sexta-feira, 28 de março de 2014

NINGUÉM SE SALVA SOZINHO

Ensinamentos deixados pelo Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov



FASCÍCULO Nº. 2 - 15º. Capítulo  

A maior preocupação dos humanos é adquirirem o que precisam para si e para a sua família. 

De vez em quando, pensam um pouco nos outros, mas é raro. Por isso, a sorte da humanidade não melhora: os humanos são egoístas, não pensam na coletividade. Creem que basta resolverem as suas próprias questões para viverem em segurança. Ora, isto não é verdade.
 

Quer estejam conscientes disso, quer não, os humanos pertencem a uma coletividade e, se nessa coletividade ocorrem perturbações ou desastres, o seu bem-estar individual não está garantido. Por conseguinte, mesmo que dediquem todo o tempo a tratar das suas questões, na realidade estas nunca ficarão definitivamente resolvidas. Há sempre uns inconvenientes que podem surgir da parte da coletividade, e lá vem a ruína. Aliás, a História tem mostrado isso mesmo. Têm existido pessoas tão ricas e poderosas que, aparentemente, nada poderia atingi-las, mas ocorreram problemas na coletividade e elas acabaram por perder tudo, até a vida. Só a melhoria da vida coletiva pode pôr cada indivíduo em segurança e ao abrigo das necessidades. Por isso, compete a cada um substituir o seu ponto de vista limitado e egocêntrico por um ponto de vista mais vasto, mais universal: ele ganhará com isso, não apenas no plano material, mas também, e sobretudo, no plano da consciência.
 

A consciência desperta verdadeiramente no homem quando ele manifesta sensibilidade às noções de coletividade, de universalidade. Esta faculdade permite-lhe sentir que os outros são um prolongamento de si próprio. Aparentemente, é certo, cada ser está isolado, separado dos outros, mas, na realidade, há uma parte espiritual dele mesmo que entra na coletividade, que vive em todas as criaturas, em todo o cosmos. No momento em que essa consciência espiritual é despertada em cada um, ele sente tudo o que acontece de bom ou de mau aos outros como se fosse a si próprio e esforça-se por só lhes fazer bem, porque é a si que estará fazendo esse bem.
 

Até agora, todos os ensinamentos espirituais têm arrastado os humanos, mais ou menos, para a via da salvação individual. O saber, os poderes, a iluminação, tudo o que alguém conseguia adquirir, era só para si. Por isso, muitos iam isolar-se nas montanhas, nas grutas ou nos mosteiros, para não serem incomodados. Esta filosofia está agora ultrapassada. 

Deve-se procurar a perfeição, é certo, mas não o isolamento, físico ou espiritual, para não ser incomodado pelos outros. Pelo contrário, deve-se aceitar os inconvenientes, fazer sacrifícios, sofrer, até, mas ser útil.
 

Assim, se frequentais uma Escola Iniciática para vos ocupardes unicamente da vossa própria evolução espiritual, isso prova que o vosso ideal ainda não é muito elevado. «Mas nós queremos salvar a nossa alma» – dirão alguns. Sim, salvar a sua alma é o que as religiões têm ensinado ao longo de séculos. Pois bem, isso não é muito glorioso, já não é tempo de estar preocupado em salvar a sua alma. O que imaginam as pessoas acerca da sua alma? Que valor, que importância tem ela, a "sua alma", face à multidão de criaturas e à imensidão da criação? É tempo de as pessoas pararem de se ocupar de si próprias e de pensarem também na alma dos outros; só então elas serão salvas! Senão, enquanto se ocupam da salvação da sua alma, isolam-se do resto do mundo. Mais ninguém conta: elas só pensam na sua alma! 

Mas isto não tem qualquer sentido e nem sequer é belo. Há que abandonar esta atitude.
Os espiritualistas devem renunciar a procurar apenas o seu bem ou a sua salvação pessoal e meter na cabeça o ideal da perfeição, compreendendo que essa perfeição não deve ser apenas para eles. Aperfeiçoar-se só para si próprio representa para um ser apenas cinquenta por cento da sua tarefa. A nossa verdadeira tarefa é aperfeiçoarmo-nos para nós mesmos e para os outros, a fim de sermos úteis ao mundo inteiro. 


Fonte: http://www.publicacoesmaitreya.pt/