sábado, 15 de novembro de 2014

NÓS QUE CRIAMOS OS NOSSOS PROBLEMAS.....

Nós que criamos nossos próprios problemas - Osho
 

Osho, porque transformo montinhos de terra em montanhas?
 

Osho - Porque o ego não se sente bem, confortável, com... montinhos de terra - ele quer montanhas. 

Mesmo que esteja infeliz, o ego não quer ser vulgarmente infeliz - quer ser extraordinariamente infeliz! (...)
 

As pessoas estão sempre criando grandes problemas do nada; conversei com milhares de pessoas sobre seus problemas e ainda não me deparei com um problema real! 

Todos os problemas são fictícios - as pessoas os criam. 

Porque sem problemas elas se sentem vazias: então não há nada a fazer, nada a combater, lugar para ir. 

As pessoas vão de um guru a outro, de um mestre a outro, de um psicanalista a outro, de um grupo de ajuda a outro, porque se forem, sentem-se vazias, acham que a vida se tornou sem significado. 

Elas criam problemas para que possam sentir que a vida é um grade trabalho, um crescimento - e você tem de lutar muito.
 

Lembre-se de que o ego só pode existir quando ele luta, quando briga. 

Se eu disser a uma pessoa: Mate três moscas e você ficará iluminado! Ela vai acreditar em mim. 

Ela dirá: Três moscas? Isso não me parece muito. Isso me fará iluminado? Não me parece o bastante para isso."
 

Mas se eu lhe disser: Mate 700 leões! É claro que lhe parecerá muito mais verossímil.
 

Quanto maior o problema, maior o desafio - e, com o desafio, seu ego aparece, ganha altura. 

As pessoas criam os problemas. Os problemas não existem.
 

E agora, se você me permitir, não há sequer montinhos de terra. Isso também é um truque seu. 

Você diz: Sim, pode não haver montanhas, mas montinhos de terra? 

Não, não há sequer montinhos de terra - eles são criações suas. 

Primeiro você cria montinhos de terra do nada, depois cria montanhas dos montinhos de terra. 

E os sacerdotes, os psicanalistas, os gurus, ficam felizes, pois toso o comércio deles só existe por causa de você. 

Se você cria montinhos de terra do nada e não transformar seus montinhos em montanhas, qual será o interesse dos gurus em ajudá-lo? Primeiro você tem de estar em uma condição de ser ajudado.
 

Os verdadeiros mestres dizem outra coisa.

Eles dizem: Por favor, olhe o que você está fazendo, a bagagem que está fazendo. Primeiro você cria um problema, depois sai em busca de uma solução. 

Observe por que está criando o problema: exatamente no início, quando está criando o problema, está a solução - não o crie. 

Mas isso não vai atraí-lo, porque então você de repente ficará entediado consigo mesmo. 

Nada a fazer? Nenhuma iluminação? Nenhum satori ? Nenhum samadhi? 

E você fica profundamente inquieto, vazio, tentando se preencher com qualquer coisa.
 

Você não tem nenhum problema - é só isso que tem de ser entendido.
 

Neste exato momento você pode se livrar de todos os problemas, porque eles são criações suas. 

Olhe de maneira diferente para os seus problemas: quanto mais profundo for o seu olhar, menores eles vão lhe parecer. 

Continue olhando para eles e, pouco a pouco, eles começarão a desaparecer; Continue olhando, e de repente verá que há um vazio - um belo vazio cercando você. 

Nada a fazer, nada a ser, porque você já é.
 

A iluminação não é algo a ser atingido, é apenas para ser vivido. 

Quando que digo que atingi a iluminação, simplesmente quero dizer que decidi vivê-la. Já basta! E desde então a tenho vivido. 

É uma decisão de que agora você não está mais interessado em criar problemas - isso é tudo. 

É uma decisão de que agora você pôs fim a toda essa bobagem de criar problemas e encontrar soluções.
 

Toda essa bobagem é um jogo que você está jogando consigo mesmo. 

Você mesmo está se escondendo e você mesmo está se procurando, você está dos dois lados. E você sabe disso! 

Por isso, quando eu digo isso, você sorri, você ri! 

Não estou falando sobre nada ridículo - você está entendendo. 

Você está sorrindo de si mesmo! 

Observe-se rindo, observe seu próprio sorriso - você está entendendo. 

Têm de ser assim, porque este é seu próprio jogo: você está se escondendo e esperando que você mesmo seja capaz de procurar por você e se encontrar.
 

Você pode se encontrar neste exato momento, porque é você que está se escondendo. 

Por isso os mestres Zen continuam dando suas pancadas. 

Quando alguém chega até eles e diz: Eu gostaria de ser um buda; os mestres ficam muito zangados. 

Porque ele está pedindo uma bobagem, ele é um buda. 

Se um buda vem até mim e me pergunta o que fazer para ser um buda, o que eu devo fazer? Eu bateria na cabeça dele. 

A quem você acha que está fazendo de tolo? Você já é um buda!
 

Não crie dificuldades desnecessárias para si mesmo. 

E o entendimento chegará a você se você observar como torna um problema cada vez maior, como o protela, e como ajuda a roda a girar cada vez mais rápido. 

Então, de repente, você está no alto de sua infelicidade e fica necessitando de toda a consternação do mundo.
 

 O ego necessita de alguns problemas. Se você entender isso, no próprio entendimento, as montanhas voltam a se tornar montinhos de terra, e então, os montinhos de terra também desaparecem. 

De repente há o vazio, o puro vaio a toda a sua volta. 

Isto é iluminação - um entendimento profundo de que o problema não existe.
 

Então, sem problemas para resolver, o que você vai fazer? Imediatamente começa a viver. 

Você vai comer, vai dormir, vai amar, vai jogar conversa fora, vai cantar, vai dançar - o que mais há para fazer? 

Você se tornou um Deus, começou a viver.
 

Se existe um Deus, uma coisa é certa : ele não tem nenhum problema. 

Isso é absolutamente certo. 

Então, o que ele fará com todo o seu tempo? Não há problemas, não há psiquiatra para consultar, não há guru para procurar e ao qual se entregar... O que Deus fará?

Ele deve estar enlouquecendo, com a mente em um torvelinho. Não, ele está vivendo; sua vida está totalmente repleta de vida. 

Ele está comendo, dormindo, dançando, amando - mas sem nenhum problema.
 

Se as pessoas conseguirem dançar um pouco mais, cantar um pouco mais, serem um pouco mais soltas, sua energia vai fluir mais e seus problemas irão pouco a pouco desaparecendo. (...)

Quando você dança, chega um ponto em que seu corpo não é mais uma coisa rígida, ele se torna flexível, fluido. 

Quando você dança chega um momento em que seus limites já não são tão claros, você derrete e se fundo com o cosmos.
 

A preocupação, o problema, a ansiedade, todos simplesmente mostram uma coisa: que você não está vivendo da maneira certa, que sua vida não é ainda uma celebração, uma dança, uma festividade. 

Por isso existem todos os problemas.
 

Se você viver, o ego desaparece. 

A vida não conhece ego, ela só conhece o viver, o viver, o viver. 

A vida não conhece o eu, não conhece o centro; a vida não conhece separação. 

Você inspira, a vida entra em você; você expira, você entra na vida; Não há separação; você come e as árvores entram dentro de você através dos seus frutos. 

Então, um dia você morre, é enterrado na terra e as árvores o sugam para cima e você se torna frutos.
 

A vida é uma só, ela está em constante movimento. 

Ela entra em você, ela passa por você; Na verdade, dizer que ela entra em você não é certo, porque fica parecendo que a vida entra em você e depois sai de você. Você não existe - o que existe é esta vida indo e vindo. 

Você não existe, apenas a vida existe, em suas extraordinárias formas, em sua energia, em seus milhões de encantos; Uma vez que você compreenda isso, deixe que esse entendimento seja sua única lei. E a partir deste momento, comece a viver como os budas."
 


Osho em A Jornada de Ser humano