domingo, 4 de janeiro de 2015

MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"Ouve-se continuamente pessoas a queixarem-se de que lhes tiraram isto, de que lhes devem aquilo, de que não as amam, de que não pensam nelas… E elas não só se sentem pobres e sós, com estão sempre com medo de perder alguma coisa; então, fecham-se, sem compreenderem que é precisamente essa atitude fechada que as isola e empobrece ainda mais. Elas que esqueçam um pouco o que lhes falta, se regozijem com o que têm e aprendam a trabalhar com isso! Quando se tem a possibilidade de abarcar o mundo inteiro pelo pensamento, de comunicar com todas as criaturas luminosas que o povoam, como podem as pessoas sentir-se sós? O que mais lhes falta para compreenderem que são ricas, que têm imensos recursos e que até podem partilhá-los com os outros?
Para alguém se enriquecer, tem de dar. Quem tira empobrece-se e quem dá enriquece-se, porque dar é despertar em si forças desconhecidas que estão adormecidas algures nas profundezas: elas começam a jorrar, a circular, e a pessoa sente-se tão cheia que até fica surpreendida. E diz para si própria: «Como é possível? Eu dei, dei, e estou mais rico…» Sim, a verdadeira vida é isso!"

"É bom que aquele que agiu mal reconheça o seu erro e lamente tê-lo cometido, mas isso não basta. Mesmo que, por vezes, os remorsos e as lágrimas que acompanham o arrependimento sejam uma espécie de purificação, para se ser perdoado é preciso reparar o mal que se fez.
Vós prejudicastes alguém e depois ides apresentar-lhe desculpas. Se a pessoa as aceitar, isto estará muito bem, mas resta-vos reparar os estragos: só então sereis desobrigados. Dizer a alguém que vós lesastes: «Lamento muito, desculpe…» não é suficiente e a lei divina perseguir-vos-á até terdes reparado o mal que cometestes. Vós direis: «Mas se a pessoa que eu prejudiquei me perdoou!» Não, a questão não fica resolvida assim tão facilmente, pois a pessoa é uma coisa e a lei é outra. A pessoa perdoou-vos, é certo, mas a lei, a lei divina, não vos perdoa, ela persegue-vos até terdes reparado o mal que fizestes. Evidentemente, aquele que perdoa mostra que é nobre, generoso. Mas o perdão não resolve a questão: o perdão liberta as vítimas, aqueles que foram maltratados, lesados, mas não liberta os culpados. Para se libertar, o culpado tem de reparar o que fez. "

"Aqueles que sentem a necessidade de trabalhar para o bem da humanidade não devem questionar-se sobre se vão ser bem ou mal sucedidos, pois isso introduz neles uma hesitação, uma dúvida, que trava o seu impulso. Eles devem trabalhar, pura e simplesmente! A história dos povos ensina-nos que não se pode fazer juízos sobre o valor dos seres tendo como único critério os seus sucessos ou os seus insucessos. Aqueles que conseguiram sucesso não foram necessariamente os mais grandiosos e os que não foram bem-sucedidos não são seres menos elevados. O seu exemplo alimentou o impulso de muitos outros, eles foram como que uma semente, um fermento; um dia, o objetivo é atingido e ainda melhor do que eles esperavam.
Cada criatura vem à terra com uma determinada missão e, muitas vezes, aqueles que estão encarregues das missões mais grandiosas estão destinados a não obter sucesso, pelo menos aparentemente. Mas eles prepararam o terreno – e isso é o mais difícil – para outros que, beneficiando dos seus esforços, serão bem-sucedidos. Por isso, aqueles que obtêm sucessos devem pensar com reconhecimento em todos os homens e mulheres que, antes deles, trabalharam para que esses sucessos fossem possíveis. Esses homens e essas mulheres fizeram sacrifícios, por vezes até foram vítimas, mas pode acontecer que eles venham numa outra vida recolher o fruto do seu trabalho."

"Quando se encontram subitamente mergulhadas em situação bastante complicadas, muitas pessoas tomam consciência da sua ignorância, da sua fraqueza, da sua impotência face aos acontecimentos, e dizem para si próprias «Se eu tivesse sabido!...» Elas poderiam ter sabido, pois em certo momento foram-lhes dadas boas condições para aprenderem, para se exercitarem, para se reforçarem, e elas tinham consciência disso. Mas negligenciaram essas condições: abandonar os velhos hábitos exige muitos esforços e houve outras atividades, outros projetos, que foram mais tentadores para elas. Agora estão num impasse!
Perguntareis vós: «E, se tivermos deixado passar essas boas condições, agora é demasiado tarde? Está tudo definitivamente perdido?...» Não, nunca é demasiado tarde, o caminho da vida é longo, infinito, e ser-vos-ão dadas outras condições favoráveis, nesta existência ou numa outra. Procurai, então, não as deixar passar, para não terdes de dizer de novo: «Se eu tivesse sabido!...»"

"Aparentemente, só se vê injustiças na terra. Uns têm tudo – saúde, beleza, riquezas, virtudes – e outros muito pouco. Mas, na realidade, nada daquilo que os humanos receberam à nascença lhes foi dado por acaso, de modo arbitrário. Eles trabalharam em incarnações anteriores para obter tudo o que possuem hoje, tanto no plano material como nos planos psíquico e espiritual, a Justiça cósmica distribuiu-lhes dons equivalentes aos seus esforços.
Tudo o que nós possuímos é, pois, consequência de numerosas vidas de esforços. Mas, atenção! Isso não nos é dado definitivamente. Para manter essa aquisição nas próximas incarnações, cada um tem de as usar com razoabilidade e, sobretudo, fazer com que os outros beneficiem delas. Nós devemos fazer frutificar todos os dons que recebemos à nascença, e a melhor maneira de conseguir isso é utilizá-los não apenas para nós, mas também para ajudar os outros, procurando facilitar a sua evolução."

"Para se ter noções apropriadas acerca da natureza e das atividades desse princípio espiritual a que se chama alma, primeiro é preciso tomar consciência de que ela não está encerrada no nosso corpo físico: estende-se bem para além dele e, embora continue a animá-lo, viaja para visitar as regiões do espaço mais longínquas e as entidades que as povoam, pois a alma que habita em cada ser humano é uma parte da Alma universal. E ela sente-se tão limitada no corpo, tão apertada, que o seu único desejo é o de se expandir no espaço para se fundir nessa imensidão a que pertence. Também é um erro crer, como acontece geralmente, que a alma habita toda no ser humano. Na realidade, não é assim, só uma pequena parcela da sua alma tem nele a sua morada; ela permanece quase toda no exterior dele e leva uma vida 
independente no oceano cósmico.
A nossa alma ultrapassa muito, pois, aquilo que podemos imaginar dela: essa parte da Alma universal que está em nós estende-se continuamente para a imensidão, para o infinito."

"As lágrimas são geralmente associadas à dor, mas, na realidade, qualquer emoção pode provocar lágrimas. E, como as emoções são de todo o tipo, as lágrimas também são de todo o tipo. Há lágrimas de desgosto, de cólera, de raiva, e também há lágrimas de enternecimento, de alegria, de deslumbramento. Uma paisagem, um poema, um quadro ou uma música podem encher os nossos olhos de lágrimas, mas isso também pode ser provocado por certos comportamentos humanos quando eles são particularmente belos e nobres. E muitos místicos, ao descreverem as suas experiências, 
falaram das lágrimas provocadas pelo êxtase!
Na medida em que libertam uma certa tensão interior, as lágrimas são úteis, qualquer que seja a sua origem. Mas, evidentemente, as lágrimas de alegria e de deslumbramento são as mais benéficas. Não limpeis essas lágrimas com as costas da mão, pois elas são preciosas. O Mestre Peter Deunov aconselha os discípulos a recolherem-nas num tecido limpo e a guardarem-nas cuidadosamente, pois elas possuem uma espécie de poder mágico. As lágrimas de raiva, de desgosto, de cólera, deixai-as secar, essas não passam de um pouco de água salgada, mas guardai as lágrimas que foram arrancadas às profundezas da vossa alma."

"Seja em que domínio for – político, social, científico, económico, religioso, moral –, ouve-se as pessoas falar de responsabilidade. Presidentes, ministros, generais, diretores, pais, professores, etc., todos sabem que são responsáveis. Imensos seres humanos e acontecimentos dependem deles, do seu modo de agir, das suas decisões. Mas, na realidade, a noção de responsabilidade vai muito para além disso, pois todas as criaturas que existem estão ligadas entre si e se influenciam mutuamente. É assim que cada um, não só pelos seus atos, mas também pelos seus pensamentos e pelos seus sentimentos, 
exerce uma influência sobre os outros.
Os humanos são responsáveis por tudo o que fazem. Mas é por eles ignorarem isso, ou, mesmo sabendo que é assim, não o terem suficientemente em conta, que há tantos sofrimentos no mundo. Se quereis manifestar-vos como seres úteis, benfazejos, esforçai-vos por considerar cada uma das vossas atividades como uma oportunidade para vos elevardes espiritualmente. Mesmo que vos pareça que aquilo que fazeis não produz qualquer efeito, na realidade há sempre algures, não se sabe onde, 
algo de bom que desperta e recebe um impulso."

"Quereis preservar a sensação de plenitude que o amor vos traz? Procurai não mais depender da presença física daqueles que amais. Quer o seu afastamento seja voluntário, quer não, e mesmo que tenha sido a morte a levá-los, sereis capazes de escapar ao vazio criado pela sua ausência, porque vivereis no único mundo verdadeiramente real: o vosso mundo interior, com o qual sois um só. Assim que saís do vosso mundo interior, fatalmente os seres e as coisas podem escapar-vos, ficais à mercê dos acontecimentos.
Sabeis durante quanto tempo os seres a que estais afetivamente ligados permanecerão junto de vós? Não, e deveis ter presente que, de uma forma ou de outra, um dia ficareis fisicamente separados deles. Então, esforçai-vos por situar a vossa consciência nas regiões elevadas onde as circunstâncias não têm qualquer poder sobre vós, lá onde o sol do amor nunca se põe. Lançai-vos na luz desse sol eterno. Enquanto aqueles que amais estiverem dentro de vós, nenhuma força poderá tirá-los de lá." 

"O que dá valor a um ensinamento espiritual é que, quaisquer que sejam os acontecimentos que ocorram no mundo, os métodos que ele dá são válidos eternamente: como adquirir o domínio de si, como receber a luz, como entrar em harmonia com todas as forças benéficas e vivificadoras do universo... Isso ficará para sempre. Quer haja guerra ou paz, quer vós sejais pobres ou ricos, quer tenhais uma família e amigos ou vivais sós, abandonados por todos, as vossas necessidades profundas serão as mesmas: tereis sempre um corpo físico, um coração, um intelecto, uma alma e um espírito, que deveis alimentar para vos aproximardes cada vez mais do vosso Pai Celeste, que vos criou à sua imagem. Então, não descureis nenhuma das verdades e dos métodos que vos são dados."
 
"Algumas pessoas já me têm dito: «Eu tenho a certeza de já ter vindo à terra e sei que voltarei. Mas não tenho qualquer recordação das minhas existências anteriores e gostaria de não esquecer tudo relativamente a esta. Há métodos para nos recordarmos de certas experiências que fizemos, de certas pessoas que encontrámos?»... Sim, há métodos, e para aqueles que desejam saber eu posso indicar pelo menos um.
Tomai como ponto de referência uma montanha, por exemplo, ou qualquer coisa que resistirá ao passar do tempo. Poderá ser também um monumento mundialmente conhecido, pois, mesmo que ele seja destruído um dia, haverá reproduções dele em certos livros. Olhai frequentemente para essa montanha ou para esse monumento e pensai: «Quando eu voltar a vê-lo, numa próxima vida, quero que tal e tal acontecimento da minha vida atual me venham à memória.» Deste modo, criais uma ligação entre vós e essa montanha ou esse edifício. Imprimis um cliché, um registo, que continuará em vós e, quando reincarnardes, voltareis com ele. No momento em que tiverdes diante dos olhos a montanha ou o monumento no qual vos concentrastes anteriormente, esse cliché despertará a memória dos acontecimentos da vossa vida que fostes gravando."
 
"No dia 21 de dezembro tem lugar o solstício de inverno. Este acontecimento está sob a influência de Gabriel, o arcanjo de Iésod, a séfira da Lua. Gabriel significa “Deus é a minha força”. Alguns dias depois, a 25 de dezembro, celebra-se o Natal, o nascimento do Cristo.
O arcanjo Gabriel dirige as forças que têm a propriedade de condensar a matéria; é por isso que, simbolicamente, ele preside ao nascimento das crianças. O que é um nascimento? A passagem do invisível ao visível, do imaterial ao material. E é a Lua, princípio feminino por excelência, que tem um papel essencial a desempenhar em todas as formas de incarnação, tanto as do plano físico como as do plano espiritual.
Durante o inverno, em que as noites são mais compridas e a vida da natureza abranda, as condições são menos propícias para as manifestações exteriores e mais favoráveis à vida interior: o homem é naturalmente impelido a entrar em si mesmo a fim de preparar o nascimento dessa criança de luz que certas tradições simbolizaram por uma pérola. A pérola, que vem do mar, está, como ele, relacionada com a Lua. Na Árvore Sefirótica, a ostra perlífera é Iésod, a região que, no corpo cósmico, representa os órgãos genitais. É aí que a pérola deve formar-se. Esta pérola representa a quintessência mais pura do amor. A ostra perlífera é o princípio feminino trazendo ao mundo uma pérola, o menino divino."
 
"O sábio a quem perguntardes «O que é Deus?» ficará em silêncio, pois a esta pergunta só se pode responder com o silêncio. Só o silêncio, o verdadeiro silêncio, consegue exprimir a essência da Divindade. Dizer que Deus é amor, sabedoria, poder, justiça... corresponde à verdade, mas essas palavras não expressam nada da sua infinitude, da sua eternidade, da sua perfeição. Não se conhece Deus falando ou ouvindo falar d’Ele, mas sim esforçando-se por entrar em si mesmo para chegar a essa região que é, precisamente, silêncio.
O silêncio é a região mais elevada da nossa alma e, no momento em que a atingimos, entramos na luz cósmica. A luz é a quinta-essência do universo. Tudo o que vemos ao nosso redor e mesmo aquilo que não vemos é atravessado por luz, está impregnado de luz. O propósito do silêncio é precisamente a fusão com essa luz viva, poderosa, que penetra em toda a criação. Quando nos fundimos com essa luz, já não perguntamos o que é Deus e muito menos se Ele existe."
 
"Todas as manhãs, quando despertais, apelai em primeiro lugar para a alegria e para o amor. Em vez de começardes o dia a pensar nas diferentes tarefas que vos esperam, dizei: «Senhor Deus, eu Te agradeço por estar ainda vivo, por poder respirar, comer, caminhar, ver, ouvir, pensar, amar, pois estes são tesouros inestimáveis.» Depois, levantai-vos alegremente.
E aprendei a agradecer também por cada contrariedade na vida, pois é a melhor maneira de as neutralizar. Se começardes a queixar-vos e a revoltar-vos, ficareis cada vez mais acabrunhados. Mas, se disserdes: «Obrigado, Senhor! Há certamente uma razão para que eu encontre este obstáculo, devo ter ainda qualquer coisa para aprender», sentireis que, pouco a pouco, transformais as vossas dificuldades em ouro e em pedras preciosas. Sim, é como se as cobrísseis com um pó de ouro ou de cristal: elas ficam com um aspeto diferente. Nada pode resistir perante a gratidão. Então, agradecei todos os dias ao Céu até sentirdes que tudo o que vos acontece é para o vosso bem. Agradecei por aquilo que tendes e por aquilo que não tendes, pelo que vos alegra e pelo que vos faz sofrer. Mesmo quando vos sentis infelizes, deveis encontrar uma razão para agradecer. Será assim que alimentareis em vós a chama da vida."
 
"Em cada ano, à meia-noite do dia 25 de dezembro, os cristãos celebram o nascimento de Jesus. É Natal. Não existe qualquer prova de que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro, nem sequer de que tenha nascido no inverno, e nem sequer se tem a certeza do ano... Mas, tal como acontece em relação à Páscoa, o momento do Natal no calendário leva-nos a compreender que esta festa deve ser interpretada simbolicamente.
O inverno é a estação em que, nas sementes postas na terra, se faz um longo trabalho de germinação que culminará, na primavera, com a eclosão de uma multiplicidade de novas existências. Ocorre um trabalho análogo no psiquismo de cada ser: na terra obscura que é a sua natureza inferior, a semente do Eu divino, o Cristo, deve começar a germinar. É este acontecimento que os cristãos celebram no Natal: à meia-noite, no momento da maior escuridão, tem lugar um nascimento. É por isso que, apesar do frio e da escuridão, o Natal é também a festa da luz.
Alguns dirão que não são cristãos e não têm nada a ver com o nascimento do Cristo. Pois bem, deem-lhe um outro nome, se preferirem: qualquer que seja a sua religião, e mesmo que não tenham nenhuma, todos os seres humanos foram criados à imagem de Deus e essa imagem está neles mesmos como um germe que devem procurar para o fazer eclodir."
 
"Por que é que, após um momento de grande intensidade espiritual, vós sentis um sentimento de plenitude? Exteriormente, nada vos aconteceu, nada mudou, mas vós sentis-vos preenchidos como se a vossa sede e a vossa fome tivessem sido saciadas... Os ignorantes dirão, claro, que é uma ilusão. Mas, então, quando eles sofrem, quando se sentem infelizes sem uma causa aparente, esses momentos de angústia, de depressão, também são ilusões? Não, para eles são uma realidade, o sofrimento é uma realidade, mas a alegria espiritual é uma ilusão. Que raciocínio!
Procurai, de agora em diante, elevar-vos até às regiões da alma e do espírito, comei, bebei, e sabereis o que é a plenitude. Então, já não será como no plano físico, em que cada dia se é obrigado a comer para não ficar esfomeado e sem forças. O alimento que vós tomais nas regiões superiores sacia-vos durante dias e dias. O mundo divino é feito de elementos de uma tal riqueza que, se conseguirdes alimentar-vos deles por uma só vez, a sensação de plenitude que eles dão nunca mais desaparecerá. Nada poderá tirar-vos essa sensação de eternidade. Evidentemente, antes de chegardes a esse ponto, tereis de vos exercitar durante muito tempo e procurar todos os dias o vosso alimento, como para o estômago físico. Mas, se procurardes participar nos banquetes da alma e do espírito, um dia já nada vos tirará essa sensação de plenitude."
 
"Agora que vos comprometestes no caminho da luz, deveis prosseguir incansavelmente a vossa marcha sem vos questionardes sobre quando chegareis ao fim. Um após outro, os obstáculos cedem diante daquele que não se detém no caminho, pois ele pôs em movimento as poderosas leis da vida.
A vida espiritual é como a ascensão de uma montanha muito alta. Naqueles caminhos estreitos, árduos e escarpadas, é inevitável que passeis por momentos de fraqueza, de desânimo, e também podeis ter uma queda, mas isso não é razão para parardes. Por momentos, talvez tenhais mesmo a sensação de estar a morrer... mas ressuscitareis! No desânimo mais profundo, deveis agarrar-vos a essa misteriosa luzinha que permanece em vós: ela dir-vos-á que “a morte” pela qual estais a passar será seguida de uma ressurreição e que ninguém melhor do que vós pode socorrer-vos, pois todas as forças da vida estão em vós. E prosseguireis o vosso caminho para o cume."
 
"Dar como o sol, amar como o sol... eis um ideal que nós devemos esforçar-nos por realizar um dia. Sempre que o comportamento dos humanos nos inspira impaciência, irritação, desânimo, nós temos uma solução para os ultrapassar: virarmo-nos para o sol, que, lá em cima, continua incansavelmente, imperturbavelmente, a brilhar. Vós direis: «Mas é fácil para o sol ficar imperturbável: ele está tão longe, nada o atinge.» Sim, mas nós também temos algo em nós que nunca pode ser atingido: o nosso Eu superior, pois o nosso Eu superior está no sol. É olhando o sol que um dia conseguiremos reunir-nos ao nosso Eu superior e viver como ele numa paz que nada pode perturbar.
O nosso Eu superior habita no sol, onde participa no trabalho divino. Quando soubermos harmonizar as vibrações do nosso eu terrestre com as do nosso Eu celeste, descobriremos que o Criador colocou em nós tesouros de generosidade e de amor."
 
"Tal como o seu nome indica, o passado “passou”, e ainda não tendes o futuro. Só o presente vos pertence, ele está nas vossas mãos como uma matéria, uma pasta para modelar. Tendes à vossa disposição um minuto, uma hora, um dia... Esse minuto, essa hora, esse dia, pertencem-vos: procurai vivê-los com lucidez. Quando, pelos vossos esforços, tiverdes desimpedido o espaço entre vós e o mundo divino, podereis dizer que o futuro também vos pertence. Esse futuro é a alegria, a luz.
Não vos deixeis influenciar por aqueles que só preveem dificuldades e desgraças: isso acontece muito simplesmente porque eles não sabem verdadeiramente o que é o futuro e como construí-lo. As desgraças são o passado, não o futuro. Para se apresentar, o futuro, isto é, o vosso verdadeiro futuro de filhos e filhas de Deus, espera que vós acabeis de tirar lições do passado. Esse futuro está em marcha: ao estardes a criá-lo, já começais a vivê-lo."