Imagine o milho, fechado dentro da panela, sentindo cada vez mais o ambiente ficar quente. Deve pensar que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não pode supor destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. Não faz ideia do que é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece e ele aparece como uma outra coisa, completamente diferente: pipoca branca e macia.
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Podemos nos comparar ao milho de pipoca. Somos criaturas duras, quebra-dentes, insensíveis, incompreensíveis. Tantas vezes, com uma visão distorcida da vida, sem valores reais.
Também passamos por transformações quando passamos pelo fogo. É a dor. São situações que nunca imaginamos vivenciar. Pode ser um fogo de fora: um amor que se vai, um filho que adoece gravemente, o emprego perdido, a morte de um amigo, de um irmão.
Pode ser um fogo de dentro, cuja causa demoramos para descobrir e que nos atormenta por largo tempo: medo, ansiedade, depressão, pânico.
Enquanto estamos sofrendo a ação incômoda do fogo, desejamos ardentemente que ele se apague, a fim de que tenhamos repouso das dores.
Contudo, sem tal sofrimento não acontecerá a grande transformação. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser está ótimo.
Por sua vez, existem pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Acham que não pode existir nada mais maravilhoso do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. Essas podem ser comparadas ao piruá, aquele milho que se recusa a estourar e fica no fundo da panela, depois do alegre estouro da pipoca.
Lamentavelmente, essas criaturas não se permitem transformar na flor branca e macia para dar alegria a alguém. Não desejam se tornar mais maleáveis, doces, amorosas.
Perdem a chance de conquistar amizades que poderiam, logo mais, se solidificar em amores para o futuro risonho.
Ser piruá ou pipoca estourada - eis uma opção. Os que desejamos ser felizes e fazer a ventura dos que nos cercam, aceitamos as lições das dores, tornando-nos mais afáveis, gentis no trato, ponderados no falar. Aprendemos a usar a empatia, a fim de compreendermos as dores alheias.
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Na pauta das atividades do amigo da cruz, entre as criaturas humanas, destacam-se os seus labores junto aos padecentes de todos os matizes.
Com Ele, todo e qualquer sofrimento achará o remédio, os sofredores encontrarão o necessário amparo e a vida de todos terá a luz e o rumo dos quais careçam, para a completa ventura dos dias futuros.
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada e pensamentos
finais do cap. 11, do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 12.7.2013