Extrato do livro do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov -
O YOGA DA ALIMENTAÇÃO
Capítulo V - O VEGETARIANISMO
A questão da alimentação é muito vasta, pois não está limitada unicamente à comida e às bebidas que ingerimos durante as refeições. Nós alimentamo- nos também de sons, de perfumes, de cores. Os seres do mundo invisível, em particular, alimentam- se de odores. O hábito de queimar incenso nas igrejas, por exemplo, vem deste conhecimento, muito antigo, de que os espíritos luminosos são atraídos pelos odores puros, como o incenso, ao passo que os espíritos infernais são atraídos pelos cheiros nauseabundos. Mas não há apenas os odores: os sons e as cores são também um alimento para os espíritos invisíveis e podem servir para os atrair. É por isso que os pintores representam muitas vezes os anjos tocando música e usando vestes de cores cintilantes.
Pode ler-se nas Escrituras: «Vós sois templos do Deus Vivo». Não devemos, pois, manchar esses templos introduzindo neles elementos impuros.
Se os humanos conhecessem as oficinas celestes em que foram criados, dariam muito mais atenção ao alimento que entra na construção desse templo onde Deus deve vir habitar. Infelizmente, ao comerem carne, a maioria deles assemelham-se mais a cemitérios do que a templos.
Cada criatura, animal ou humana, é impelida a escolher mais certos alimentos do que outros, e esta escolha é sempre muito significativa. Se quiserdes saber quais são os resultados da alimentação à base de carne, ide visitar um parque zoológico, observai os animais carnívoros e ficareis imediatamente informados. Aliás, nem sequer é necessário ir aos parques zoológicos para fazer esta constatação.
Durante a nossa existência, encontramos exemplares humanos de todas as espécies de animais e até daqueles que não figuram nos parques, como os mamutes, os dinossauros e outros monstros pré-históricos! Mas sejamos caridosos e fiquemos pelos parques zoológicos: podeis constatar aí que os maiores carnívoros são animais medonhos que espalham à sua volta odores extremamente fortes, e que os herbívoros têm, em geral, hábitos muito mais pacíficos. O alimento que eles absorvem não os torna violentos nem agressivos, ao passo que a carne torna os carnívoros irritáveis. Do mesmo modo, os humanos que comem carne são mais impelidos para uma atividade brutal e destruidora.
A diferença entre a alimentação carnívora e a alimentação vegetariana reside na quantidade de raios solares que elas contêm. Os frutos e os legumes estão tão impregnados de luz solar que podemos dizer que eles são uma condensação de luz. Quando se come um fruto ou um legume, absorve-se, pois, de forma direta, luz solar, que deixa muito poucos resíduos em nós.
Ao passo que a carne é muito mais pobre em luz solar e é por isso que ela se putrefaz rapidamente; ora, tudo o que se putrefaz rapidamente é nocivo para a saúde.
A nocividade da carne tem ainda outra causa. Quando os animais são conduzidos ao matadouro, estes pressentem o perigo, sentem aquilo que os espera, têm medo e ficam desnorteados. Este estado de medo provoca um desregulamento no funcionamento das suas glândulas, que segregam, então, um veneno. Nada pode eliminar esse veneno; ele introduz-se no organismo do homem que come a carne e, evidentemente, esta presença não é favorável à sua saúde nem à sua longevidade.
Dir-me-eis: «Sim, mas a carne é deliciosa.» Talvez, mas vós estais sempre a pensar no vosso prazer, na vossa satisfação. Só o prazer do momento conta para vós, mesmo se tiverdes de pagá-lo com a morte de inúmeros animais e com a vossa própria ruína. Além disso, deveis ficar a saber que todos os alimentos que absorvemos se tornam, dentro de nós, antenas que captam ondas bem determinadas.
Deste modo, a carne liga-nos ao mundo astral. Nas regiões inferiores do mundo astral fervilham seres que se devoram entre si tal como as feras, e assim, quando se come carne, está-se em contacto quotidiano com o medo, a crueldade e a sensualidade dos animais. Aquele que come carne mantém uma ligação invisível entre o seu corpo e o mundo dos animais e ficaria apavorado se visse a cor da sua aura.
Finalmente, tirar a vida aos animais é uma grande responsabilidade; é uma transgressão da lei «Não matarás.» Aliás, no Génesis, quando, antes da queda, Deus explicou ao homem qual deveria ser o seu alimento, Ele disse simplesmente: «Eu vos dou toda a erva portadora de semente e toda a árvore que tenha em si fruto de árvore e seja portadora de semente: esse será o vosso alimento».
Ao matar os animais para os comer, não é só a vida que se lhes tira, mas também as possibilidades de evolução que a natureza lhes tinha dado nesta existência. Por essa razão, no invisível, cada homem é acompanhado por todas as almas dos animais cuja carne comeu; essas almas vêm reclamar- lhe indemnizações, dizendo: «Privaste-nos da possibilidade de evoluir e de nos instruirmos, portanto é a ti que cabe, doravante, ocupares-te da nossa educação». Ainda que a alma dos animais não seja semelhante à dos humanos, eles têm uma alma, e aquele que tiver comido a carne de um animal é obrigado a suportar em si a presença da alma desse animal. Essa presença manifesta-se por estados que pertencem ao mundo animal; por isso, quando o homem quer desenvolver o seu ser superior, encontra dificuldades, as células animais não obedecem ao seu desejo, elas têm uma vontade própria dirigida contra a sua. Assim se explica que muitas manifestações dos humanos não pertençam, na realidade, ao reino humano, mas ao reino animal.
No que diz respeito aos peixes, a questão coloca-se de maneira diferente. Os peixes vivem há milhões de anos em péssimas condições de evolução; isso vê-se quando estudamos a estrutura do seu organismo: o seu sistema nervoso manteve-se muito rudimentar. Por isso, é permitido comê-los, o que os faz evoluir. Por outro lado, existe nos peixes um elemento especialmente adequado para a época atual: o iodo.
Os alimentos que absorvemos vão para o nosso sangue e, de lá, atraem as entidades que lhes correspondem. Está escrito nos Evangelhos: «Onde existem cadáveres, aí se reúnem os abutres.» Isto é verdadeiro para os três mundos, físico, astral e mental.
Portanto, se quereis ter saúde nos três planos, não deveis atrair os abutres com cadáveres. O Céu não se manifesta através de seres que se deixam invadir por impurezas físicas, astrais e mentais.
A carne corresponde a um elemento especial nos pensamentos, nos sentimentos e nos atos. Se, por exemplo, sonhais que estais a comer carne, deveis ficar atentos, vigilantes, pois isso indica que ireis ser expostos a certas tentações bem determinadas: cometer atos de violência, deixar-vos arrastar para desejos sensuais ou ter pensamentos egoístas e injustos. Porque a carne representa tudo isso: a violência no plano físico, a sensualidade no plano astral e o egoísmo no plano mental. Diz a tradição que, antes da queda, Adão tinha um rosto resplandecente e todos os animais o amavam, o respeitavam e lhe obedeciam. Depois da queda, Adão perdeu esse rosto e os animais tornaram- se seus inimigos. Se os animais terrestres já não têm confiança no homem, se as aves levantam voo quando ele se aproxima e toda a criação o considera como um inimigo, há uma razão para isso: é que ele caiu das alturas espirituais onde se encontrava. Ele deve agora re-encontrar o esplendor que antes possuía, submetendo-se às leis do amor e da sabedoria; reconciliar-se-á, então, com todos os reinos da criação e isso será o despertar do Reino de Deus na terra.
Aparentemente, a guerra entre os homens deve-se a questões económicas ou políticas, mas, na realidade, ela é o resultado de todo este massacre de animais que nós fazemos. A lei da justiça é implacável: ela obriga os humanos a pagar, vertendo a mesma quantidade de sangue que eles fizeram verter aos animais. Quantos milhões de litros de sangue espalhados sobre a terra que clamam vingança ao Céu! A vaporização desse sangue atrai não só os micróbios mas também milhões e milhões de larvas e de entidades inferiores do mundo invisível. Eis verdades que não são conhecidas e que talvez não sejam aceites, mas que, quer as aceiteis quer não, eu sou obrigado a revelar-vos.
Nós matamos os animais, mas a natureza é um organismo, e ao matar os animais é como se afetássemos certas glândulas desse organismo: então, as funções alteram-se, gera-se um desequilíbrio e não é de admirar que algum tempo depois surja a guerra entre os homens. Sim, tem-se massacrado milhões de animais para os comer, sem se saber que no mundo invisível eles estavam ligados a homens e que esses homens devem, pois, morrer com eles. Ao matar os animais, são os homens que se massacra. Todos dizem que se deve finalmente fazer reinar a paz no mundo, que não devem existir mais guerras... Mas a guerra continuará enquanto nós continuarmos a matar os animais, porque ao matá-los é a nós mesmos que estamos a destruir.
Fonte: http://www.publicacoesmaitreya.pt/