Quando quer se debulhar em lágrimas, você sorri; quando está zangado, você não demonstra, mas reprime. Naturalmente, todo esse processo cria uma divisão em você.
As lágrimas eram reais, mas você não as deixou correr, você as segurou. E o sorriso era falso, mas você tentou sorrir. Ele não vai muito longe, está só nos lábios, nada tem a ver com você.
A moralidade é assim: um falso sorriso. Você pratica a moralidade, mas ela não lhe dá dignidade de caráter.
A dignidade de caráter vem por meio da meditação - você não está praticando coisa alguma, no que diz respeito ao caráter, mas seu discernimento cresce. Você começa a ver as coisas como elas são, e toda a sua vida é transformada sob essa nova luz, ante essa nova visão.
Você não pode enganar ninguém, porque agora, por meio da meditação, sabe que não somos separados. Você não pode ser violento, não pode gostar de ferir os outros, porque agora sabe que o outro é parte de você.
Somos parte do universo orgânico, não somos entidades separadas.
E então, claro, você terá uma dignidade de caráter, e essa dignidade virá através da integridade. Lembre-se, portanto, de que a meditação tem de ser a fonte do caráter real. Você pode esquecer tudo acerca do caráter - apenas invista toda sua energia na meditação, e daí surge um caráter.
Não é algo criado por você, ele vem espontaneamente. E, quando o caráter é espontâneo, tem beleza própria, é uma alegria. Não é um meio para se chegar a um fim, é um fim em si.
Osho, em "Meditações Para o Dia"
Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/
