como o tinham feito no mal."

"A justiça humana julga somente os atos, mas a justiça divina
julga também os pensamentos, os sentimentos e as intenções. Se
destes maus conselhos a alguém conscientemente, se o impelistes
à revolta, ao desespero, que tribunal da terra pode condenar tal
comportamento? Nenhum, pois materialmente, objetivamente, não se
pode censurar-vos por nada. Se a pessoa que influenciastes for
dizer a um juiz: «Veja em que desespero aquele indivíduo  me
mergulhou», o juiz responder-lhe-á que esse caso não está
previsto no código e que não pode fazer nada por ela.
Há imensas pessoas que, sabendo que nenhum tribunal pune os maus
pensamentos, as más intenções e as palavras que induzem em
erro, são suficientemente espertas para se mostrar impecáveis
no domínio dos atos e não se deixar apanhar! Há milhares de
maneiras de agir mal sem ficar sob a alçada da justiça humana.
Mas ninguém escapa à Justiça divina."

"O mundo invisível que vos rodeia não está vazio, é percorrido
por entidades de todo o tipo. Então, quando ides deitar-vos,
procurai pôr o vosso quarto em ordem, pois pode haver seres
angélicos a visitar-vos durante a noite. Se eles veem roupas e
objetos desarrumados, não ficam muito contentes com aquele
espetáculo e poderão não voltar. Arrumai todas as noites o
vosso quarto como se fosse para receber hóspedes, amigos.
E, como também podeis ter a visita de entidades malevolentes, se
não quiserdes ser perturbados durante o sono colocai junto da
vossa cama uma oração ou um pensamento escrito por vós, uma
imagem santa, a fotografia de um sábio, de um Iniciado. Por seu
intermédio, colocais-vos sob a autoridade e a proteção de um
Ser que abrange com o seu bem-querer todas as criaturas."

Está escrito no Salmo: «Caminharei perante o Eterno na terra
dos vivos.» Esta terra dos vivos é o sol. Sim, o sol, mas um
aspeto do sol que ainda não conhecemos. Tudo o que nós vemos na
terra e no céu representa apenas uma ínfima parte da realidade:
envelopes, escórias... A realidade é a imensidão do mundo
invisível. Vós direis: «Como? O universo já é tão vasto: o
sistema solar e, para além dele, todas essas galáxias, todas
essas nebulosas...» Sim, mas isso não é nada comparado com o
que não vemos.
O sol é «a terra dos vivos» e nós habitaremos um dia nessa
terra dos vivos. Mas nada nos impede de nos projetarmos nela
desde já. Todas as consciências iluminadas vivem já no sol.
Assim que começamos a viver na luz, nós vivemos no sol: os
nossos pés caminham na terra, mas a nossa cabeça visita o sol.
E é porque desejamos ir habitar para sempre nessa terra dos
vivos que procuramos aproximar-nos dela todas as manhãs. Ao ir
contemplar o sol nascente, nós começamos a caminhar nela."

"Quando vos dirigis ao Céu para que ele vos ajude, vos apoie, é
como se lhe pedísseis para vos conceder um crédito. Mas o Céu
só concede crédito àqueles que o merecem. Quando ele vê um
ser a fazer esforços sinceros e desinteressados, um ser que usa
o seu tempo e as suas energias a servi-lo e a servir os outros,
não pode deixar de lhe conceder crédito e derrama sobre ele as
suas bênçãos. Ao passo que aqueles que se servem dos dons que
receberam do Céu só para proveito próprio, ou até para fazer
mal, veem o seu crédito cortado: o Céu não lhes dá mais nada.
Todas as tradições espiritualistas insistem neste ponto: os
humanos devem fazer bom uso dos dons, das qualidades, das
riquezas que receberam; se assim não for, não receberão mais
nada do Céu e até, mais cedo ou mais tarde, aquilo que têm
ser-lhes-á retirado. É pouco importante que eles tenham sido os
personagens mais brilhantes noutra vida ou mesmo nesta: ficarão
pobres e nus."

"Vós estudais um rosto: observai-lo de frente, de perfil e, mesmo
sem saberdes de fisiognomonia, podeis aperceber-vos de que,
muitas vezes, a face não corresponde ao perfil. E é normal,
porque eles refletem, de certo modo, duas personalidades
diferentes. A face representa a herança que nós recebemos do
pai e da mãe, assim como dos avós e até dos antepassados
anteriores a eles, isto é, o conjunto de qualidades e defeitos
que nos foram transmitidos por hereditariedade. O perfil
representa-nos a nós mesmos. Uma vez que a hereditariedade é um
capital que o homem está sempre a consumir, quanto mais o tempo
passa, mais ele se manifesta conforme indica o seu perfil.
Quando a face é vulgar mas o perfil é expressivo, nobre, isso
significa que, durante a sua infância e a sua adolescência, o
ser humano se manifesta de modo medíocre ou até vicioso, mas,
mais tarde, quando se tornar adulto, conseguirá vencer as más
tendências recebidas da hereditariedade. E inversamente. É
preferível, claro, que o perfil e a face sejam ambos
harmoniosos. Mas deveis saber que, em relação ao futuro, o
perfil é muito mais significativo do que a face."

Muitos admiram-se pelo facto de um grande Mestre, pela sua
autoridade, pela sua irradiação, não produzir efeitos
miraculosos sobre todos os que dele se aproximam. Mas no que é
que eles acreditam? Um Mestre não pode tornar melhores aqueles
que recusam melhorar-se, pois, interiormente, eles são livres.
Pode-se prender alguém, cortá-lo em pedaços, mas, se ele não
permitir, não se pode agir sobre o seu coração nem sobre o seu intelecto.
Um Mestre pode sempre transmitir conhecimentos, isso é fácil,
mas não pode mudar o caráter e o temperamento dos humanos. Se
eles deixarem adormecer a sua alma e o seu espírito, se eles
não tiverem outras necessidades na vida a não ser deixar-se
guiar pelos seus instintos grosseiros, sem se preocuparem com as
desordens e as infelicidades que provocam à sua volta, um Mestre
é impotente. Ele apenas pode tentar levá-los a entrever a
beleza desse mundo de que, por enquanto, eles estão tão
afastados, esperando que, numa próxima existência, eles tenham
o desejo de se aproximar dele."


"Que bênção, que riqueza são as árvores! Sobretudo quando se
consegue sentir que toda aquela matéria sólida, compacta, na
realidade é luz condensada. Sim, aqueles troncos, aqueles ramos,
aquelas folhas, alimentam-se de luz e são luz solar condensada.
Como se pode não ficar maravilhado ao pensar que o amor do sol
se encontra nelas em abundância? E, ao purificarem a atmosfera
com o oxigénio que libertam, as árvores são também nossas
benfeitoras; por isso, aqueles que vivem perto de uma floresta
são verdadeiramente privilegiados.
Uma floresta é, naturalmente, um lugar cheio de presenças. Logo
que eu começo a caminhar entre as árvores, sinto presenças.
Por isso, falo-lhes. Eu sei de que maneira me dirigir a elas,
como comunicar com a sua alma, e elas compreendem-me. Todas
aquelas árvores são habitadas e os humanos seriam mais felizes
se tivessem consciência disso e procurassem manter verdadeiras
relações com elas. O que é um carvalho? O que é um pinheiro?
O que é um eucalipto?... É preciso ter estado durante horas
junto deles para descobrir a sua alma e comunicar com ela."

"Admirar, maravilhar-se, encantar-se com alguma coisa ou com
alguém, é uma necessidade que todos os seres humanos sentem,
pois o encantamento é uma sensação que dá uma cor, um gosto,
à existência. Mas é preciso que eles aprendam primeiro a
maravilhar-se com o essencial, ou seja, com a luz, a sabedoria e
o amor divinos. Que eles se maravilhem depois, se sentirem
necessidade disso, com certas criaturas humanas, mas na medida em
que elas exprimam e lhes revelem a Divindade. Eis um critério
que todos devem ter.
Portanto, admirai, encantai-vos, maravilhai-vos todos os dias com
objetos e com seres, mas mantendo este critério. Senão, correis
o risco de pagar isso muito caro. Apegar-vos-eis a alguém que
terá sabido seduzir-vos mas que só vos trará trevas,
perturbações; e, quando estiverdes bem demolidos, essa pessoa
abandonar-vos-á e irá procurar novas vítimas para lhes
arrancar a pele. Sim, é deste modo que as coisas se passam no
mundo, porque os humanos não sabem o que devem apreciar e
admirar nos outros para estarem sempre maravilhados."

"Quando é que os humanos compreenderão que a sua vida deve ser
sempre nova, um jorro permanente? Tal como o sol, que é sempre
novo. A vida de ontem já passou, o sol de hoje não é o de
ontem, e assim ele renova as nossas riquezas, traz-nos todos os
dias algo que não existia na véspera. Ao nascer todas as
manhãs, ele convida-nos a receber uma vida totalmente nova, a
entrar num outro ritmo, a sintonizarmo-nos com a luz, com a
eternidade, e é isso a verdadeira fonte da juventude.
No Livro de Isaías, Deus diz: «Vou criar um novo céu e uma
nova terra.» Como interpretar estas palavras? Deus vai destruir
o céu e a terra que criou no começo? Não. Este novo céu e
esta nova terra são imagens que exprimem que a vida está sempre
a renovar-se, está sempre em movimento, e que nós devemos
seguir esse movimento."


"Não existe maior felicidade do que sentir-se, pelo menos uma vez
na vida, um verdadeiro filho de Deus. Pelo menos uma vez, ter a
sensação de estar protegido no seio do Eterno, na candura
primordial, na inocência primordial. Para ter a possibilidade de
experimentar um dia esse estado de consciência, nós devemos
empreender um grande trabalho com a luz a fim de iluminar, de
purificar, todos os recantos obscuros da nossa vida psíquica.
Se procurarmos identificar-nos cada vez mais com o nosso Eu
superior, com o nosso espírito, um dia recordar-nos-emos daquilo
que éramos no passado longínquo, quando ainda vivíamos em
Deus. É assim que, pouco a pouco, conseguiremos sentir-nos
regenerados, de novo em graça, filhos e filhas do nosso Pai
Celeste. Só o nosso espírito é realmente inocente, e é
esforçando-nos por nos aproximarmos dele que recuperaremos a
nossa inocência original."


"Certamente não houve na história dos homens períodos sem
guerra. Contudo, não se pode negar que eles desejam a paz e,
assim que rebenta uma guerra, há imensos crentes que se viram
para o Senhor pedindo-Lhe que faça com que ela acabe! Está
muito bem, mas, se essas preces chegam ou não ao Senhor, é
outra questão. Não lhe compete a Ele parar as guerras que os
humanos desencadearam, é a estes que cabe arranjar maneira de
já não se combaterem. Eles oram para que a guerra pare? Muito
bem, mas fariam melhor se orassem para que as experiências
terríveis que fizeram lhes sirvam de lição!
Se os humanos não aprenderem a viver com sabedoria, não
deverão contar com Deus para os deter nas suas loucuras! Eles
suplicam: «Senhor, dá-nos a paz!», imaginando que Ele está
impaciente por ver terminar uma guerra. De modo nenhum! Deus é
muito paciente e responde-lhes: «Aprendei a discernir tudo o que
em vós é fator de conflitos. No dia em que cada um tiver
compreendido os esforços que deve fazer para ser mais sensato,
mais honesto, mais generoso, a paz virá finalmente. Mas isso
depende de vós, não de mim.»"

Quem não gostaria de viver no Paraíso? Perguntai a quem vos
rodeia e todos vos responderão: «Viver no Paraíso? Claro que
sim!» Mas o que eles não sabem é que, para isso, têm de
preencher certas condições: não se pode viver nas regiões
superiores enquanto não se está preparado para isso. Senão,
admitindo mesmo que eles eram aceites lá em cima tal como são,
após alguns minutos quereriam descer, dizendo: «Isto aqui é
insuportável, não há cigarros, nem bares, nem discotecas! E eu
tenho vontade de fumar, de beber, de abraçar e beijar mulheres
bonitas. Não quero ficar aqui.»
Para se poder viver nas regiões sublimes, é preciso libertar-se
das necessidades grosseiras; por isso, nem todos estão
preparados. Mesmo que os instalassem à força no Céu, muitos
arranjariam maneira de voltar para baixo o mais depressa
possível. Mas não tomeis o que eu estou a dizer como desculpa
para não tentardes adaptar-vos à vida divina. Se vos
exercitardes todos os dias a purificar os vossos desejos, a
meditar, a dar trabalho a certas células do vosso cérebro,
podereis ir muito longe, até vos instalardes nas regiões celestes."