quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A MEDITAÇÃO


A MEDITAÇÃO, com Ensinamentos do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov

BROCHURA 8 - Parte nº. 4

A MEDITAÇÃO 


Eu compreendo, meus queridos irmãos e irmãs, em vossas casas não tendes tempo para meditar de manhã, pois precisais de ir trabalhar. Mas aqui já não estais à pressa, tendes muito mais possibilidades; portanto, aproveitai-as. Mais dia menos dia tendes de decidir-vos a remover as camadas mais profundas do vosso ser por forma a conseguir, finalmente, pôr em funcionamento algo que está profundamente escondido em vós e que resiste. Se assim não for, manter-vos-eis eternamente à superfície, sem nunca chegar a conhecer o que são a profundeza e as alturas. As pessoas querem passar por espirituais, mas no seu interior nada vibra intensamente. Quantas vezes tenho eu que repetir-vos isto! Aproveitai-vos do facto de estarmos juntos para crear ondas benéficas que farão todo um trabalho sobre vós mesmos e sobre o mundo inteiro. As pessoas preferem permanecer à superfície, sob o pretexto de que este trabalho interior do pensamento as conduzirá ao hospital. E, na realidade, passa-se o contrário: se acabam no hospital é porque, não tendo querido desenvolver nada de luminoso, de divino, no seu coração e na sua alma, deixaram passear livremente dentro delas o seu lado negativo e este acaba por destruí-las.
Portanto, meus queridos irmãos e irmãs, deveis exercitar-vos, e não apenas durante alguns minutos, pois o que é que se pode fazer em alguns minutos? Vou dar-vos uma imagem. Imaginai que estais à beira do oceano e que começais a agitar a água com um pau fazendo-o deslocar-se em círculo: pouco a pouco, começam a ser atraídos pequenos ramos, pedaços de papel, rolhas, que giram, giram... E, se perseverardes, em breve os pequenos barcos, depois os grandes navios e por fim o mundo inteiro, começarão a girar também. 


O mundo etérico em que o homem está mergulhado é semelhante ao oceano, e portanto ele pode pôr o universo inteiro em movimento através do pensamento, mas com a condição de não se deter. Mas como ele para, é claro que nada se produz. Só no que diz respeito à comida, à bebida e ao sexo, eles gostariam de praticá-lo continuamente. Felizmente a natureza é muito sábia; ela viu que os humanos eram capazes de esbanjar tudo e colocou neles... um dispositivo de segurança, como vós dizes. Mas lá que os humanos estariam dispostos a continuar dia e noite a fazer imundícies, isso é indubitável. Ao passo que no tocante às actividades da alma e do espírito, isso vi-o eu, mergulham a mão na água benta, balbuciam algumas palavras em oração antes de se deitar... E isto é a sua espiritualidade!... Mas o Céu ri quando vê espiritualistas desta natureza.
Enquanto não tiver compreendido as regras em que está baseada a vida espiritual, ninguém pode tornar-se um condutor do mundo divino, um trabalhador no campo do Senhor. È preciso continuar e aprofundar até que todas as partículas sejam encaminhadas na direcção que vós escolhestes para realizar esse trabalho, não só sobre vós próprios, mas sobre todas as creaturas da terra e, mais longe ainda, sobre todo o cosmos. 


O Sol envia a sua luz e o seu calor através do universo, mas não se preocupa em saber quem é que disfruta disso. Ele não quer saber quem é que se expôs aos seus raios ou quem é que ficou a dormir nas caves; isso não lhe interessa. Posso garantir-vos que ele não se sente humilhado nem fica furioso pelo facto de as pessoas não apreciarem o seu calor e a sua luz. Comparativamente, existem Iniciados que, tal como o Sol, enviam a sua luz e o seu amor através do cosmos, e também eles não se preocupam em saber se as creaturas beneficiam ou não do seu trabalho. Eles sentem-se felizes, cheios de satisfação, todo o seu prazer consiste em distribuir as suas riquezas pelo universo inteiro. Já vos destes conta do caminho que é necessário percorrer até atingir este grau de evolução?
Mas, podeis crer, não existe felicidade superior à do Sol: ele continua o seu trabalho sem se preocupar em saber se as pessoas aproveitam ou não o seu calor e a sua luz. Jamais se viu algo semelhante entre os humanos. Quando sentem que não são apreciados, todos se detêm. O amor dos humanos é assim: estão sempre à espera que os outros se sintam reconhecidos, que lhes dêem presentes. O Sol, esse, não fica a espera de nada. A maioria das pessoas achará, por certo, que esta maneira de falar do Sol é insensata. Para elas, o Sol não pensa, não sente. Mas eis que o Sol é um ser vivo que pensa, que sente e que age. E a terra é também um ser vivo, inteligente, com biliões de operários que trabalham nas suas oficinas...
Para a ciência oficial, está tudo morto e é tudo estúpido, salvo o homem. Enfim, o homem, esse pigmeu, é o único que pensa! É por isso que quando vos falo do Sol e faço comparações entre ele e os humanos, muita gente olha para mim, pensando: «Olha, coitado, voltou à infância!», porque as crianças atribuem vida a tudo: às pedras, às árvores, às flores; elas falam-lhes, para elas tudo é vivo. Pois bem, elas têm razão. Só as crianças estão na razão, pois elas vivificam tudo. Mais tarde, dizem-lhes que a natureza está morta, elas acreditam e passam a mortificar-se também. Contudo, vou dizer-vos agora uma coisa essencial: se quiserdes ser vivos, vivificai tudo em vosso redor: os cristais, as árvores, as montanhas, o Céu, o Sol, pensai que tudo está vivo, que tudo é inteligente e muito mais do que nós... Então, finalmente, progredireis. 


Eis a nossa psicologia. Enquanto os humanos julgarem que são as únicas creaturas pensantes e que tudo o resto não pensa, não é sensível, não compreende nada, jamais poderão progredir o que quer que seja. O Sol é o mais inteligente dos seres. E se estais admirados com aquilo que vos digo a sue respeito, é porque sempre o considerastes como morto. Mas eu considero-o como um ser vivo, que me instrói; sim, ele instrói-me! É esta a verdade, e um dia o mundo inteiro poderá conhecê-la. 



BROCHURA 8 - Parte nº. 8

A MEDITAÇÃO

Se quereis ter uma ideia da maneira como as pessoas meditam, observai o gato: o gato medita, a um canto, diante do buraco de um rato. Sim, durante horas ele medita acerca da melhor maneira de o apanhar. É assim que as pessoas costumam meditar. Meditam acerca de um rato que está algures… um rato com duas pernas! A meditação não é um exercício tão simples como se imagina. É necessário ser-se muito avançado para meditar e sobretudo ter um amor formidável para com o mundo divino. Nessa altura, sim, sem que tenhais que fazer qualquer esforço, o vosso pensamento fica logo concentrado e mesmo sem querer vós meditais; o vosso pensamento está de tal maneira liberto que, quase independentemente de vós, parte para fazer o seu trabalho.

Para meditar é necessário conhecer a natureza do trabalho psíquico. É necessário saber, também, que jamais se deve exigir ao cérebro que se concentre bruscamente sobre um tema, senão está-se a violentar as células nervosas, a bloqueá-las e a provocar uma dor de cabeça. A primeira coisa que uma pessoa que quer meditar deve fazer é, pois, descontrair-se e ficar, por assim dizer, passiva, vigiando esta acalmia de todas as células. É claro que sem treino isso demorará mais tempo, mas por fim bastarão apenas alguns segundos. Por conseguinte, é necessário começar por trabalhar com a doçura, a paz, o amor, e sobretudo não forçar. Eis o segredo para uma boa meditação. E no momento em que sentirdes que o vosso sistema nervoso está bem preparado, bem recarregado (porque esta atitude passiva permite ao organismo recuperar forças), podereis orientar o vosso pensamento para o tema escolhido.

Para uma pessoa poder fazer este trabalho diariamente sem se fatigar, para estar todos os dias preparada, activa, dinâmica, disponível para realizar trabalhos grandiosos, ela deve saber relacionar-se correctamente com o seu cérebro. Isso é muito importante. Se quereis continuar as vossas actividades espirituais ainda por muitos anos, doravante prestai atenção, não vos precipiteis repentinamente sobre um determinado tema, mesmo que ele vos agrade, mesmo que ele vos fale ao coração, porque sofrereis uma violenta reacção. Começai pela doçura, a acalmia, a paz.

BROCHURA 8 - Parte nº. 14 

A MEDITAÇÃO

Através deste pensamento ele é capaz de construir ou destruir, de arranjar as coisas ou de as estragar. Quer ele o saiba, quer não, fisicamente, mecanicamente, quimicamente, começa a deslocar forças e elementos para o bem ou para o mal, para a construção ou para a destruição. O pensamento é um instrumento formidável que a natureza nos deu; devemos ter consciência disso e saber que por intermédio desse instrumento estamos a penetrar em regiões, a desencadear forças, o que é de uma importância capital para o bem e para o mal para a saúde ou para a doença.

As pessoas devem, pois, impregnar-se da importância deste processo poderoso, mágico, que é o pensamento. Mas a maioria não tem consciência disso; essas pessoas não têm conhecimento de tudo aquilo que estão a activar, e depois, é claro, ficam admiradas quando lhes cai qualquer coisa em cima da cabeça… Por conseguinte, é necessário ter bem presente que a meditação desencadeia forças formidáveis que trabalham na subconsciência, na superconsciência, em todo o ser, em toda a natureza...
Muitos imaginam que estão a meditar só porque têm os olhos fechados; mas… e o pensamento… onde é que está o pensamento? Em parte nenhuma. Ele passeia-se por aqui e por acolá, errante, vagabundo… é claro que este género de «meditação» não serve para nada. Mas para os Iniciados, os Sábios, os Mestres, a meditação sempre foi o mais poderoso dos auxílios e sem essa ajuda jamais alguém alcançou o que quer que fosse. Sem a meditação, não é possível alguém tornar-se senhor de si mesmo, nem conhecer-se, nem desenvolver qualidades e virtudes. E é justamente por não terem dado um papel preponderante à meditação que os humanos continuam muito fracos na sua vida interior, nos seus sentimentos e nos seus desejos.

 Fonte: http://www.publicacoesmaitreya.pt/