domingo, 6 de setembro de 2015

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV

"Ter sempre algo de novo a aprender, novos esforços a fazer, é a condição para se permanecer jovem e vivo.
Presentemente, apesar dos imensos progressos da medicina, doenças outrora desconhecidas surgem nos países industrializados e prósperos. Porquê? E por que é que tantas pessoas sofrem de depressão, angústia e perturbações nervosas?... Porque, embora aceitem fazer certos esforços, estão sempre à procura de uma vida de conforto, de prazeres, e os meios para as satisfazer não faltam. Mas, na natureza, este programa de uma vida fácil não está inscrito em parte nenhuma, pois o conforto e os prazeres introduzem no homem os germes da doença: as células tornam-se preguiçosas, já não eliminam as toxinas, deixam-se envenenar e, tanto fisicamente como psiquicamente, o homem perde as suas capacidades de resistência. Tirai, pois, da vossa cabeça esse ideal de vida fácil que, na realidade, é portador de morte."

"A nossa mão não é unicamente esse órgão que nos permite tocar, agarrar, objetos ou criaturas; ela é um resumo de todo o nosso ser e todos os nossos órgãos estão representados nela. Claro que esta é uma ideia estranha para a maior parte dos anatomistas, mas um dia eles descobrirão até que ponto as mãos foram inteligentemente concebidas. Elas são também muito sensíveis e deveríeis ter em conta mais frequentemente os seus avisos. Por vezes, elas previnem-vos de que ireis ficar doentes, mas vós não prestais atenção, não notais que houve uma alteração das correntes na extremidade dos vossos dedos.
Foi em grande parte graças à sua mão que o homem conseguiu dominar a matéria, mas ela também tem um papel a desempenhar no plano espiritual. O poder que a mão tem de enviar ondas benéficas para o espaço ou de desagregar correntes negativas está na origem de certas práticas mágicas; contudo, é perigoso alguém envolver-se nessas práticas se não tiver certos conhecimentos."

"Quando ides à montanha, focais o vosso olhar nas florestas, nas fontes, nos lagos, nos cumes… Mas na montanha também há grutas, rios subterrâneos, cavernas profundas… Pensai neles de vez em quando, assim como nos seus habitantes, para criardes relações de amizade com eles.
As montanhas não são apenas amontoados de terra e de rochas, são recetáculos de imensos tesouros: os cristais, as pedras e os metais preciosos, sobre os quais velam e trabalham entidades poderosas. Não vos digo isto para que vos aventureis em grutas, equipados com picaretas e pás, e comeceis a cavar galerias na esperança de encontrar filões de ouro ou de prata. Não, estai atentos ao lado simbólico, vivo, das montanhas, para aí as escalardes, ou então para cavardes em vós mesmos a fim de descobrirdes tesouros espirituais."
 
"No momento em que os acontecimentos se dão, nós não podemos saber se, com o tempo, eles se revelarão felizes ou desfavoráveis para nós. Muitas circunstâncias que as pessoas consideravam felizes acabaram por ser a causa do seu colapso, ao passo que certas provações se revelaram, com o tempo, muito benéficas! Não é, pois, no momento que se pode ajuizar acerca da felicidade ou da infelicidade; para podermos pronunciar-nos, temos de esperar.
Então, ganhai o hábito de dizer para vós mesmos, perante qualquer situação desagradável ou dolorosa, que no fim do caminho talvez vos espere uma felicidade. Não percais o vosso tempo com queixas ou revoltas; em vez disso, agradecei ao Céu. Ao dizer “obrigado”, libertais em vós energias que vão ajudar-vos a enfrentar a situação. Sim, é o poder da palavra “obrigado”: ela atira-se ao obstáculo que estava a erguer-se e neutraliza os venenos que a tristeza, a cólera, o desânimo, começavam a destilar em vós."
 
"Observando os insetos, podemos fazer descobertas muito interessantes sobre a nossa vida psíquica. Um exemplo: se deixarmos ficar um resto de comida numa mesa, pouco tempo depois aparecem insetos (moscas, formigas, vespas, etc.). Como é que eles conseguem descobrir, à distância, a presença dessas migalhas de alimentos? Mas, se as retirarmos, os insetos vão embora.
No plano psíquico ocorre o mesmo fenómeno, pois no plano psíquico também há toda a espécie de “animalejos” que sentem de longe as impurezas que os humanos deixam ficar neles próprios; eles são atraídos e vêm alimentar-se com elas. Por toda a parte, em todos os domínios, tudo é alimento para uns ou para outros. As entidades malfazejas, tenebrosas, precisam de comer, e as entidades luminosas também. Então, estai atentos, tentai perceber que entidades vão alimentar-se dos vossos pensamentos e dos vossos sentimentos."
 
"Para se viver na abundância, é preciso saber privar-se. Um sábio compreendeu isso. Ele diz para si próprio: «Vou privar-me de alguns grãos de trigo; isso permitir-me-á colher milhares.» Em vez de comer esses grãos, ele semeia-os, e pouco tempo depois tem todo um campo para ceifar. Ao passo que aqueles que não têm esta sabedoria comem os grãos todos e, algum tempo depois, não lhes resta nada, estão na miséria. É preciso comer, mas não tudo; há que semear o resto.
Estes grãos de que eu estou a falar-vos são os vossos pensamentos e os vossos sentimentos, que deveis aprender a semear. Com efeito, os pensamentos e os sentimentos podem fazer um trabalho para o bem de todos, mas só se não forem comidos, isto é, se não forem postos ao serviço de interesses egoístas. Quem sabe privar-se faz colheitas tão abundantes que não só nunca lhe falta nada como pode alimentar também imensas criaturas no mundo."
 
"O ouro tem um valor muito real porque vem do sol, é a condensação da luz solar. O sol produz o ouro etérico e a terra fixa-o: há milhões e milhões de anos que os seus raios atravessam o espaço e penetram até às profundezas da terra, onde certas entidades trabalham para a sua materialização. E é aí que agora nós podemos colher o ouro, como se colhe no verão os frutos maduros de uma árvore.
Os humanos lutam por causa do ouro, matam-se por causa do ouro, mas não é isso que o sol quer. O sol quer realizar neles algo de bom, de glorioso, por intermédio do ouro. Se eles tivessem feito um esforço para compreender estes projetos do sol quando o veem brilhar acima das suas cabeças, agora saberiam utilizar as energias benéficas que ele difunde no espaço, não só para a sua saúde física mas também para o desenvolvimento dos seus corpos espirituais, pois é possível fazer um processo inverso ao da condensação do ouro para encontrar, na origem, a luz, o calor e o poder do sol."
 
"Por vezes, encontrais pessoas que vos são hostis e procurais uma maneira de vos proteger. A melhor defesa é descobrir qualquer coisa nelas que vos faça apreciá-las pelo menos um pouco. Se as odiardes, criam-se fissuras na vossa aura e, por essas fissuras, estabelece-se uma ligação com tudo o que é negativo em tais pessoas: deste modo, recebeis elementos nocivos que, depois de terem entrado em vós, começam a destruir-vos.
Por que terá dito Jesus: «Amai os vossos inimigos?» Será que ele queria que fôssemos simpáticos, caridosos, para com aqueles que nos fazem mal? Nada disso! Foi porque ele conhecia as grandes leis da vida. Ele sabia que o ódio torna as pessoas vulneráveis. Para nos defendermos, precisamos de entrar na fortaleza impenetrável do amor divino. O amor é a maior proteção contra os inimigos. Amar os seus inimigos é uma das coisas mais difíceis de realizar, mas é a única arma eficaz contra eles."
 
"Está escrito no livro dos Provérbios que, antes de criar o mundo, Deus começou por traçar um círculo para fixar os seus limites. E tudo o que existe só confirma até que ponto os limites são necessários, indispensáveis, à criação e à conservação das coisas e dos seres. A célula está rodeada por uma membrana, o cérebro está fechado na caixa craniana, etc. E qual é a função da pele? Ela serve de limite. Observai as coisas que vos rodeiam e encontrareis por toda a parte a repetição do círculo que Deus traçou como limite para a sua criação. Se não se fecha um perfume num frasco, ele evapora-se. Quando se constrói uma casa, primeiro deve-se delimitá-la com paredes. Sem paredes, como poderia existir a casa?
Acontece o mesmo no plano espiritual, nele também são necessários limites. Um mago, antes de invocar os espíritos luminosos para eles participarem no seu trabalho, traça um círculo em seu redor; ele fixa as fronteiras do território no interior do qual vai operar. O discípulo também deve aprender a traçar todos os dias à sua volta, pelo pensamento, um círculo de luz. Sem esse círculo, as suas energias espirituais dispersam-se e ele já não fica protegido."
 
"Os acontecimentos que vós testemunhais ou viveis diariamente, tal como as pessoas que encontrais, inspiram-vos certos pensamentos e certos sentimentos. Ficai a saber que, conforme a sua natureza e a intensidade que lhes imprimistes, esses pensamentos e esses sentimentos seguem um determinado caminho no espaço e depois regressam ao seu lugar de origem, ou seja, vós mesmos. Se forem justos, bons, generosos, chegarão até vós bênçãos, mas, se eles forem contaminados por um veneno saído da vossa cabeça ou do vosso coração, não deveis surpreender-vos se vos sentirdes envenenados. Chama-se a isso o choque de retorno e é uma lei que funciona tanto para o bem como para o mal.
Claro que, mesmo que sejais um discípulo da Ciência Iniciática, não conseguireis controlar os vossos pensamentos e sentimentos de um dia para o outro; mas o essencial é que tenhais cada vez mais consciência da importância desta questão. Após um certo tempo, não só tereis o domínio da vossa vida psíquica, como sereis capazes de rechaçar as influências nocivas vindas do exterior que tentarão atacar-vos."
 
"O amor é um dos domínios em que os humanos se sentem mais pobres e desfavorecidos. Há tantos homens e mulheres a queixarem-se de falta de amor! Mas porquê? Na realidade, eles estão mergulhados nele, pois o amor circula por todo o universo: é uma energia cósmica de uma abundância e de uma diversidade incríveis e só depende deles captarem essa abundância.
Existem plantas que, para viverem, não precisam de mergulhar as suas raízes no solo: captam a água e o alimento na atmosfera, pois têm uma organização diferente das outras. Pois bem, tal como as plantas, os humanos têm centros espirituais capazes de captar o amor na atmosfera e no sol. Mas eles ignoram isso, e é pena, pois não os desenvolvem e permanecem pobres e infelizes. Devem estudar a vida e o pensamento dos Iniciados e dos grandes Mestres que trabalharam para despertar neles mesmos esses centros superiores, os chacras. Assim, verão como é possível captar essa energia do amor espalhada por toda a natureza, e também eles viverão na plenitude."
 
"Já refletistes na capacidade que a terra tem para transformar os detritos e até os cadáveres que recebe dos reinos vegetal, animal e humano, e com eles fazer surgir árvores e flores magníficas, cereais, legumes e frutos suculentos? Que laboratórios alquímicos formidáveis ela deve ter! Então, por que não a tomais como exemplo? Podeis até pedir-lhe que vos ajude a realizar esse trabalho de transformação em vós.
Quereis que eu vos indique um exercício? Quando caminhais na natureza, sentai-vos ou estendei-vos na terra, cavai um buraquinho, colocai lá um dedo e dizei: «Ó terra, minha mãe, a ti que me deste o meu corpo e me alimentas todos os dias, eu agradeço… Mas tenho ainda um pedido a fazer-te: como tens o poder de transformar as matérias mais vis, aceita recolher todas as minhas impurezas, todas as sujidades que há em mim, para trabalhares sobre elas, e devolve-mas como uma matéria tão transparente como o cristal.» Ficai mais uns instantes em recolhimento e depois agradecei à terra."
 
"Esforçai-vos por tomar consciência de todas as riquezas que Deus vos deu: o vosso coração encher-se-á de um tal reconhecimento, de um tal amor, que já só pensareis em ajudar e esclarecer os outros. Quem se sente rico não pode guardar tudo para si, há qualquer coisa que o obriga a distribuir. Pelo contrário, aquele que passa o tempo a enumerar o que lhe falta, fazendo comparações com tudo o que os outros possuem, torna-se ciumento e invejoso. Como os outros estão mais favorecidos do que ele, considera que tem justificação para os atacar de uma maneira ou de outra e lhes tirar ou destruir aquilo que, na sua opinião, eles têm em excesso e devia reverter para ele.
É a pobreza, em todas as suas formas – material, moral, espiritual –, que está na origem da maior parte dos crimes. Então, se quereis ser um benfeitor da humanidade, senti-vos ricos com todas as riquezas que recebestes da Providência e que ninguém pode tirar-vos."
 
"Esforçai-vos por viver conscientemente. Para isso, deveis habituar-vos a lançar com frequência um olhar sobre vós mesmos para vos aperceberdes do estado em que vos encontrais. Esta prática dar-vos-á, pouco a pouco, a possibilidade de comandar todas as vossas células, e um dia sentireis que dominais verdadeiramente o vosso mundo psíquico.
Quando ocorre um acidente, pode-se ver como os bombeiros, os militares, os polícias, chegam sem demora para apagar os incêndios, reparar as pontes, desimpedir as estradas, etc. No plano físico, as pessoas acham natural e até necessário que se intervenha imediatamente. Mas no plano interior não sabem como agir, são negligentes, e não só deixam que haja estragos de toda a espécie, como nada fazem para os reparar. Pois bem, há que olhar para o interior de si mesmo três vezes, dez vezes, vinte vezes por dia, para ver o que há a reparar, e não ficar à espera para o fazer. Aqueles que deixam arrastar tudo pensando que as coisas se resolverão por si mesmas esperarão durante muito tempo… Talvez elas até nunca se resolvam."
 
"Decidistes seguir o caminho da luz? Não penseis que isso vos preservará dos males e dos acidentes da vida. Tivestes razão ao tomar essa decisão, mas ela não impedirá que passeis por provações. Para se estar livre das provações, é preciso ter liquidado todas as dívidas do passado. Se ainda as arrastais convosco, quer sigais um Ensinamento espiritual quer não, quer vivais na luz quer não, nada vos libertará delas, tereis de pagar essas dívidas.
Agora estais no bom caminho, é certo, esforçais-vos por só fazer o bem, é certo, mas deveis saber que esse bem dará resultados no futuro e não no imediato. Portanto, quando atravessais dificuldades, deveis aceitá-las e dizer: «Senhor Deus, isto não pode destruir o bom trabalho que eu estou a fazer. Eu sei que, aceitando estas provações, me liberto. Portanto, não me revolto, não peço para ser poupado, e continuo a trabalhar.» " 

"Deus deu-nos a vida, mas, para estarmos verdadeiramente vivos, não devemos ficar sem fazer nada. Depende de nós reforçar a vida que recebemos, torná-la mais bela, mais subtil.
A vida tem uma infinidade de graus. Aqueles que permanecem nos seus graus inferiores só podem comunicar com as realidades que estão ao seu nível. Eles cortam interiormente a ligação com a Fonte divina e esse corte dá-lhes pouco a pouco a sensação de que nada tem sentido, para eles já não existe um poder superior que governa o universo, quer se lhe chame Deus ou um outro nome. Quando se fica com a sua consciência num nível tão baixo, como é que se pode captar alguma coisa das realidades sublimes, como é que se pode sentir regozijo com a existência de Deus? Não se sente Deus nem em si próprio nem no exterior de si. Para se sentir a vida divina, primeiro é preciso divinizar a sua própria vida. Só a vida divina em nós pode despertar os centros espirituais que nos permitirão sentir a presença de Deus em nós, em todos os seres e em todas as coisas."

"A mulher tem por vocação ser educadora do homem. Pelos seus pensamentos, pelos seus sentimentos e pela sua atitude, ela pode impeli-lo a realizar atos de coragem, de generosidade, e o homem, mesmo que isso nem sempre seja evidente, não deseja senão ser inspirado por ela. É por isso que, quando as mulheres só pensam em satisfazer os seus desejos, os seus prazeres, passam ao lado da sua verdadeira vocação. Vós direis: «Mas a mulher é tão mais fraca do que o homem! Como é que ela pode impor-se a ele para o educar?» Não é necessário ela impor-se a ele. Há atitudes, olhares, expressões, que são mais eficazes do que todas as palavras.
E a mulher dispõe ainda de um outro meio para educar o homem: educando os seus próprios filhos; esses filhos, durante toda a vida, respeitarão as mulheres por causa da sua mãe. Pela influência quotidiana que podem ter sobre os seus filhos, as mulheres são capazes de formar carateres retos, nobres, generosos."

"Todos os objetos opacos são um obstáculo à passagem da luz e, por isso, projetam uma sombra. Na natureza, existem minerais mais ou menos translúcidos: o cristal de rocha, as pedras preciosas… O vidro, algo fabricado pelos humanos, é uma invenção magnífica.
Esta invenção do vidro, que, graças à sua transparência, permite que a luz entre nas casas, trouxe grandes melhorias à vida dos humanos. Mas ela traria melhorias ainda muito maiores se eles procurassem realizar essa transparência na sua vida interior para se deixarem atravessar pela luz divina. Enquanto não se procura eliminar as suas impurezas, projeta-se sombra à sua volta. É por isso que aqueles que querem fazer o bem nem sempre conseguem. Para fazerem o bem, têm de se tornar transparentes: a luz atravessá-los-á e, por toda a parte onde eles passarem, deixarão atrás de si uma atmosfera cristalina. "
 
"O ser humano veio à terra para fazer um trabalho e, primeiro que tudo, um trabalho sobre si mesmo, para se superar. É claro que todos os dias vemos as pessoas irem para o trabalho, mas os esforços que elas fazem têm sobretudo o objetivo de assegurar a sua subsistência, a sua segurança material, o seu bem-estar e o dos que lhes são próximos. Elas não pensam no trabalho psíquico que as tornaria senhoras de todas as situações. Os crentes contam com o Senhor para estar protegidos e até é para isso que lhe dirigem orações. Quanto aos descrentes, é da sociedade que eles esperam ajuda e socorro.
Pois bem, os humanos devem saber que nem o Senhor nem a sociedade irão protegê-los. Eles foram enviados à terra para aprender, para se desenvolver, e as dificuldades, as provações que eles encontram, surgem precisamente para os obrigar a isso, eles não podem escapar a esse processo de aprendizagem, de desenvolvimento. Então, em vez de correr por toda a parte para protestar, exigir e pedir ajuda, cada um deve fazer um trabalho interior, pois é em si mesmo que primeiro encontrará os remédios, os consolos e a esperança."
 
"Alguém diz: «De que serve esforçarmo-nos por ser honestos, bons, generosos, se por toda a parte, na sociedade como na natureza, reina a lei da selva? Por que é que eu hei de ser exceção?» Ouve-se tantas vezes este raciocínio! Mas aqueles que falam assim só têm em conta aquilo que veem na terra e que representa só uma parte da verdade. Se eles lançassem um olhar para o céu, veriam que também existe o sol, e o sol é a outra metade da realidade. Enquanto, na terra, os animais e, muitas vezes, também os humanos, só fazem é absorver, engolir, apropriar-se, devastar, o sol está sempre a brilhar, a irradiar, a dar, para que nós tenhamos a vida, o calor, a luz. Teríamos nós ainda a vida se não existisse uma outra lei, a lei do amor e do sacrifício, que não é a lei da terra mas a do sol?...
Então, se tudo o que vedes na terra vos faz ficar desanimados e tristes, pensai no sol, aceitai as suas leis, imitai-o e recuperareis a coragem e a alegria."