Qual é o tamanho do seu pote?
Nos tempos antigos, quando um homem se
candidatava a condição de monge, ele o fazia impulsionado por uma necessidade.
Ou, simplesmente porque nada mais lhe cabia.
E, assim que chegava ao
Monastério, ele era despido de toda a sua roupa, do seu cabelo, dos seus objetos
pessoais e recebia uma roupa igual a de todos os outros, e um pote. Esse pote,
para alguns se tornava absolutamente sagrado – o seu objeto mais
importante.
Era aquele pote que o acompanhava de manhã – quando ele iria
tomar a sua água, lavar o seu rosto. Era aquele pote que ele ia receber o seu
desjejum. Era aquele pote que seria oferecido o seu almoço, o seu jantar. E
muitas vezes, carregaria a água do seu banho. Imagine que todas as necessidades
daquela pessoa se resumiria a um pote.
E aí, grandes mistérios
aconteciam. Porque as pessoas que tinham deixado para trás; a sua roupa, as suas
histórias familiares, os seus dramas, os seus sentimentos, os seus
sofrimentos... Passavam a carregar tudo isso no seu pote.
Muitos eram
convidados a manter o silêncio. Outros faziam votos de pobreza, de abstinência e
de todo o tipo de exercício espiritual. Alguns se castigavam, outros mentiam que
já estavam santos, que tinham superado os desafios da matéria.
Outros ainda, achavam que realmente tinham
superado os desafios. Que entendiam tudo – que amavam o outro, que compreendiam
a realidade da vida. É muito triste, observar os professores assim, tão
jovens.
E eu, me tornei um professor jovem. Achei que sabia tudo, achei
que podia aconselhar o outro... Achei que podia olhar o outro e achar que a
minha verdade era mais iluminada e esclarecida.
Na minha inconsciência,
isso acontecia porque era a minha verdade. E aí mesmo, quando os meus
professores e colegas discordavam de mim, e vinham tentar me ensinar a dizer que
havia uma outra verdade... Havia uma outra luz... Havia uma outra palavra, um
outro jeito de ver . Eu não aceitava nada disso.
Porque eu queria que a
minha verdade prevalecesse sobre todas as outras.
E vocês? São
professores jovens?
Carregam os seus potes e suas verdades, como se fossem
grandes tesouros?
Já conseguem abrir os ouvidos e o coração, para entender o
outro?
Eu vim de uma família rica. Meus pais tinham dinheiro,
condições... Falsos amigos e grandes enganos. Eram ricos de tudo. Ricos do bem –
das condições favoráveis; e Ricos do mal – porque eram cercados de desafios que
não conseguiam vencer.
O mal não eram as pessoas, isso eu sempre soube.
Ainda que meus pais tivessem falsos amigos, as pessoas não eram exatamente más,
elas desejavam aquilo que os meus pais tinham.
E aí, vinham atitudes
cheias de ganância, de inveja e de desejo que eu não gostava de ver. Eu não
entendia o que eram aqueles pensamentos, eu não entendia o que eram aqueles
sentimentos, – porque eu era muito jovem – mas, eu entendia que eu não
gostava.
E aí, eu imaginei que um dia, colocado num convento... Um dia
iniciado o meu caminho como monge... Eu estaria livre de tudo isso. E aí,
percebi que não era assim.
Percebi que as pessoas poderiam ser muito
pobres, percebi que as pessoas não precisavam de bens, para serem apegadas as
coisas que têm.
Um pobre, monge, pode ser apegado ao seu manto e ao seu
pote. Como se o manto fosse a mais bela veste, como se o pote fosse de
ouro.
E isso foi me desencantando, do monastério, das pessoas, dos amigos
que ali fiz. E dos inimigos que também conquistei – porque sem saber, conquistei
antipatia de vários. E isso mobilizou que eu saísse desse monastério.
E
assim fiz. Porque além de tudo, eu era inconsequente. Jovem, não sabia o que o
mundo podia me oferecer, nem aquilo que eu poderia esperar das pessoas. E foi
assim que eu cheguei de volta à casa de meus pais.
E ali eu recebi muitas
festas, tive namoradas, tive grandes encontros... E aquele mundo – de dinheiro e
possibilidades – voltou para mim. Só que eu não entendia mais, eu não fazia mais
parte desse mundo.
E, em pouco tempo descobri que eu não pertencia, nem
ao convento, nem ao monastério e nem àquele mundo de negócios e de pensamentos
que meu pai carregava.
E durante um tempo fiquei muito, muito perdido,
porque eu não era um monge. E eu não era um homem rico – um rapaz rico.
O
meu cabelo cresceu, a minha barba cresceu... Eu usava roupas normais, que todos
usavam. Eu não tinha mais uma identificação, mas, guardei comigo o meu pote.
Porque eu sentia que; quem sabe um dia eu precisasse dele de novo.
E aí,
eu não brigava mais com o meu pai, eu aceitava mais – eu consegui já enxergá-lo.
Mas eu entendi que ali eu não poderia ficar, nem deveria forçar essa
convivência. Então eu saí, para uma grande viagem.
E aí, eu descobri que
era muito mais leve viajar com poucas malas, com poucas roupas. Mas ainda sim,
carregando coisas que eu julgava necessárias.
E fui vendo pessoas, conhecendo lugares... E
o Mundo me encantou e desencantou. Até que cheguei a um lugar de estudos, e ali
eu tive a minha descoberta, mental e intelectual. Descobri que eu podia fazer
viagens: nas leituras, nas conversas, no intelecto.
E ali eu resolvi ser
aluno e muito pra frente, comecei a ser um professor. Percebi e hoje compartilho
com vocês...
Que a vida é uma evolução. Cada momento pode ser certo e
perfeito para você. Mas, os momentos se vencem – como as horas de um relógio. O
Tempo passa, as pessoas aprendem, as pessoas evoluem. E aquilo que hoje, é
perfeito para você, pode ser que amanhã não seja. E aquilo que hoje lhe cabe,
lhe preenche, pode ser que amanhã não faça mais sentido na sua vida. Então
caminhe, permita que essa evolução aconteça.
Foi esse o sentido maior,
que eu tive, do desapego.
E quando eu me tornei um velho, eu voltei
àquele Mosteiro da minha juventude. Porque ali, eu queria passar os últimos anos
da minha existência.
Mas não fui como um professor, eu podia ser – eu
sabia de muitas coisas, eu aprendi muitas coisas, e eu ensinei muitas coisas.
Mas, no momento da minha jornada – quando eu estava mais velho – o meu desejo
foi me acalmar.
Foi olhar aqueles que estavam vivendo a vida – aqueles
que estavam começando, aqueles que estavam continuando. Porque eu descobri, na
minha idade mais madura, que não há nada mais sábio do que observar – observar
as pessoas, os hábitos, as palavras, nos observar – com respeito e com
amor.
E aí, me vi na minha cela¹*, com aquele pote – compreendendo, que
se precisa de muito pouco para viver.
E muitas vezes, olhando pra tudo o
que eu tinha... Que naquele momento era pouco, de verdade. Porque eu fui
abdicando dos bens materiais – eu não precisava de muitas coisas, como eu disse,
nasci numa família de posses. Mas aprendi que a riqueza maior, eu levei dentro
de mim, do meu coração, e de tudo aquilo que aprendi com a vida.
E aí, eu me simplifiquei. Eu olhei para o
Céu, para aquela natureza que cercava o Convento, e eu pensei: Como eu sou rico.
Como eu sou poderoso. Como Deus é generoso comigo, me dando olhos para ver tudo
isso... Como Deus é generoso comigo, permitindo que ainda velho, eu não seja
surdo. Então posso ouvir os pássaros, posso ouvir as crianças brincando, e os
cantos dos meus irmãos monges.
E pensei: Deus me fez um homem tão rico,
porque ainda que me faltem alguns dentes, eu tenho um bom paladar e uma boa
saúde. E posso comer coisas que me oferecem e que alimentam o meu
corpo.
Gratidão. Meus amados... Gratidão.
Quero que vocês vejam
espiritualmente. Soltando os olhos, soltando a imaginação, como era a minha
cela¹*. Um lugar simples, muito simples.
Olhem o meu pote... E repensem,
nas suas vidas, o que vocês precisam para estar em paz. Para serem pessoas
felizes, de verdade.
A Chama Amarela, a qual Eu sirvo, é a Chama da
prosperidade, da alegria e do desapego. A consciência iluminada, ela lhe traz
esse poder, essa sabedoria – de olhar a si mesmo, de olhar a sua vida.
E
nesse momento recebam a energia da Lua Cheia, a energia de Curas e Libertações
de Wesak.
Desejo
a vocês e ofereço a vocês:
Uma profunda Luz; Liberdade financeira;
Alegrias; Realizações; Paz; Harmonia nos relacionamentos; Amizades que façam
você crescer; Pessoas que venham para somar, contribuir na sua vida; E emane do
seu coração, toda a sua disponibilidade de viver mais leve, de forma mais fácil
e mais fluída.
A abundância é esta vibração.
Estamos trabalhando
na energia de cada um de vocês, para expandir essa força e essa luz.
Eu
Sou Mestre Kuthumi. Tive muitas vidas no Oriente. Muitas vidas como professor,
muitas vidas como médico. Trabalhei, sempre pelo bem.
Mas, posso dizer a
vocês, que a maior conquista está no Homem com ele mesmo. Não há inimigo maior
do que você com você mesmo. E não há amigo mais carinhoso e mais poderoso do que
você consigo mesmo.
Recebam as nossas bênçãos e a nossa luz. Amamos
vocês.
Tenham paz.
Cela¹* Cômodo ou acomodação de um
monástico dentro de um convento.
Canalização de Maria Silvia Orlavas em 09/05/2015
Fonte: http://mariasilviaporlovas.blogspot.pt
Reconhecer que a Energia Divina é a Fonte de Toda Forma de Vida, em qualquer Reino ou Dimensão, é o princípio da caminhada Evolutiva. Aqui, tentaremos em tudo o que for apresentado, ficar-mos dentro deste propósito Evolutivo e de Unificação. Apresentando,um pouco do que compreendemos, vivênciamos e o Universo nos indicar como forma de orientação, para que cada um encontre SUA VERDADE! Que a LUZ da Sabedoria Divina guie nossos passos!