Embora interpretada das mais variadas maneiras, a presença de Deus sempre foi sentida pelo homem.
No início, por falta de compreensão, foram confundidas as obras do Criador com Ele próprio.
Foi a época dos vários deuses, das divindades representadas em formas humanas. Tempo em que foram erigidos como deuses os animais, a lua, as estrelas, as forças da natureza.
Os mitos, as tradições longínquas falam dos deuses que comandam mares, florestas, terremotos assim como o mundo dos mortos.
Eram deuses humanizados, com as paixões próprias dos homens que os idealizaram. Deuses que desejavam oferendas, ritos, agrados.
Por isso, entre os maias na América, os gregos na Europa, os egípcios na África, o entendimento a respeito de Deus refletia aquilo que esses povos conseguiam conceber a propósito da divindade.
Avançando no tempo, surge o conceito do Deus único, que se substancializa a partir de Moisés e passa a ganhar entendimento entre os homens.
Então, os fenômenos da natureza deixaram de ser entendidos como manifestação de variados deuses e surge a ideia de todo o Universo sob o comando de um só Deus, criador de tudo.
Porém, ainda Deus era concebido como alguém a cuidar e espreitar a vida de todos, pronto para vingar-se e para punir quem infringisse Suas leis.
Foi somente quando Jesus O chamou de Pai, que um novo entendimento e uma nova forma de relação se estabeleceu entre as criaturas e o Criador.
Desfez-se o conceito do Deus vingador, punitivo, dando lugar à crença do Deus paterno, provedor e sustento de toda a vida.
João Evangelista, ao compreender a relação com Deus, conforme propunha Jesus, sintetiza de modo claro e profundo, dizendo simplesmente que Deus é amor. E impossível se faz defini-lO com mais propriedade.
Assim, podemos entender Deus como a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas, mas nossas limitações intelectuais e emocionais não nos permitem avançar mais.
No entanto, as obras da Criação são os testemunhos da Sua perfeição e amor.
Quando o sol, no capricho do entardecer, colore o azul do céu com variados matizes, e isso nos emociona, estamos contemplando a obra. E podemos sentir o Autor.
Quando miramos o céu, e a precisão dos astros bailando no macrocosmo nos impressiona, nos damos conta da Onipotência Divina.
E, quando nos deixamos tocar pela beleza da vida que se desenvolve na intimidade do ventre materno, estamos começando a perceber a grandeza de Deus.
Dessa forma, constatamos que nenhuma síntese intelectual ou sofisticada discussão filosófica nos levará a entender Deus.
Será sempre pelos caminhos do coração e pelos olhos da alma que Ele se fará mais claro para cada um de nós.
E, nas dores ou nas alegrias, nos dias desafiadores ou nos momentos de conquista, será sempre Ele o sustento, o alento, o apoio e o amparo.
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Redação do Momento Espírita.
Em
30.3.2013