Numa cidadezinha chamada Vila dos Passarinhos, morava padre Santinho.
O sacerdote era bastante idoso. Bem humorado, conversava com todos, até mesmo com os animais que ele encontrava.
Por esse hábito, muitos diziam que ele estava se tornando senil.
Padre Santinho, por outro lado, não se importava com esses comentários. Continuava a falar com os animais e a orar por toda a população da cidade, que ele amava profundamente.
Suas fervorosas preces pareciam adquirir asas e, à noite, entravam nas casas, bem de mansinho.
No dia seguinte, sem saber o porquê, todos acordavam felizes e rindo por tudo e por nada.
Num domingo ensolarado, chegou ao vilarejo um novo padre, muito jovem. Depois desse dia, não houve mais espaço para padre Santinho.
A comunidade o julgava muito idoso para continuar com suas funções de sacerdote.
Embora agradecidos pelos mais de cinquenta anos que ele estivera à frente das funções religiosas na cidade, preferiram que o mais jovem continuasse com as tarefas litúrgicas.
O bondoso velhinho foi embora e todos na vila continuaram suas vidas.
O sacerdote foi para as montanhas, um local cheio de melodia por conta do cantar dos pássaros.
Todas as manhãs ele era despertado por suave música, passando o dia em oração pelos seus queridos amigos do vilarejo.
Todavia, numa manhã radiosa, ele não acordou com os passarinhos. Partiu, retornando ao lar espiritual.
De sua morada nas estrelas do infinito e do Eterno, rogava ao Criador pelos seus amados amigos da Vila dos Passarinhos.
E todo amanhecer da população do pequeno vilarejo permanecia especial.
Todos, embalados pela sinfonia amorosa das preces de padre Santinho, continuavam acordando felizes e rindo sozinhos.
* * *
O convite do Cristo prossegue sendo: Aquele que deseja me seguir tome a sua cruz e siga-me.
A ira, a inveja, o orgulho, o egoísmo ainda existem dentro de nós e, vez ou outra, pairam sobre nossos corações.
Tais mazelas morais formam a cruz que trazemos em nosso foro íntimo, cruz que nos compete carregar, se desejamos seguir os exemplos ensinados por Jesus.
Contra as enfermidades do Espírito, a recomendação eterna do Mestre: Orai e vigiai.
Tenhamos na prece a fortaleza de renunciarmos aos antigos hábitos e construirmos em nosso interior o homem novo que devemos ser, a fim de alcançarmos a felicidade.
A prece é poesia celeste com a qual nos mantemos conectados com a essência Divina que existe em cada um de nós.
Tal essência é o traço, a assinatura do Criador em cada ser, que faz com que, constantemente, Deus esteja em nós e nós estejamos em Deus.
Assim, confiemos: todas as nossas preces chegam ao coração do Criador.
Ele sempre nos responde. Tenhamos, portanto, ouvidos de ouvir!
Redação do Momento Espírita, com base no conto Padre
Santinho, de Bernardo Bam, disponível em
Em 22.10.2013